quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

JESUS TRANFORMA SUA HISTÓRIA

 Jesus transforma o ONTEM em NUNCAMiquéias 7.19 “Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar”.
A oportunidade perdida, o erro cometido, a palavra mal dita, ou qualquer outro pesar do passado assombra a vida de muitas pessoas. Jesus é o único que pode mudar a vida humana apagando o seu passado ao lhe perdoar os pecados (Isaías 43.25).
Jesus realizou isso na vida de várias pessoas:
-a mulher samaritana, que tinha um passado de várias tentativas e erros com cinco homens diferentes, além de estar se frustrando mais uma vez. Depois que encontrou Jesus, seu passado foi perdoado (João 4.7-29).
-a mulher adúltera, estava sendo julgada e seria apedrejada por causa do seu pecado, mas Jesus lembrou aos homens que eles eram pecadores tanto como ela e lhe deu uma nova chance de recomeçar (João 8.1-11).
-a mulher encurvada, havia dezoito anos que segundo Jesus o diabo aprisionava aquela vida, sem poder erguer e olhar para frente até que se encontrou com Jesus e foi curada para uma nova vida (Lucas 13.31-35).
Quando convertemos, o tempo da ignorância é apagado de nossa história (Atos 17.31) e recebemos uma nova chance de recomeçar uma nova vida (II Coríntios 5.17). Embora tenhamos facilidade em lembrar os problemas e defeitos, Jesus é diferente porque se esquece dos nossos pecados quando arrependemos.
Não importa o que passou, Jesus te dá uma nova chance!
       MORDOMOS DE CRISTO.
2- Jesus transforma o AMANHÃ em AGORARomanos 4.17 “o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem”.
O sonho distante, a possibilidade remota ou expectativa frustrada, Deus pode realizar. Muitas pessoas desistiram de planejar o futuro porque não conseguem mais acreditar que será possível alcançar seus objetivos. Isso acontece porque já caíram muitas vezes em sua caminhada. Mas a partir do momento em que não anda mais sozinho, Jesus te levanta e te ajuda a continuar (Salmo 37.23,24).
Jesus fez isso com as seguintes pessoas:
-a mulher do fluxo de sangue, depois de doze anos de luta sem sucesso, pensava que não teria tempo para continuar sua vida, mas quando ouviu falar de Jesus, se arrastou até ele e foi curada (Marcos 5.25-34).
-a viúva de Naim já não tinha o marido agora perde seu único filho, o que para aquele tempo significava que estaria destinada a mendigar para sobreviver. Jesus parou aquele enterro e reergueu o morto e renovou os sonhos da mulher (Lucas 7.11-17).
-a família de Lázaro esperava que Jesus viesse curar seu amigo, mas Jesus demorou e chegou ‘atrasado’. Para Marta e Maria, o fato de perder seu irmão significava ficar abandonadas no mundo. Só que Deus nunca se atrasa, pois tem um tempo determinado para tudo (Eclesiastes 3.1). Com isso o milagre foi maior e ao invés de apenas curar Lázaro, Jesus o ressuscitou (João 11.1-45).
Somente Jesus pode fazer é trazer o futuro para o presente. Talvez você tenha dúvida se vai chegar onde deseja porque pensa estar sozinho e não ter forças. Se Jesus estiver com você, tudo pode ser possível ao que crê (João 11.40). A própria fé tem o poder de trazer o futuro para o presente (Hebreus 11.1).
Creia que Jesus pode fazer o futuro acontecer!

Jesus te dá uma nova chance!
-CONCLUSÃOHebreus 13.8 “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre”.
As limitações do ser humano diante do tempo (v.7) e o espaço (v.8) foram vencidas por Jesus que através do Espírito Santo nos dá o poder de ir “até os confins da terra” rompendo os limites dos nossos sonhos. Através de Jesus o passado é apagado pelo perdão e o futuro é realizado através da ressurreição.
Se a história de sua vida se tornou um rascunho rasurado e você parou de escrever, saiba que esta pode ser uma nova página em branco pronta para ser redigida. Deixe Jesus, o transformador da história, entrar em sua vida e mudar todas as coisas.
Jesus quer transformar a sua história!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

É O NATAL UMA FESTA PAGÃ??

"Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor."  [Lc 2:10-11]

Há um tempo atrás, estava conversando com uma amiga sobre o natal e descobri que ela não o comemorava. Segundo ela, o natal seria uma afronta aos judeus e a origem dele seria pagã. 

Essa visão sobre o natal, muito disseminada pelas Testemunhas de Jeová, tem levado muitos evangélicos contra a comemoração da data. A pergunta inevitável é: É pecado celebrar o Natal de Jesus em 25 de dezembro?

A ORIGEM DO NATAL


Realmente, a data de 25 de dezembro marcava a celebração de uma festa pagã chamada Natalis Solis Invicti (Nascimento do Sol Invencível)em homenagem ao deus Mitra (da religião persa). No ano 440 d.C., porém, a data foi fixada para marcar o nascimento de Jesus, visto que ninguém sabia a data correta em que acontecera. Pesquisas recentes apontam que possivelmente a data é no mês de Abril.

A questão fundamental é: Esta origem depõe contra os cristãos que hoje celebram o 25 de dezembro em homenagem a Jesus? Necessariamente, não! O natal, mesmo com sua origem pagã, é um evento que deveria realmente ser comemorado por todos os cristãos do mundo (sem dogmatizar).

Entenda: havia uma festa dedicada a um deus falso, Mitra, considerado o Sol Invencível. Surge, porém, a igreja com uma mensagem inovadora aos pagãos: O Sol Invencível existe, no entanto não é Mitra; seu nome é JESUS! Ele foi visto e tocado, pois era real (1 Jo 1:1).Dele falou o profeta Malaquias: "Mas para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação debaixo de suas asas" (4:2).

Que nome lhe vem à mente quando mencionamos a data 25 de dezembro: Mitra ou Jesus? Mitra já foi esquecido, há muito tempo. O Sol da Justiça veio e venceu, provando que Ele sim, é verdadeiramente Invencível! Assim, o nome de Jesus foi mais uma vez engrandecido. Onde havia trevas, resplandeceu a luz. Para entender melhor essa questão, veja o exemplo abaixo.

AO DEUS DESCONHECIDO

Um exemplo bíblico muito simples e que basicamente aconteceu a mesma coisa é o seguinte: Em certo episódio, o apóstolo Paulo passeava por Atenas e, diz a Bíblia que "seu espírito se revoltava em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria" (At 17:16). 

Apesar de sua revolta, ele não saiu pela cidade chutando ídolos, amarrando demônios ou dizendo que tudo aquilo era obra do Satã. A atitude de Paulo foi sensata e inteligente. Ele disse aos atenienses: "Homens atenienses, em tudo vejo que sois muito religiosos. Pois passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Ora, esse que vós honrais sem conhecer é o que eu vos anuncio" (vv. 22, 23). Paulo usou o ídolo como ponte a fim de transmitir a mensagem do evangelho."

Onde havia trevas resplandeceu a luz, pois diz a Escritura que "aderiram alguns homens a ele, e creram [...]" (v. 23)

CONCLUSÃO

É bem verdade que hoje perdeu-se quase totalmente o sentido do natal. Ao invés de agradecer a Deus pelo nascimento de Jesus, agradecem ao Papai Noel pelos presentes que estão debaixo de uma árvore.

É importante ressaltar que a comemoração do natal não é um artigo de fé. Não se deve dizer que quem o comemora está em pecado. Nem ser crucificado aquele que não comemora. Contudo estes perdem uma grande oportunidade, pois nesses dias a maioria das pessoas está sensível a ouvir algo sobre Jesus. 

A ALMA QUE PECAR ESSA MORRERÁ. EZEQUIEL 18=4

A Alma que Pecar, Essa Morrerá  

Mensagens do livro de Ezequiel sobre a Responsabilidade pelo Pecado
Ezequiel, um profeta de Deus do 6º século a.C., entendeu bem o problema do pecado. A missão dele foi ajudar o povo a entender a gravidade dos seus erros e as consequências de suas iniquidades. Para este propósito, Deus escolheu alguém que já estava sofrendo com os exilados que foram levados ao cativeiro na Babilônia por causa do pecado de Judá. E Deus deixou que Ezequiel sofresse ainda mais para compreender e poder comunicar melhor sobre o problema do pecado. A mensagem dele faz parte do “aio” ou tutor que nos ajuda a compreendermos o problema do pecado e a necessidade do Salvador (cf. Gálatas 3:22-26). Vamos observar algumas destas lições do livro de Ezequiel.
A Responsabilidade Individual:
A Alma Que Pecar, Essa Morrerá (Ezequiel 18)
Num período de castigo nacional, teria sido fácil para os exilados tratar o pecado como um problema da sociedade ou da nação, sem reconhecer a responsabilidade individual. Sabendo que os pecados que levaram ao cativeiro foram cometidos ao longo de séculos pelos antepassados deles, seria ainda mais fácil transferir a responsabilidade da culpa aos outros. Assim, os pecadores ao redor de Ezequiel se sentiriam vítimas, e estariam sofrendo pelos pecados dos outros. Capítulo 18 do livro responde bem a este raciocínio.
Deus pergunta: “Que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?” (18:2). Ele continua dizendo que ia acabar com este pensamento, deixando bem clara a responsabilidade individual: “Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá” (18:3-4).
No resto do capítulo, as ilustrações usadas pelo Senhor esclarecem este ensinamento importante. Ele apresenta vários casos para mostrar que a responsabilidade é individual, que ninguém herda o pecado ou a depravidade dos antepassados. Considere as ilustrações, acompanhando as leituras do próprio capítulo 18 sobre uma família de três gerações:
Primeira geração: Um homem justo cumpre a vontade de Deus e, por isso, vive (18:5-9).
Segunda geração: O filho do justo desobedece aos princípios de Deus e, devido ao seu pecado, morre (18:10-13).
Terceira geração: O neto do justo, filho do ímpio, decide não imitar os pecados do pai e vive conforme a palavra do Senhor. Ele não sofre as consequências do pai dele. Ele vive por ser justo diante de Deus (18:14-20).
Deus continua com mais alguns casos para mostrar a possibilidade da própria pessoa decidir mudar, assim mostrando a sua graça e justiça e o livre arbítrio do homem. Considere:
O pecador que se arrepende: Se um perverso (esta palavra significa pecador) se converter ao Senhor, deixando de viver no pecado, Deus perdoa seus pecados e ele vive (18:21-22,27-28). É exatamente isso que Deus quer, porque ele não quer a morte de ninguém (18:23,32; 2 Pedro 3:9). Aqui observamos um dos grandes erros daqueles que ensinam que Deus, na sua soberania e poder irresistível, predestina especificamente a salvação ou condenação de cada pessoa. Se ele fizesse isso, estaria mentindo ao dizer que ele não quer a morte de ninguém. Deus é justo e misericordioso, e deixa a escolha entre a vida e a morte com cada pessoa (18:30-31; cf. Deuteronômio 30:15; Mateus 7:13-14).
O justo que se desvia: Se um homem justo abandonar o caminho do Senhor para se tornar um pecador, ele não será salvo pelas coisas boas que fez no passado, será condenado pelo caminho errado que escolheu (18:24-26).
A Responsabilidade para com o Próximo:
O Papel do Vigia (Ezequiel 3)
O pecado é individual e traz consequências sobre o próprio pecador. Mas, o livro de Ezequiel ensina, também, a importância de nos preocupar com os outros, tentando resgatar os pecadores. Quando Deus chamou Ezequiel para pregar ao povo de Judá, ele usou a figura de um atalaia ou vigia que avisa as pessoas da chegada de um inimigo (3:16-17). De certa forma, o trabalho dos cristãos hoje pode ser comparado ao dever da sentinela. Considere o ensinamento do capítulo 3 (pode ver um trecho parecido no capítulo 33, também).
Deus falou do trabalho de Ezequiel em algumas situações:
Se não avisar o pecador: Se o vigia não avisar o perverso da necessidade de se converter, acontecem duas coisas: (a) o pecador morre no pecado, e (b) o atalaia se torna culpado por não ter avisado (3:18).
Se avisar o pecador: Se o atalaia alertar o perverso sobre seu pecado, acontecem duas coisas: (a) se o pecador persistir no pecado, ele ainda morre, mas (b) o vigia fica sem culpa, porque cumpriu a sua responsabilidade (3:19).
Se não avisar o justo desviado: Se um justo desviar do caminho de Deus e o vigia não alertá-lo, acontece o seguinte: (a) o desviado morre no seu pecado, e (b) o vigia se torna culpado por não ter avisado (3:20).
Se avisar o justo: Se o atalaia avisar o justo para não desviar, os resultados são positivos para os dois: (a) o justo recebe a instrução, continua sendo fiel, e vive, e (b) o vigia é salvo por cumprir o seu dever (3:21).
Destes exemplos, aprendemos algumas coisas importantes: (1) A palavra de Deus tem poder para atingir o coração do homem, se este permitir que ela penetre (cf. Lucas 8:11-15). (2) Cada pessoa decide como agir, assumindo a responsabilidade e sofrendo o castigo pelos seus próprios pecados. (3) Aqueles que recebem a palavra de Deus têm obrigação de avisar os outros sobre o perigo iminente. No Novo Testamento, os cristãos recebem esta responsabilidade (cf. Gálatas 6:1-2; Tiago 5:19-20; Judas 22-23).
A Responsabilidade Coletiva:
A Casa de Israel é Castigada (Ezequiel 22)
O livro de Ezequiel inclui, também, uma mensagem forte sobre as consequências coletivas do pecado. Deus rejeitou a nação, a casa de Israel, por causa dos pecados persistentes do povo. Ele disse: “a casa de Israel se tornou para mim em escória....Congregar-vos-ei e assoprarei sobre vós o fogo do meu furor.... e sabereis que eu, o Senhor, derramei o meu furor sobre vós” (22:18-22). Neste capítulo, ele mostra como a culpa caiu sobre a nação inteira. Ele enfatiza a culpa dos líderes maus e negligentes: os profetas devoravam as almas e pregavam mensagens falsas ao invés de condenar o pecado (22:25,28-29); os sacerdotes profanavam as coisas santas (22:26); os príncipes destruíam almas (22:27). Com tudo isso, ninguém teve coragem de ficar em pé e tentar reverter a corrupção e maldade de Israel. Ninguém tapou o buraco para fechar a brecha (22:30).
Quando um povo se torna cúmplice do pecado e deixa a maldade dominar, traz sobre si a consequência. O povo de Israel, no Antigo Testamento, foi levado ao cativeiro. E hoje, uma igreja que tolera o pecado se torna cúmplice e é corrompida pelo fermento da maldade (1 Coríntios 5:6-7). Uma igreja que não rejeita falsos mestres e não corrige o pecado no seu meio traz sobre si a ira do Senhor (Apocalipse 2:5,14-16).
A Misericórdia Divina:
A Resposta para o Problema do Pecado
A justiça do homem, mesmo se juntasse os homens mais fiéis da história, não seria suficiente para resgatar os outros do seu pecado (14:12-20). Mas a mensagem final do livro de Ezequiel não é uma de morte e derrota. Depois de avisar e explicar os castigos por causa do pecado, Deus apresenta uma mensagem de esperança e redenção. Entre as palavras do livro, especialmente dos últimos capítulos, são estas mensagens animadoras: “Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei” (34:11). “Eu, o Senhor, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas” (34:24). “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo” (36:26). “Farei com eles aliança de paz; será aliança perpétua” (37:26). “...e o nome da cidade desde aquele dia será: O SenhorEstá Ali” (48:35). Todas essas promessas olham para a vinda de Jesus Cristo como a solução definitiva para o problema do pecado do homem. É nele que Deus ressuscita, apascenta e mantém comunhão com seu rebanho resgatado.
Conclusão
Muitas pessoas, até muitos líderes religiosos, tentam minimizar a gravidade do pecado e facilitar a iniquidade. Mas devemos entender que o pecado é fatalmente perigoso. Devemos lutar com tudo que somos para tirar o pecado da nossa própria vida, avisar os outros sobre o perigo do pecado, e manter a pureza da igreja do Senhor. Ezequiel entendeu estas lições. Nós, hoje em dia, precisamos muito da mesma convicção e determinação de expulsar o pecado do nosso meio. Que Deus nos ajude a amar o bem e odiar o mal. Lembremos: Deus não tem prazer na morte de ninguém. Ele quer que todos se convertam a ele (18:23,32).

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Armadura de Deus: A Espada do Espírito (Efésios 6:17)

“Tomai também [...] a espada do Espírito, que é a palavra de Deus”Efésios 6:17.

 Introdução 

A espada do Espírito é uma das armas espirituais citadas por Paulo em Efésios 6. É a única arma de ataque, mas também serve para defesa. Como nos outros estudos da armadura, veremos alguns pontos antes de entrar na prática dessa arma. Hoje veremos sobre a Palavra de Deus.

 A palavra de Deus 

Quando lemos em Efésios sobre a espada do Espírito, também lemos que ela é a palavra de Deus. A palavra de Deus é uma arma de vital importância nessa armadura. Sem ela estaríamos alheios aos ataques do diabo sem possibilidade de nos defender propriamente e muito menos de contra-atacar.

Quando falamos sobre a palavra o que devemos compreender, em um primeiro momento, é que ela precisa habitar a nossa vida profundamente. Nós devemos conhecê-la profunda e amplamente. Paulo, ao escrever aos Colossenses diz: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo” (Colossenses 3:16a). A palavra precisa habitar em nós ricamente. O cristão que não é conhecedor da palavra certamente sofrerá derrota do diabo. Mas não adianta conhecer a palavra apenas, devemos conhecê-la profundamente. 

Existem algumas características da palavra que eu gostaria de citar neste estudo. O primeiro ponto que devemos entender sobre a palavra é que ela é divinamente inspirada. Todos os homens que escreveram a palavra de Deus foram inspirados por Deus para tal (2 Pedro 1:20-21). A palavra de Deus também é perfeita (Salmos 19:7). Ela é perfeita de tal modo que restaura a nossa alma e nos dá sabedoria, conforme o texto do salmo 19. A palavra também é pura (Provérbios 30:5-6). Isso significa que ela não se macula com coisa alguma humana, nem pelo pecado, nem pelo homem. Ela é totalmente gerada por Deus e tem a sua natureza, que é pura. 

A palavra de Deus é completa e não necessita de mais nenhuma adição ou subtração (Apocalipse 22:18-19). Aqueles que assim o fizerem padecerão de flagelos e perseguições. A palavra é poderosa por si mesma. Ela não necessita da adição humana. Devemos cuidar para não tiramos nem colocar coisa alguma dela. A palavra de Deus é a autoridade do Senhor na terra (Isaías 1:2a). O Senhor no passado falou por meio de muitos profetas e, mais tarde, através do apóstolos do Senhor. Essa é a verdadeira voz do Senhor ecoando por sobre a terra. Aqueles que a ouvirem que a tratem como tal. Porque a palavra de Deus é eficaz em todos os seus propósitos e não volta vazia, mas cumpre os desígnios do Senhor (Is 55:10-11). A palavra de Deus também é a Verdade que todos os homens procuram (João 17:17). E nos dá sabedoria para andarmos em nosso caminho, como uma lâmpada alumiando o caminho de trevas (Salmos 119:105). Por fim a palavra nos conduz para a salvação em Cristo Jesus, nosso Senhor (2 Timóteo 3:15-17).

 A espada do Espírito 

Finalmente falaremos da espada. A espada aqui é um termo muito interessante e que precisa ser compreendido. A palavra no grego para essa espada é "Makaira" que é uma palavra muito comum, mesmo no Novo Testamento. Há uma outra palavra para espada, que é "romphaia", mas que se refere a uma espada longa. A "Makaira" é a espada mais normal carregada pelos soldados. Elas eram colocadas em uma bainha na cintura e usadas em combate corpo-a-corpo.

Ela também é a palavra usada para descrever as espadas em Mateus 26:47 que estavam nas mãos dos romanos quando eles vieram para prender Jesus no jardim. É a mesma palavra usada para falar da espada com que Pedro cortou a orelha do servo do sumo sacerdote. É também a mesma palavra usada em Atos para matar Tiago, irmão de João. Ela também é a espada usada contra os heróis da fé em Hebreus 11.

É muito significativo o uso dessa espada curta por Paulo. Na prática significa que essa espada precisa ser usada muito perto do inimigo. Por ser uma espada curta e não ter longo alcance. Outro fato interessante é que para usá-la, ao contrário da espada longa, é necessário ter muita habilidade e precisão para acertar os golpes corretamente.

Mas o que tudo isso tem a ver com o principio espiritual? Tudo! O texto de Efésios nos diz que esta espada é a espada do Espírito. E aqui nós devemos ter uma compreensão espiritual da vida com Deus. É muito interessante como Paulo mistura os conceitos de espiritual e da palavra de Deus, pois muita gente separa o espiritual da palavra. Entretanto tanto a palavra quanto o Espírito de Deus testemunham de Cristo. O testemunho de ambos é idêntico porque Deus não mente e não pode mentir. Deus nem mesmo é impreciso ou indeciso, mas exato e perfeito. Entretanto, vemos que a espada é a espada do Espírito. Isso significa que devemos aprender a manejar bem o Espírito de Deus como uma espada, baseados sempre no principio da palavra de Deus. Para tanto é necessário, além de conhecer bem a palavra, gastar muito tempo em oração, jejuns e consagração. Sem oração e comunhão com Deus não seremos aptos a usar esta espada.

Por não é só orar para começar a usar essa arma. A palavra de Deus, no grego, possui duas palavras: logos e rhema. A palavra logos é a palavra escrita nos livros, aquela que é estática. Por outro lado a palavra rhema é a palavra que se move, a palavra viva de Deus agindo em nosso interior. O Espírito é o vento de Deus que sopra em nossos corações e é através da palavra rhema de Deus que essa espada irá cortar e destruir todas as obras do diabo. Não adianta conhecer bem a palavra se não tivermos o direcionamento do Espírito e a revelação da vontade de Deus através dessa palavra rhema.

A espada do Espírito tem sempre um objetivo especifico que visa a destruição das obras do diabo. Ela é a palavra de Deus sendo praticada e aplicada na vida pessoal, ou na comunhão da Igreja, com o fim proveitoso de destruir todas as obras malignas que se levantam contra o conhecimento de Deus e contra o crescimento qualitativo da Igreja do Senhor. Essa arma de ataque é muito mal usada hoje em dia. Motivo pelo qual as obras do diabo continuam influenciando os irmãos e os enganando, pois muitos ainda não tomam a palavra de Deus como a Verdade que é. Essa ambiguidade cristã gera abertura para o diabo atuar e enfraquecer a Igreja. 

Existem muitos usos para essa espada. Abaixo vou demonstrar alguns, segundo as escrituras: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4:12).

O primeiro ponto que gostaria de salientar é que a palavra é “apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. Quando a nossa espada espiritual está afiada teremos a capacidade espiritual de discernir não só pensamentos, como propósitos do coração. Isso é provado no exemplo de Pedro com Ananias e Safira (Atos 5:1-11). Pedro discerniu totalmente, através do o Espírito de Deus, a oferta de Ananias e Safira. 

O segundo exemplo interessante de salientar serve para se defender dos ataques do diabo. Vemos que Jesus, ao ser tentado pelo diabo no deserto (Lucas 4:1-13), respondeu ao diabo apenas com a palavra. A palavra aqui, apesar de ser usada na defensiva, também é apta para destruir todas as intensões do diabo. Veja o texto de Coríntios: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão” (2 Coríntios 10:4-6).

Por fim a palavra de Deus é usada para destruição de fortalezas. Esse é um ponto de vital importância, mas que também é muito complicado de se tratar pela enganosa “liberdade” pregada no mundo e na Igreja. Aqui Paulo menciona que a palavra é poderosa para destruir três ataques do diabo: as fortalezas os sofismas e a altivez. A primeira coisa que devemos entender é que o diabo ataca a Igreja através das pessoas. Não pense que o diabo não usa as pessoas. Ele planta irmãos falsos no meio da comunhão dos irmãos, lança pensamentos e idéias nas pessoas para as desviar da Verdade do Senhor.

As fortalezas mencionadas nesse texto são as fortalezas na mente das pessoas. O diabo lança mentiras de tal modo na nossa mente que a palavra fica em segundo plano, entregue aos nossos desejos carnais. Quando isso acontece o diabo atingiu seu objetivo: ele ergue uma fortaleza na nossa mente.

O sofisma também é um ataque na nossa mente, mas diferente das fortalezas, pois é um ataque mais capcioso. É como o que a serpente fez com eva. Ela levantou incerteza no coração de eva ("É assim que Deus disse?"). O sofisma tenta racionalizar uma Verdade da palavra. Ah irmão! Como isso é comum! Infelizmente é aqui que o diabo tem mais êxito no seu ataque a Igreja. Racionalizar a Verdade santa do Senhor é o grande trunfo do diabo, pois assim a palavra se torna infrutífera e sem poder. O sofisma também pode criar novas doutrinas e dogmas piorando ainda mais a mentira do diabo e levando multidões ao engano.

Por fim a altivez, que também é uma arma em nossa mente, é um ataque que tem intensão de colocar em cheque as autoridades instituídas por Deus em meio aos irmãos. A altivez tem muito a ver com a insubmissão.

Todas essas coisas na prática parecem ser inofensivas, mas não se engane. O objetivo de cada uma delas é se levantar contra o real conhecimento de Deus e tornar sua obra infrutífera. A insubmissão é um sinal muito significativo que pode ser considerado. Normalmente irmãos insubmissos dão lugar aos sofismas, fortalezas ou altivez.

 Como remediar estes pontos? 

O remédio de tudo isso é trazer os irmãos a obediência de Cristo, ainda que seja necessário exortar (punir) o desobediente e trazer à luz alguma situação específica. Veja que aqui a nossa luta hora nenhuma é contra a carne ou sangue, mas contra os principados e potestades. E uma vez que alguém dá lugar ao diabo este se torna repreensível e precisa se submeter a vontade de Deus. Nesse sentido é interessante falar sobre a exortação. Esta é uma prática perdida hoje em dia. A ética cristã ocidental não nos permite exortar um ao outro, pois somos muito perfeitos para receber exortação. Veja que isso também é um sofisma do diabo para nos enfraquecer. Por outro lado a exortação precisa ser guiada pela espada do Espírito que é espiritual e divina. A exortação carnal não tem lugar na Igreja de Deus.

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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O FIM DOS TEMPOS.O PRINCIPIO DAS DORES...MATEUS 24

Esta é a primeira parte do estudo Fim dos tempos. Neste texto falaremos sobre o Princípio das Dores que é mencionado em Marcos 13, Lucas 21 e Mateus 24. Entender o que Jesus disse nestes textos é base para compreendermos todos os aspectos do tempo em que vivemos e assim buscar as chaves para entender a chegada do tempo do fim. Caso você queira ler sobre os sinais em nosso tempo, não deixe de ler a segunda parte deste estudo, Os sinais do tempo do fim.

Sabemos que ninguém sabe o momento em que Jesus voltará (Marcos 13:32). Entretanto, a palavra nos ensina a vigiar para não sermos pegos de surpresa. O livro de Daniel também nos fala algo interessante: "Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão" Daniel 12:10.

Devemos buscar a sabedoria que vem do alto para poder entender o tempo em que vivemos, conforme cita o livro de Daniel. O homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, na visão de Daniel, profetizou não que os sábios saberiam o dia exato da volta de Cristo, mas que eles entenderiam os sinais daquele tempo. Eles entenderiam o tempo do cumprimento de todas as coisas, assim como o próprio Daniel compreendeu o tempo em que viveu e pôde servir ao Senhor de forma extremamente útil.

 O princípio das dores 

Assim como a grande maioria dos cristãos eu sempre achei que o princípio das dores era um prelúdio da Grande Tribulação, uma série de acontecimentos que nos indicaria a chegada do tempo do fim. Porém eu estava enganado, conforme veremos a seguir. Se você também sempre teve essa impressão, leia com calma as palavras a seguir e tire as suas próprias conclusões sobre estas coisas.

Para entender o verdadeiro significado do princípio das dores podemos utilizar o texto no original grego para compreender o que essa expressão "princípio das dores" quer dizer. O sentido original traz uma ideia de "primeiras dores" ou "princípio das dores de parto", como se este fosse o início de um longo caminho de dores de parto e tribulações que os cristãos enfrentariam.

Quando vemos que o significado está bem longe daquilo que sempre acreditamos, podemos imaginar que talvez o sentido tenha se perdido pela tradução ou pelo entendimento social que temos do termo "princípio das dores". É comum os cristãos entenderem o princípio das dores como este tempo que precede a Grande Tribulação. Este pensamento, entretanto, deve ser desconstruído para entendermos o real sentido do que Jesus está falando nestes textos.

Também podemos citar o capítulo 12 de Apocalipse, que fala sobre as dores de parto:
"Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz" Apocalipse 12:1-2.

"Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono" Apocalipse 12:5.

Neste texto vemos uma mulher, que representa figurativamente a Igreja, e ela está com dores de parto sofrendo tormentos para dar à luz. Este é mais um texto que eu não entendia até conseguir compreender o real sentido dos textos dos evangelhos. Para entendê-lo devemos diferenciar o fato da mulher sofrer as dores de parto com o nascimento do filho varão. Quando lemos as cartas às Igrejas da Ásia, nos primeiros capítulos de Apocalipse, vemos que desde o início o Senhor está levantando cristãos vencedores, que representam este filho varão. Consequentemente, devemos entender que esta mulher está "sofrendo tormentos para dar à luz" desde os tempos da igreja primitiva. O nascimento do filho varão é a vinda oculta de Jesus, o arrebatamento.

É inconcebível entender que apenas no fim dos tempos a Igreja sofrerá dores de parto, pois percebemos que os vencedores estão sendo gerados desde o princípio da história. Desde o início os irmãos têm sofrido com aflições, perseguições, tormentos e muitos até entregaram a própria vida por Jesus. É claro que não houve arrebatamento desde então: isto acontecerá em algum momento futuro no tempo do fim. Mas certamente todos nós vivemos no período de dores da Igreja.

Tudo isso nos mostra que o Princípio das Dores é apenas o início da era das igrejas, que passou por várias eras (ou igrejas) e que se acabará na Grande Tribulação. A primeira era foi a era de Éfeso; a segunda foi a era de Esmirna; a terceira, Pérgamo; a quarta, Tiatira; a quinta, Sardes; a sexta, Filadélfia; e a sétima, Laodiceia.

A temática de Jesus quanto ao princípio das dores também fica muita clara no trecho dos versículos 1 ao 4 de Mateus 24. Estes versículos são instruções que devem ser entendidas, primeiramente, como sendo direcionadas aos discípulos de Jesus, os doze apóstolos do Cordeiro e do tempo em que viveram. Prova disso é a motivação de todo este discurso. Vejamos o inicio do capítulo que comprova estas coisas:

"Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo. Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século. E ele lhes respondeu [...]" Mateus 24:1-4.

Vejam que neste texto desde o início a temática central era a destruição daquele templo em Jerusalém. Os discípulos se aproximam de Jesus para entender quando isso iria acontecer e para entender também sobre a consumação do século. Aqui a mensagem não é para nós, que vivemos os últimos dias, mas para os discípulos há dois mil anos. Pelo menos a parte relativa ao Princípio das Dores.

É bom entender este ponto, pois ele causa bastante confusão. Se lemos estes textos de Mateus, Marcos e Lucas com essa visão veremos que fará bastante sentido. Prova disso é que uma das características deste período que podemos identificar é que "ainda não é o fim". O Princípio das Dores, portanto, é o tempo dos apóstolos no primeiro século. Este é apenas o inicio da história da Igreja que começou no tempo dos apóstolos e durará até o tempo do fim, os sete anos de tribulação.

 Os Anticristos 

"Respondeu ele: Vede que não sejais enganados; porque muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu! E também: Chegou a hora! Não os sigais" Lucas 21:8.

O que Jesus falou acerca dos anticristos também foi direcionado, especificamente, aos seus discípulos. Depois da sua morte e ressurreição muitos vieram dizendo ser o messias que havia de vir ou mesmo se intitulando um profeta. Existem muitos textos em Atos, na primeira Epístola de João e mesmo na história antiga que nos mostram essa realidade.

Veja o que João falou acerca desse tema: "Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora" 1 João 2:18.

A primeira carta de João foi escrita entre os anos 85 e 90 do século 1 e afirma claramente que muitos anticristos estavam surgindo naqueles tempos. E mesmo o livro de Atos registra também algumas destas pessoas. Veja: "Porque, antes destes dias, se levantou Teudas, insinuando ser ele alguma coisa, ao qual se agregaram cerca de quatrocentos homens; mas ele foi morto, e todos quantos lhe prestavam obediência se dispersaram e deram em nada. Depois desse, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamento, e levou muitos consigo; também este pereceu, e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos" Atos 5:36-37.

Conforme o historiador judeu Flávio Josefo, Teudas foi um personagem que surgiu doze anos após a morte de Jesus e congregou grande multidão para o seguir. Ele dizia que abriria o rio Jordão para que as pessoas passassem por ele em seco. Flávio Josefo também cita que naqueles tempos surgiram uma multitude de magos e impostores que se levantavam para enganar as pessoas através de sinais e milagres, ditos feitos pelo poder de Deus.

Atos ainda cita outra situação: "Ora, havia certo homem, chamado Simão, que ali praticava a mágica, iludindo o povo de Samaria, insinuando ser ele grande vulto; ao qual todos davam ouvidos, do menor ao maior, dizendo: Este homem é o poder de Deus, chamado o Grande Poder. Aderiam a ele porque havia muito os iludira com mágicas" Atos 8:9-11.

Veja que estes textos de Atos nos ilustram exatamente o que Jesus havia alertado aos seus discípulos. O texto nos fala que Simão praticava mágica em Samaria e iludia todo o povo enganando-os para acreditarem que ele era o poder de Deus.

Um último ponto que podemos considerar é que nenhum registro na palavra de Deus, ou mesmo na história, menciona que haviam impostores antes da vinda de Jesus Cristo.

 Guerras, rumores de guerras e revoluções 

"Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas coisas, mas o fim não será logo" Lucas 21:9.

Assim como os anticristos, as guerras não são, nem de longe, um sinal do fim dos tempos. E isso nós não precisamos verificar com muito estudo na Palavra de Deus. Basta observar a história desde a morte e ressurreição de Jesus. Sempre houve guerras durante toda a história da humanidade. Sejam guerras, revoluções ou levantes, esses conflitos sempre estiveram presentes na civilização humana. Tudo isso sempre foi muito comum. Ainda hoje existem várias guerras, revoluções e levantes em curso no mundo.

Sempre houve guerras e elas também sempre estarão presentes em meio a humanidade até o fim. Sendo assim, as guerras não podem ser um sinal para verificarmos se o fim está próximo ou não. A guerra, em si, não pode determinar a chegada do tempo do fim.

Toda esta percepção faz cumprir um texto de Daniel, que diz: "E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações" Daniel 9:26.

Este texto nos mostra duas coisas interessantes. A primeira delas é uma profecia acerca da destruição da cidade de Jerusalém e do santuário, o segundo templo que foi destruído no ano 70 dC. Esta profecia nos revela que Jesus estava se referindo a este momento da história ao falar aos discípulos nos evangelhos. Devemos lembrar que para os judeus estes acontecimentos tiveram uma importância enorme, pois eles foram dispersados sobre a terra e só retornaram após o fim da segunda guerra mundial. Além disso a cidade de Jerusalém e o templo em si, que eles consideram até hoje ser o meio pelo qual Deus atua em meio aos homens, foi destruído. Este é o primeiro ponto que devemos observar.

O segundo ponto é a frase em vermelho: "[...] e até ao fim haverá guerra". Este versículo nos mostra que depois da destruição da cidade e do santuário não haverá um tempo sequer de paz sobre a terra até o tempo do fim. Sempre houve e sempre haverá guerra até o tempo do fim, a Grande Tribulação.

O texto do evangelho de Lucas também deixa claro que estas guerras não indicariam o tempo fim, pois o fim não seria logo. O que o texto de Lucas está dizendo é que estas guerras e revoluções não são acontecimentos que antecedem o fim, mas acontecimentos que estão ligados ao povo judeu, a cidade de Jerusalém e ao Templo. Como vimos anteriormente neste texto, o discurso de Jesus está sendo direcionado aos seus discípulos.

A história conta que houveram muitas guerras naqueles anos nos arredores de Jerusalém. O historiador Flávio Josefo descreve guerras na Palestina, Galileia e Samaria no ano 66 dC e muitos rumores de guerra na região. Josefo também cita alguns conflitos relacionados aos judeus. Ele diz que em Cesareia, no ano 59 dC, judeus e sírios disputavam sobre o direito àquela cidade e vinte mil judeus foram mortos. Comenta que em Citópolis mais de treze mil judeus foram mortos e outros cinquenta mil em Alexandria. Tudo isso aconteceu até a destruição de Jerusalém. Outro historiador romano também descreve guerras e insurgências em vários lugares como Alemanha, África, Turquia, Gália, Irã e Armênia.

"[...] porém tudo isto é o princípio das dores [de parto]" Mateus 24:8.

O versículo acima de Mateus nos traz um detalhe que também ajuda a confirmar que estas coisas não são relatos do fim dos tempos, mas do tempo de Atos no inicio do primeiro século. Tudo isso é somente o princípio das dores de parto. Essas guerras e rumores de guerras nada mais são do que um sinal que demonstrava o fim do período do segundo templo e da cidade de Jerusalém.

 Terremotos e fome 

"[...] e haverá fomes e terremotos em vários lugares" Mateus 24:7.

Nos textos de Mateus, Marcos e Lucas também temos a citação de Jesus acerca de terremotos e fome. Tudo isso, como vimos neste texto, também está direcionado aos discípulos e não ao nosso tempo contemporâneo.

● Terremotos

Nos tempos da Igreja Primitiva os discípulos experimentaram grande número de terremotos. O historiador romano Tácito menciona vários terremotos em Roma. Ele escreveu: "Terremotos frequentes estão ocorrendo, de modo que muitas casas foram lançadas abaixo" e ainda "[...] doze cidades populosas da Ásia foram às ruínas em um terremoto".

O filosofo romano Séneca também mencionou os terremotos deste período. Em 58 dC ele escreveu: "Quantas vezes cidades da Ásia e da Acaia caíram com um choque fatal! Quantas cidades foram engolidas na Síria! Quantas na Macedônia! Quantas vezes o Chipre tem sido desperdiçado por estas calamidades! Quantas vezes Paphos [uma cidade no Chipre] tornou-se uma ruína! Chegam a nós as notícias da demolição de cidades inteiras de uma só vez".

No ano 60 dC Hierápolis, Colossos e Laodiceia foram destruídas por terremotos. Houve terremotos em Creta, Apameia, Esmirna, Mileto, Chios e na Judeia. Terremotos em vários lugares e todos eles entre a morte do Senhor Jesus e a destruição do templo em 70 dC.

Quando falamos sobre o princípio das dores devemos entender que estes terremotos foram um sinal no tempo dos discípulos e não devem ser entendidos como um sinal do fim dos tempos (ao menos quando tratamos acerca do principio das dores). Isso fica muito claro quando lemos estes textos e temos fontes históricas sobre o que aconteceu nos primeiros anos da Igreja.

● Fome

"Naqueles dias, desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia, e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio" Atos 11:27-28.

Os versículos acima de Atos nos mostram que a fome também foi uma realidade nos tempos da igreja primitiva. Este texto, por si só, já nos comprova que as palavras de Jesus foram direcionadas aos discípulos e ao inicio da era da Igreja após a sua morte e ressurreição.

Quando olhamos os registros históricos e o livro de Atos percebemos que essa fome citada por Jesus aconteceu nos tempos de Cláudio. Os historiadores romanos afirmam que apenas em Roma houve registro de trinta mil mortes relacionadas a fome. Tudo isso foi registrado na história por nomes como Tácito, Suetônio e Eusébio. Os registro mostram que ela foi muito severa em Jerusalém. Flávio Josefo também afirma que muitas pessoas morreram. A Judeia foi especialmente atingida e muitos discípulos enviaram ajuda aos irmãos da Judeia neste período (Atos 11:27-29). Tudo isso ocorreu conforme o texto bíblico no período do reinado de Cláudio de 41 a 54 dC.

 A perseguição contra a Igreja Primitiva 

"Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e vos matarão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome" Mateus 24:9.

Depois de compreender que todo este texto está sendo direcionado aos discípulos é óbvio que esta perseguição também é direcionada para os próprios discípulos de Jesus no tempo da igreja primitiva. Quando estudamos o livro de Atos, vemos que muitos destas coisas já foram cumpridas conforme a descrição do que Jesus disse no versículo acima. É muita vaidade da nossa parte achar que esta perseguição acontecerá apenas no tempo do fim e esquecer dos nossos irmãos que foram mortos brutalmente no tempo da igreja primitiva.

"Antes, porém, de todas estas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome e isto vos acontecerá para que deis testemunho" Lucas 21:12-13.

Este versículo de Lucas também nos mostra essa realidade. A palavra "antes" quer dizer que antes de todas as cosias que Jesus já havia predito (anticristos, guerras, terremotos e fome), a perseguição já se faria presente. E vemos que isso foi realidade na vida da maioria dos santos no livro de Atos.

"Estai vós de sobreaviso, porque vos entregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis [vós] açoitados, e vos farão comparecer à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho" Marcos 13:9.

Veja, que no livro de Marcos, Jesus é ainda mais direto em relação aos discípulos. Ele usa os pronomes "vós" e "vos" dando a ideia de que os ouvintes que ali estavam seriam os tais que seriam perseguidos.

E de fato eles foram! Estas palavas foram completamente cumpridas nos acontecimentos em Atos. Começando por Pedro e João. Quando eles curaram um paralítico à porta do templo, e foram ensinar às multidões, eles foram presos (Atos 4:3) e depois foram levados perante o sinédrio, onde deram testemunho acerca das coisas que sucederam (Atos 5:27) conforme Jesus havia predito. Depois Deus levantou Estêvão como diácono, homem cheio de poder e de fé, o qual os judeus nem mesmo podiam suportar, tamanha era a glória que resplandecia da sua face e das palavras de sabedoria que ele professava. E por se mostrar fiel e irrepreensível não puderam contra ele, antes, o apedrejaram e ele morreu vendo o céu aberto (Atos 7:55-60).

E ainda que concordando com tudo que se passava (Atos 8:1), estava Saulo, perseguidor da Igreja, que continua em sua jornada arrastando quantos cristãos ia encentrando pelo caminho (Atos 8:3). E, não satisfeito, foi a Damasco perseguir os irmãos, mas a glória de Deus o cobriu e ele mesmo viu o Senhor Jesus em glória de forma que seus olhos foram queimados com tamanho poder e nada comeu ou bebeu por três dias. E imediatamente passou a pregar Jesus o Cristo e ele mesmo sofreu perseguição ainda em Damasco (Atos 9:23-25). Paulo foi escolhido por Deus para levar a palavra para os gentios, para reis e para os judeus, mas também para sofrer pelo seu nome (Atos 9:16).

Tiago, irmão de João, também foi morto por Herodes (Atos 12:2) e Pedro foi atirado na prisão, de onde o Senhor lhe resgatou com a ajuda de um anjo (Atos 12:5-10). E ainda tomaram Jasom da sua própria casa por ter ele recebido Paulo e Silas. E por muitas outras ocasiões em Atos os discípulos foram perseguidos.

E se as muitas histórias de Atos não são satisfatórias, podemos também citar o tempo de Nero, que incendiou Roma no ano 64 dC e colocou a culpa nos cristãos passando a persegui-los por todo império romano. Tamanha foi a barbárie contras os cristãos promovida por Nero naquele tempo que tudo foi registrado pelo historiador Tácito: "[...] uma grande multidão foi condenada não apenas pelo crime de incêndio mas por ódio contra a raça humana. E, em suas mortes, eles foram feitos objetos de esporte, pois foram amarrados nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por cães, ou cravados em cruzes, ou incendiados, e, ao fim do dia, eram queimados para servirem de luz noturna".

O livro de apocalipse também registra esse tempo como a segunda era da Igreja, representada pela igreja em Esmirna (Apocalipse 2:8-11). Esta carta e a carta à igreja em Filadélfia, são as únicas que não possuem uma repreensão sequer. Veja:

"Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver. Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás. Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte" (Apocalipse 2:8-11).

Não há repreensão contra estes irmãos. Para eles foi dito, apenas, que fossem fieis até a morte, para então, receber a coroa da vida.

 A Pregação do Evangelho e o Fim 

"E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim" Mateus 24:14.

A ideia que normalmente temos quando lemos esses textos é que o evangelho será pregado em todo o mundo, e quando o evangelho finalmente chegar a todas as nações, então chegaremos ao fim. Mas será essa a melhor visão deste versículo?

Para entendermos devemos primeiro entender a qual fim Jesus está se referindo. Afinal, o que seria esse fim? O fim, ou o tempo do fim, até onde eu consegui verificar, é realmente a Grande Tribulação. A Grande Tribulação é o tempo do fim que foi profetizado por muitos profetas e santos através da história.

Quando Jesus se refere ao período chamado princípio das dores, ele realmente quer falar sobre os acontecimentos que os discípulos presenciariam em vida. Porém, este não é o único foco da discussão. Isso fica evidenciado em algumas partes do capítulo de Mateus 24. Quando os discípulos chegam até Jesus no monte das oliveiras eles dizem o seguinte: "Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século" Mateus 24-3. A pergunta dos discípulos teve dois núcleos. O primeiro está relacionado aos acontecimentos relativamente ao templo e aos próprios discípulos, o princípio das dores. O segundo está relacionado a vinda futura de Jesus e a sua Parousia, quando ele virá majestoso julgar o mundo.

O versículo 15 de Mateus também nos indica isso. Neste versículo Jesus cita o abominável da desolação, que certamente é um acontecimento da Grande Tribulação. Este acontecimento foi profetizado por Jesus e está relacionado ao templo. Como o templo foi destruído no ano 70dC e esta profecia ainda não foi cumprida, então a única possibilidade é que ela seja cumprida no tempo do fim. E se este é o caso, o fim do versículo anterior só poderia ser o tempo do fim, a grande tribulação.

Outro ponto são os versículos anteriores. Dos versículos 4 ao 8 de Mateus 24 Jesus parece se referir ao princípio das dores, a era dos apóstolos. Tanto que no versículo 8 ele resume toda a história: "[...] porém tudo isto é o princípio das dores" Mateus 24:8. Do versículo 9 ao 14 de Mateus 24 Jesus parece profetizar acerca de tempos dalém da era dos apóstolos como se ele estivesse resumindo, profeticamente, toda a história do mundo e culminando no versículo 14. Isso também é evidenciado no versículo 9 quando ele inicia a frase com a palavra "Então". Essa palavra evidência a continuidade temporal dos acontecimentos expostos anteriormente.

A palavra grega para “nações” aqui é “ethnos”, o que significa que a palavra será pregada para testemunho a todas as etnias e nacionalidades antes do fim. Este é o único pré-requisito para chegarmos ao fim citado neste texto. E o fim, como já citamos, é a grande tribulação que trataremos com maior detalhes nos dois próximos estudos Os sinais do tempo do fim e A Grande Tribulação.

 Conclusão 

Compreender o que a palavra nos ensina em verdade é vital para alcançar a revelação de Deus. Muitas vezes o que ouvimos dita a nossa crença e acaba maculando a realidade da palavra de Deus. Este texto é um grande exemplo. Tenho certeza que muitos, assim como eu, também acreditavam que o princípio das dores era o tempo anterior a grande tribulação. Mas dou glória a Deus que mesmo em coisas tão pequenas nos ensina e instrui.

Quanto ao mais, devemos lembrar que a cada dia nos aproximamos da vinda do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Devemos estar atentos para entender o tempo em que vivemos, para não ser pegos desprevenidos. Quanto aos sinais da vinda de Cristo em nosso tempo, leia também a segunda parte deste estudo: Os sinais do tempo do fim.