quinta-feira, 30 de outubro de 2014

PODEIS VÓS BEBER O CÁLICE???

“Podeis vós beber o cálice?”
“Então, se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir. E ele lhes perguntou: Que quereis que vos faça? Responderam-lhe: Permite-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda. Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado? Disseram-lhe: Podemos. Tornou-lhes Jesus: Bebereis o cálice que eu bebo e recebereis o batismo com que eu sou batizado; quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda, não me compete concedê-lo; porque é para aqueles a quem está preparado. Ouvindo isto, indignaram-se os dez contra Tiago e João. Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10:35-45).
O relato paralelo em Mateus 20 mostra que Salomé, mãe de Tiago e João, também estava envolvida no seu pedido. Se era inicialmente sua idéia ou idéia de seus filhos, não somos informados, mas o procedimento inteiro mostra que os discípulos de Jesus não compreenderam ainda realmente a natureza de seu propósito – nem do propósito deles.
Ele não tinha vindo à terra para a glória pessoal, mas para servir às necessidades de pecadores que estavam perdidos e morrendo. Seus apóstolos não deviam ser servidos e paparicados, mas deviam entregar-se à tarefa da redenção humana.
Quando Jesus perguntou se poderiam beber do seu cálice e serem batizados com seu batismo, responderam de modo afirmativo, mas não compreenderam o que Jesus estava falando. O “cálice” e o “batismo” deste contexto são figuras do discurso. Eles já tinham sido batizados com o batismo de água a qual Jesus foi submetido. Logo compartilhariam com ele do cálice de sua ceia memorial. Mas o cálice e o batismo de Marcos 10 eram símbolos do sofrimento. Poderiam ser imersos no sofrimento como estava prestes a acontecer com Jesus? Poderiam beber o cálice temido de Marcos 14:36? Poderiam, e iriam – mas ainda não compreenderam realmente as suas palavras.
Ao ouvir o pedido de Tiago e João por considerações especiais, os outros ficaram indignados, provavelmente não porque a idéia era repulsiva a eles, mas porque Tiago e João tiveram a idéia antes deles. Havia ainda muito a aprender, mas no tempo devido, compreenderiam completamente.

SALVAÇÃO SEM ARREPENDIMENTO???

Arrependimento É Exigido para a Reconciliação

As pessoas estão separadas de Deus pelo pecado (Isaías 59:1-2). Paulo mostra claramente que todos pecaram e portanto merecem a conseqüência da morte: eterna separação de Deus (Romanos 3:23; 6:23). Nestas condições, os homens devem procurar se reconciliar com Deus. Usando exemplos de pessoas que foram punidas nesta vida, Jesus disse que outros também seriam destruídos: ". . . se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis" (Lucas 13:3,5). Ele não poderia mais claramente ter-nos informado que o arrependimento é essencial para a salvação.

Arrependimento Requer Volta

Com uma definição simples, dizemos então que o arrependimento é uma mudança de atitude. Na linguagem do Novo Testamento, a palavra se refere a alguém que muda de atitude, desiste do pecado e se volta para Deus. Arrependimento é, em suma, a atitude de alguém que desiste de pecar.

Arrependimento Resulta em Revisão

Enquanto arrependimento em si mesmo é uma mudança de atitude, ele também exige uma mudança na conduta da pessoa. João Batista instruiu as pessoas com, "Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento" (Mateus 3:8). Uma pessoa que realmente mudou de atitude com respeito ao pecado manifestará essa mudança em suas ações. Jesus falou das diferenças entre as boas e as más pessoas, e disse ". . . pelos seus frutos os conhecereis" (Mateus 7:20).
Uma pessoa que realmente se arrependeu do pecado não vai continuar a andar de acordo com a carne. As obras da carne serão substituídas pelo fruto do Espírito na pessoa que saiu do pecado para servir a Deus (Gálatas 5:19-26).

Resultados do Arrependimento

Arrependimento é uma parte essencial do que Deus exige para nossa salvação. Sem arrependimento, ninguém será salvo do pecado e suas terríveis conseqüências. Entretanto, como é verdade para todos os outros itens do plano, o arrependimento por si só não salva. Se uma pessoa se desviou do pecado sem realmente crer em Jesus Cristo, ela não o obedeceu completamente. Alguém que se desviou do pecado mas não é batizado para o perdão destes mesmos pecados também negligenciou uma parte vital do plano de Deus para a salvação (repare na relação do arrependimento e batismo em Atos 2:38). Enquanto alguém não pode ser salvo somente pelo arrependimento, ninguém pode ter as riquezas espirituais sem o arrependimento.
As Condições para o Perdão
O mundo trata o pecado levianamente.  Não entende o quanto  fere a Deus, nem percebe o castigo enorme que acarreta para o homem.  O desejo, com a ajuda do mal, incita o homem a violar a lei de Deus e morrer espiritualmente.  "Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte" (Tiago 1:15).  O fim é a destruição eterna.

Paulo, fazendo uso de seu estado irregenerado para descrever o pecador no momento que percebe a sua condição de perdido, exclama com tristeza:  "Desventurado homem que sou!  Quem me livrará do corpo desta morte?" (Romanos 7:24).  Ele manifesta o estado desesperado da aterradora escravidão do pecado.  Ele sente as suas cadeias e anseia a libertação, mas não vê como pode ser salvo.  Então chega o evangelho com esperança.  Há um Salvador!  Exultando com a descoberta, responde com alegria à sua pergunta:  "Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor".  Deus dá-lhe a vitória através do seu Filho (1 Coríntios 15:57).  Não é de admirar que os peregrinos redimidos no céu louvem tal Redentor (Apocalipse 5:9).

Mas, quando enxerga a saída, seus pensamentos de novo se voltam para o seu interior.  Quem é ele para atrair a atenção de Deus para o seu estado miserável?  Que há nele para estimular uma graça tão abundante como essa?  Como alguém como ele jamais pode merecer uma misericórdia tão infinita?  Certamente ele não pode fazer nada digno de libertação.  Se obedecer a cada ordem, ainda assim seria um servo inútil (Lucas 17:10).  Mas Deus vê no homem algo que vale a pena salvar.  Portanto, ele "deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade" (1 Timóteo 2:4).  Seu amor pela raça pecaminosa de Adão é tão grande que ele estava disposto a pagar um alto preço para libertar os cativos (João 3:16).

Os teólogos têm focalizado tanto na profundeza do pecado do homem e na abundância da graça de Deus que perderam de vista o papel que o homem desempenha na sua salvação.  Levaram milhares a crer no perdão incondicional.  Forjaram um conflito entre a salvação pela graça e o perdão condicional como se um anulasse o outro.  Ao mesmo tempo, os pregadores da "antiga ordem", no zelo por restaurar as veredas antigas, nem sempre tiveram o cuidado de pesá-las na balança da graça divina.  Somos salvos "pela graça . . . mediante a fé" (Efésios 2:8).  Ninguém nega o caráter essencial da graça, mas a devida atenção nem sempre é dispensada ao seu papel no perdão.

Quando Israel se viu preso entre o exército de Faraó e o mar Vermelho, Moisés lhe tranqüilizou dizendo:  "Não temais, aquietai-vos e vede o livramento do Senhor que, hoje, vos fará" (Êxodo 14:13).  Quem não consegue ver a graça de Deus ao encher Israel de esperança?  Quem não é capaz de ver o seu poder ao dividir o imenso mar?  Mas, mesmo assim, houve sem dúvida algumas condições explícitas. Israel tinha de obedecer a Deus e fazer o que ele mandava.  O povo marchou em meio aos muros de água que se formaram sem medo de que desabassem sobre todos.  A graça de Deus e a fé de Israel se uniram para efetuar a libertação (Hebreus 11:29).  "Assim, o Senhor livrou Israel, naquele dia, da mão dos egípcios" (Êxodo 14:30).

A graça de Deus em Cristo provê o único remédio para o pecado.  O evangelho de sua graça é "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Romanos 1:16).  A graça de Deus operou desde a eternidade para traçar aquele plano de salvação (Efésios 3:10-11).  Trabalhou "no passado" para desvendar aquele plano pela voz dos profetas.  Trabalhou "na plenitude dos tempos" para concretizar o plano pela morte, sepultamento, ressurreição, ascensão e coroação de Cristo.  E opera em nossos dias para perdoar os pecados do homem em resposta a uma fé obediente.

No entanto, a graça maravilhosa de Deus, que salva os pecadores, não elimina as condições desse perdão, assim como a graça maravilhosa ao salvar os israelitas não eliminou as condições de marcharem confiantes pelo mar Vermelho.  Mas quais são as condições do perdão?  Ao dar a Grande Comissão, Jesus disse:  "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.  Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado" (Marcos 16:15-16).  A pessoa que não tem fé suficiente para ser batizada não tem fé suficiente para ser salva pela graça por meio da fé.  O fato de que o arrependimento é essencial para o perdão do pecador foi mostrado claramente por Cristo em Lucas 24:46-47, e Pedro em Atos 2:38.

"É no reino da graça, bem como no reino da natureza.  O céu fornece o pão, a água, os frutos, as flores; mas devemos colhê-los e desfrutá-los.  E, se não há nenhum mérito em comer o pão que o céu enviou para a nossa vida física e o nosso bem-estar, tampouco há mérito em comer o pão da vida, que desceu do céu para a nossa vida e para o nosso consolo espirituais.  Mesmo assim, é verdade que tanto na graça, como na natureza, quem come não morrerá.  Portanto, há condições para desfrutar, embora não haja condições de mérito, quer na natureza, quer na graça

LAVA O TEU CORAÇÃO

Jeremias profetizou nos anos imediatamente anteriores à destruição de Jerusalém, capital de Judá. Os apelos dele foram algumas das últimas tentativas de Deus a resgatar seu povo do castigo. Houve muitos motivos para puni-lo, principalmente a constante idolatria de Judá. As pessoas de Judá esqueceram de Deus e praticaram todo tipo de imoralidade e injustiça. Não houve mais amor e compaixão. O pecado dominou o povo, desde os reis e sacerdotes até as pessoas comuns (Jeremias 1:18; 2:8).
Jeremias deixou bem claro que o problema não era meramente de erros externos. Como é sempre o caso, o pecado externo tem raízes internas. Jesus, 600 anos depois, ensinou a mesma coisa: "Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem" (Marcos 7:21-23). No sermão do monte, Jesus repetidamente foi atrás do pecado visível para o cortar pela raiz no coração (Mateus 5-7).
Qual a solução ao problema de pensamentos errados que nos levam a outros pecados? Jeremias pregou que é necessário limpar o coração, não deixando mais lugar para o pecado: "Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para que sejas salva! Até quando hospedarás contigo os teus maus pensamentos?" (Jeremias 4:14). O problema de pensamentos errados continua, e a solução ainda é a mesma. Paulo disse que estamos numa batalha espiritual para levar "cativo todo pensamento à obediência de Cristo" (2 Coríntios 10:5).
O pecado continua se hospedando no seu coração? Está na hora de expulsá-lo de casa, se submetendo à vontade de Cristo.


Crucificando a Carne (Gálatas 5:19-21)
A carta de Paulo aos gálatas ataca com força a doutrina falsa que alguns cristãos judeus estavam ensinando, pela qual tentavam obrigar os cristãos a obedecer a lei que Deus havia dado aos israelitas, no Velho Testamento. Ele demonstra efetivamente que nossa justificação é pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei de Moisés. Os primeiros quatro capítulos do livro apresentam e defendem seus argumentos para mostrar que não somos escravos sob a velha lei, mas livres em Cristo. Em Gálatas 5:1, ele faz este forte apelo: "para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão."
Paulo faz, então, uma transição dos argumentos doutrinários contra este erro de alguns irmãos judeus, para os argumentos práticos que todos podemos e devemos aplicar em nossas vidas. Pondo de lado a lei do Velho Testamento, ele continua dizendo: "Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor" (Gálatas 5:13). Este contraste entre nossa liberdade em Cristo e a escravidão à carne é desenvolvido nos versículos finais do capítulo 5, onde ele mostra que devemos andar no Espírito e recusarmo-nos a satisfazer os desejos pecaminosos de nossa carne. Ele nos diz que estamos em uma guerra que o Espírito deve vencer. Para ajudar-nos a ser vitoriosos, ele enumera as obras da carne e coloca-as em contraste direto com o fruto do Espírito. Vai nos ajudar a vencer o inimigo dos desejos carnais se considerarmos cuidadosamente esta lista e o significado das palavras que Paulo emprega.

As Obras da Carne (Gálatas 5:19-21)

Muitos dos pecados listados aqui são semelhantes, portanto, pode ajudar em seu entendimento se os considerarmos em grupos.

Pecados de Impureza Sexual

Prostituição (19) é um termo amplo, que descreve relações sexuais ilícitas. Sua origem, como pode ser entendida pela tradução comum, "prostituição", vem de uma palavra que descrevia "amor" que pode ser comprado e vendido, onde uma pessoa é usada e descartada. Em vez de restringir as relações sexuais como Deus tencionava (somente a um casamento legal, por toda a vida, de um homem com uma mulher, Gênesis 2:24; Hebreus 13:4), aqueles que praticam a prostituição fazem do sexo uma paixão carnal barata e vazia.
Impureza (19) significa basicamente sujeira. Ela fala da impureza que corrompe a moralidade e a alma de uma pessoa. Ela pode ser usada para falar de impureza religiosa, mas também veio a significar corrupção moral. Esta impureza separa uma pessoa de Deus, que é puro e santo.
Lascívia (19) sugere um amor ao pecado, de quem perdeu sua vergonha e imprudentemente viola a lei de Deus. É normalmente usada para falar de tal atitude para com os pecados sexuais.

Pecados de Impureza Espiritual e Religiosa

Idolatria (20) é, essencialmente, a adoração de uma criatura quando deveríamos adorar somente o Criador. É, assim, uma rejeição de Deus e de sua posição de autoridade e honra. Pode ser cometida na adoração a imagens (Romanos 1:19-23) ou na exaltação e na busca de coisas materiais (Mateus 6:24; Colossenses 3:5).
Feitiçaria (20) vem da mesma raiz que a palavra "farmácia". Ela, originalmente, se referia a drogas medicinais, e com o passar do tempo veio a ser associada com o abuso de drogas e, finalmente, com o abuso de drogas em bruxaria e feitiçaria.

Pecados Contra Outras Pessoas

As obras da carne incluem oito palavras que se referem a conflitos e divisões entre pessoas, por causa de atitudes egoístas e pecaminosas, que destroem as relações pessoais. Estes pecados têm destruído muitas amizades, famílias e igrejas, e têm que ser vencidos para se andar no Espírito.
Inimizades (20) é uma palavra comum para descrever a separação entre inimigos. É a mesma palavra que Paulo usou em outro lugar para falar da separação de Deus (Romanos 8:7), ou a divisão entre os judeus e os gentios que foi removida pelo sacrifício de Cristo (Efésios 2:14-16). Os cristãos têm que amar seus inimigos, e não podem imitar ao ódio do mundo (Mateus 5:43-48).
Porfias (20) são o comportamento que resulta da atitude de inimizade. Esta palavra descreve debates, disputas e lutas que freqüentemente ocorrem quando pessoas estão preocupadas, de modo egoísta, em proteger seus próprios interesses.
Ciúmes (20) é uma palavra que fala do medo de perder alguma coisa, que leva a conflitos com outros e até mesmo a ressentimento e ódio a outras pessoas.
Iras (20) é uma palavra forte que descreve a fúria e o impulso violento contra coisas ou pessoas que nos ofendem. É, freqüentemente, vista na tendência de pessoas a reagirem quando se sentem lesadas. Em contraste, Paulo disse que não temos que procurar vingança, mas devemos deixar a Deus o exercício da justiça (Romanos 12:19-21).
Discórdias (20) descrevem as dissensões que resultam de ambições egoístas. É uma palavra política que descreve a campanha partidária pela honra e posição. Tal política não tem lugar entre os servos de Cristo. Paulo disse que a solução para tais conflitos é imitar a atitude altruísta e sacrificial de Cristo (Filipenses 2:1-8).
Dissensões (20) descrevem as divisões que resultam quando as pessoas satisfazem seus próprios desejos em vez de buscar agradar ao Senhor. Para evitá-las, precisamos basear nossa unidade na palavra de Deus (1 Coríntios 1:10) e no exemplo que Jesus nos deu (João 17:20-23).
Facções (20) são seitas ou partidos. Os primeiros três capítulos de 1 Coríntios mostram que tais seitas não deveriam existir na igreja do Senhor. Não devemos seguir as várias doutrinas humanas que dividem o mundo religioso, mas devemos nos unir a Cristo e com aqueles que o seguem fielmente.
Invejas (21) são similares aos ciúmes. Os ciúmes resultam do temor de perder algo que alguém já tem; as invejas são o ódio e o ressentimento que uma pessoa sente quando outros prosperam.

Pecados que Demonstram Falta de Autodomínio

Bebedices (21), ou embriaguez, é um problema que tem afligido as sociedades desde os tempos antigos. O abuso do álcool, com todos os seus feios resultados de mortes desnecessárias, lares desfeitos, esposas e filhos maltratados, etc., continua a ser uma das mais comuns obras da carne. Ela não tem lugar na vida de uma pessoa que está verdadeiramente sob o comando de Deus.
Glutonarias (21) é uma palavra que nos recorda que o excesso, mesmo em coisas que não são inerentemente más, pode ser errado. Não é errado comer, mas comer sem se conter é errado. A pessoa que não pode recusar comida não está mostrando o autodomínio que Deus exige de nós.

E Coisas Semelhantes

Esta não é uma lista completa de todos os pecados possíveis que uma pessoa pode cometer. Paulo está simplesmente dando exemplos para ilustrar a diferença entre a pessoa que é governada pelo Espírito e aquela que é uma escrava das paixões carnais. Ele nos está desafiando a retirar estas coisas de nossas vidas para que possamos viver e andar no Espírito.

A Conseqüência do Servir à Carne

Paulo não deixa dúvida em seu comentário final, no versículo 21: ". . . a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais cousas praticam". Há uma ligação inegável entre nossa conduta e nossa salvação eterna. A pessoa que não permite ao Espírito mudar totalmente sua vida e remover tal carnalidade não receberá o prêmio de um lar eterno com Deus. Devemos ser transformados de dentro para fora (Romanos 12:1-2).

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A Babilônia na Profecia Bíblica

Será que a Bíblia tem algo a dizer sobre o papel a ser desempenhado pela Babilônia no futuro? A Babilônia mencionada na Bíblia tem alguma relação com o Iraque de nossos dias?
Essas questões podem ser solucionadas respondendo à seguinte pergunta: todas as referências bíblicas à Babilônia devem ser interpretadas literalmente ou não? Eu creio que sim. O Dr. Charles Dyer declara:
A Bíblia menciona o termo Babilônia mais de duzentas e oitenta vezes, e muitas dessas referências dizem respeito à futura cidade de Babilônia que será edificada na areia fina do atual deserto.[1]
Na verdade, depois de Jerusalém, Babilônia é a cidade mais citada em toda a Bíblia. Mas qual será o seu destino profético? Para entendermos esse assunto de maneira adequada, precisamos iniciar a nossa viagem explorando o passado da Babilônia, já que os fatos relacionados ao seu nascimento prestam auxílio no esclarecimento de seu papel futuro.

O Passado de Babilônia

A antiga cidade de Babilônia começou imediatamente após o Dilúvio e simboliza a expressão da rebelião direta do homem contra Deus e contra a Sua ordem: “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra” (Gn 9.1b). Portanto, o reinado humano começou na Babilônia com uma rebelião clara e evidente contra Deus. O Senhor interveio e espalhou a humanidade rebelde confundindo seus idiomas. O nome “Babel” foi dado à cidade de Ninrode, por causa da sentença de Deus sobre seus habitantes (Gn 11.1-9). O Dr. Dyer explica:
Babel foi a primeira tentativa de unificação da humanidade para causar um curto-circuito no propósito de Deus. Essa primeira cidade pós-diluviana foi projetada expressamente para frustrar o plano de Deus relativo à humanidade. As pessoas buscavam unidade e poder, e Babel deveria ser a sede governamental desse poder. Babilônia, a cidade feita por homens, que tenta se elevar até o céu, foi construída em direta oposição ao plano de Deus.[2]A Babilônia estava novamente em primeiro plano no sexto século antes de Cristo[3] quando Deus enviou o Reino do Sul de Israel (Judá) para os setenta anos de cativeiro. Foi nessa época que Daniel recebeu de Deus muitas de suas visões proféticas. Nessas revelações, a Babilônia foi o primeiro dos quatro grandes impérios que se levantaram durante os “tempos dos gentios” (Dn 2 e 7). A história revela que a Babilônia sofreu um declínio até o segundo século depois de Cristo, quando ficou deserta. Essa cidade soterrada sob as areias do tempo durante os últimos mil e setecentos anos recomeçou sua ascensão no século passado. Espere mais um pouco e você verá a Babilônia tornando-se uma força religiosa, comercial e politicamente dominante no mundo, pois os capítulos 17 e 18 de Apocalipse predizem sua destruição, mas, para ser a cidade que essas profecias projetam, Babilônia precisa ser reconstruída em grande escala, voltando a ser como nos dias de Nabucodonosor.

O Futuro de Babilônia

Como a Babilônia desempenhou um importante papel no passado, também já está agendado por Deus – segundo foi revelado na profecia – que ela desempenhará um papel central no futuro. Ela se tornará, provavelmente, a capital do Anticristo durante os futuros sete anos de tribulação, conforme retratado na série de ficção Deixados para Trás de Tim LaHaye e Jerry Jenkins.
A Babilônia foi a cidade mais importante do mundo por quase 2000 anos, e a Bíblia nos diz que será reerguida e colocada no palco mundial do fim dos tempos para representar um papel de destaque (Ap 14.8; Ap 16.19; Ap 17 e Ap 18). A profecia referente ao final dos tempos exige que a Babilônia seja reconstruída e se torne uma cidade importante aos interesses mundiais durante a Tribulação. O texto de Isaías 13.19 diz: “Babilônia, a jóia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou”. O contexto de Isaías 13 é “o Dia do Senhor”, expressão mais utilizada no Antigo Testamento para o termo largamente conhecido como “Tribulação”. Além disso, no passado a Babilônia foi conquistada por outros povos mas nunca foi destruída num cataclismo (ou seja, “como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou”). Atualmente a [região de] Babilônia tem aproximadamente 250.000 habitantes. O texto de Apocalipse 18.16,19 fala de uma súbita destruição pela mão de Deus: “Ai! Ai! da grande cidade,... porque, em uma só hora, foi devastada!” O Dr. Arnold Fruchtenbaum declara:
As profecias referentes à cidade de Babilônia nunca se cumpriram no passado, o que qualquer enciclopédia pode testificar. Para que as profecias bíblicas se cumpram, é necessário que a cidade de Babilônia seja reconstruída na mesma área de outrora. A antiga Babilônia é o atual Iraque.[4]A Babilônia tem um importante papel na história futura, mas será totalmente destruída num determinado momento ainda por vir.
Em Apocalipse 17-18 Babilônia é citada como sendo a fonte da religião, do governo, e da economia ímpios. Todos os aspectos injustos da sociedade do fim dos tempos são, finalmente, derivados de uma fonte babilônica. O verdadeiro caráter de Babilônia é revelado a João em Apocalipse 17.5 como um mistério assim descrito:
“BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA”.
Como a mãe de todas as religiões falsas, Babilônia é a fonte onde nasce o falso cristianismo de nossos dias e, certamente, durante a Tribulação. Todas as correntes do cristianismo apóstata – catolicismo romano, as igrejas ortodoxas do Oriente e o protestantismo liberal – vão convergir na Babilônia eclesiástica (Ap 17) durante a Tribulação. O Dr. Dyer nos informa:
...em Apocalipse 17 João descreve a visão em duas partes. A primeira parte fala de uma mulher identificada como Babilônia. Simboliza uma cidade de extrema riqueza que controla – “povos, multidões, nações e línguas” (Ap 17.15). Ela é literalmente a cidade de Babilônia reconstruída.[5]
Esses povos, multidões, nações e línguas vão continuar sua tarefa de enganar, mas sofrerão o juízo de Deus durante e no final da Tribulação. Encontramos o mesmo parecer sobre Babilônia e a descrição de um destino semelhante em Apocalipse 18 referindo-se à Babilônia comercial.

Uma Babilônia Literal

Ao longo da história da Igreja, grande parte dos intérpretes da Bíblia pensava que essa Babilônia fosse um tipo de palavra-código referente a alguma entidade como o Império Romano, o catolicismo romano, o cristianismo apóstata ou mesmo os Estados Unidos ou a Inglaterra. Entretanto, creio que, assim como o termo “Israel” na Bíblia sempre se refere a Israel, o termo “Babilônia” sempre se refere à Babilônia.
Em primeiro lugar, creio que o livro de Apocalipse é uma grande estação central para onde convergem todas as profecias bíblicas referentes ao futuro. O Dr. Fruchtenbaum explica esse fato da seguinte maneira:
As profecias do Antigo Testamento estão espalhadas pelos livros de Moisés, de vários profetas e pelos livros históricos. Seria impossível desenvolver qualquer seqüência cronológica dos eventos mencionados nessas profecias. O valor do livro de Apocalipse não está no fato de oferecer novas informações, mas em ordenar as profecias do Antigo Testamento em seqüência cronológica, possibilitando determinar a ordem dos eventos.[6]
Quando se estuda o que Deus declara acerca da Babilônia no livro de Apocalipse, obviamente vemos que essas profecias não se cumpriram em acontecimentos passados e, portanto, terão seu cumprimento em eventos futuros. Os capítulos 17 e 18 de Apocalipse, que falam sobre a Babilônia, fazem muitas alusões a ela citando profecias do Antigo Testamento como Isaías 13 e 14, Jeremias 50 e 51 e Zacarias 5.5-11.[7] A única interpretação plausível para um literalista é que as referências são à “Babilônia às margens do Eufrates”.[8] O Dr. Robert Thomas prossegue, dizendo:
...no dia vindouro, predito nas páginas dessa profecia, essa cidade se tornará o foco central de todo o sistema religioso que se opõe decididamente à verdade da fé cristã. O sistema religioso prosperará durante algum tempo, exercendo influência sobre as instituições comerciais e políticas de sua época, até que a Besta e os dez reis determinem que esse sistema já não tem qualquer utilidade para seus propósitos. Eles, então, o desmantelarão.[9]
A Babilônia de Apocalipse é literal e, por conseguinte, as profecias a seu respeito hão de se cumprir literalmente no futuro, talvez em um futuro próximo.

Da Insegurança Política à Certeza Profética

O poder mundial é limitado pela impotência humana. A onipotência é ilimitada em virtude da autoridade divina. Ou, como diz a Bíblia: “O Senhor frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos. O conselho do Senhor dura para sempre; os desígnios do seu coração por todas as gerações. Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança” (Sl 33.10-12).

Da insegurança política

A insegurança das nações reflete-se hoje em muitas áreas:
  • nas discussões políticas sobre as mudanças climáticas: a única certeza, sempre manifestada por unanimidade, é a concordância em marcar a próxima reunião.
  • na economia: há orgulho por causa do progresso, enquanto grandes bancos quebram e perdem bilhões.
  • na instabilidade militar: a Guerra Fria volta a tomar forma.
  • na mente das pessoas: a espiral de toda sorte de perturbações emocionais aumenta de forma crescente. Os psicoterapeutas prosperam.
  • nas questões religiosas com relação à pergunta sempre relevante: O que é a verdade?
As negociações entre Israel e os palestinos são constantemente apresentadas como perspectivas de se chegar a uma “paz justa” no mundo. O então presidente George W. Busch afirmou durante a conferência de paz de Annapolis: “Queremos estabelecer o fundamento de uma nova nação, de um Estado palestino democrático, que possa conviver com Israel em paz e segurança”.[1] Apesar de todas as declarações positivas, a realidade é outra, e a Bíblia não deixa dúvidas sobre o que virá: “Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão” (1 Ts 5.3).
Os esforços humanos, por mais bem intencionados que sejam, encontram barreiras praticamente intransponíveis. Um comentário da revista alemã Stern revela esse desamparo diante das grandes questões da humanidade: “No Ocidente, hoje mais do que há algumas décadas, vê-se com mais clareza que a política e a ciência estão sendo exigidas além de suas capacidades no esforço para se criar um mundo justo”.[2] O povo de Israel sempre sofreu decepções quando confiou em homens e na política mundial. O fato desse povo ainda existir deve-se apenas ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó, graças às promessas que Ele lhe fez. Essas promessas, registradas na Sua Palavra, são o penhor de que o futuro dessa nação tão atacada está assegurado. Mas Israel não encontrará segurança real enquanto não se voltar de todo o coração para seu Messias, Jesus. Alguém disse com razão: “Não precisamos de um programa, precisamos de uma pessoa”. E essa Pessoa é Jesus Cristo, “o qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes” (1 Pe 3.22).Mas não é só o mundo como um todo e Israel como nação atacada que se ressentem da falta de segurança. Essa insegurança está aninhada nos corações dos homens individualmente, e nós, cristãos, temos toda a razão em buscar – e achar – a segurança que a Palavra de Deus nos concede.

Segurança profética

Estaremos nos baseando no livro de Isaías ao analisarmos o tema desta mensagem. Isaías é o legítimo “evangelista” dentre os profetas. Seu livro também costuma ser chamado de Bíblia em formato reduzido:
• O livro de Isaías tem 66 capítulos, e a Bíblia tem 66 livros.
• O livro de Isaías tem duas partes principais, escritas pelo mesmo autor – a Bíblia também tem duas partes, inspiradas pelo Espírito Santo.
• Os primeiros 39 capítulos de Isaías têm como tema central o juízo divino sobre os pecados. Os 27 capítulos da segunda parte falam mais de graça e restauração; essa parte também é chamada de “grandiosa poesia messiânica”. A Bíblia, por sua vez, tem 39 livros do Antigo Testamento, muitas vezes falando do juízo. E ela tem 27 livros do Novo Testamento, cujo tema central é a graça de Deus.
• O livro de Isaías é citado ou mencionado mais de 210 vezes no Novo Testamento – apenas os capítulos 40 a 66 por mais de 100 vezes. [3]
Os 27 capítulos da segunda parte de Isaías harmonizam-se surpreendentemente com os livros do Novo Testamento. Isso não pode ser mero acaso. Vejamos alguns exemplos:
• Isaías 40 é o primeiro capítulo da segunda parte do livro; corresponde ao 40º livro da Bíblia, ou seja, ao primeiro livro do Novo Testamento (Evangelho de Mateus). Está escrito: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo vale será aterrado, e nivelados, todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos, aplanados. A glória do Senhor se manifestará e toda a carne a verá, pois a boca do Senhor o disse” (Is 40.3-5).
Em contraposição, lemos no Evangelho de Mateus: “Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mt 3.3). Isso refere-se a João Batista. E no Evangelho de João está escrito:“...vimos a sua glória...” (Jo 1.14).
• Isaías 44 corresponde ao 44º livro da Bíblia, que é Atos dos Apóstolos: “Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes; brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes de águas. Um dirá: Eu sou do Senhor; outro se chamará do nome de Jacó; o outro ainda escreverá na própria mão: Eu sou do Senhor, e por sobrenome tomará o nome de Israel” (Is 44.3-5). Essa é uma maravilhosa indicação do tema central de Atos dos Apóstolos: o derramamento do Espírito Santo, as primeiras conversões e a mudança de rumo dos gentios, voltando-se para o Deus de Israel.
• Em Isaías 45 prenuncia-se o 45º livro da Bíblia, que á a Carta aos Romanos. Nesse capítulo do livro de Isaías a palavra “justiça” é salientada de forma especial, pois aparece seis vezes. Também se menciona que Israel será salvo (v.25). Isso corresponde com exatidão ao assunto da Carta aos Romanos.
• Na seqüência, Isaías 49 corresponde à Carta aos Efésios. Nesse capítulo vemos a salvação sendo oferecida também aos gentios e a declaração de que o Senhor foi dado como luz para os gentios (vv.1,6). Este é exatamente o tema da Carta aos Efésios: os gentios sendo incorporados à Igreja dos salvos (Ef 2.16-18; 3.5-6).Outro tema é descrito assim: “Tirar-se-ia a presa ao valente? Acaso, os presos poderiam fugir ao tirano? Mas assim diz o Senhor: Por certo que os presos se tirarão ao valente, e a presa do tirano fugirá, porque eu contenderei com os que contendem contigo e salvarei os teus filhos” (Is 49.24-25). Comparemos essas palavras com Efésios 4.8: “Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens”. Jesus tomou a presa do valente e tirano, que é o Diabo, e deixou os cativos livres. Nenhum crente continua sendo uma presa da morte.
• Isaías 66 corresponde ao último livro da Bíblia, que é o Apocalipse. “...porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome” (Is 66.22). O tema do Apocalipse é a introdução no novo céu e na nova terra: “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra já passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo” (Ap 21.1-2).
O rolo de Isaías com seu texto completo foi encontrado em Qumran em 1947. Esse achado foi datado como sendo do segundo século antes de Cristo, confirmando que essa escritura é inspirada por Deus em sua totalidade. Os rolos de Qumran foram descobertos justamente na época da fundação do Estado de Israel, o que deixa transparecer uma óbvia direção divina, e o texto de Isaías recebeu muito destaque nesse achado de inestimável valor histórico. Tudo leva a crer que o Deus de Israel estava querendo estabelecer um sinal. E o que isso significa para você, pessoalmente? Significa que você pode contar com esse Deus, que pode entregar sua vida a Ele e olhar para o futuro confiando nEle!
Baseados em Isaías 40 e 41, examinemos a confiança que Deus oferece. Mas prestemos atenção a um fato: as profecias de Isaías têm um cumprimento duplo, pois retratam juntamente a primeira e a segunda vinda de Jesus.

O duplo sofrimento e o duplo consolo

“Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniqüidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados” (Is 40.1-2). Quando a iniqüidade de Israel estará perdoada, quando Israel receberá o perdão por seus pecados? Depois que Jerusalém receber em dobro das mãos do Senhor. Então o Senhor voltará a Sião para afastar de Israel a sua impiedade (veja Rm 11.25; Ez 36.33).
Jerusalém suportou uma dose dupla: o cativeiro babilônico e o cativeiro romano (em 70 d.C.), a destruição do primeiro Templo e a destruição do segundo Templo. Duas vezes Jerusalém foi consolada: uma vez por ocasião do retorno do cativeiro babilônico sob Zorobabel e Esdras (veja Zc 4; Ag 2), e pela segunda vez no retorno do cativeiro mundial, da volta da Diáspora (Dispersão) no fim dos dias (em 1948); agora, a Igreja deveria assumir esse consolo.No passado, tratava-se da primeira vinda de Jesus, que João Batista anunciava no espírito de Elias; hoje trata-se de Sua volta, que a Igreja apregoa (veja Is 40.3-5). No passado, Jesus veio em humildade; apenas uma única vez Jesus deixou entrever Sua glória, o que aconteceu no monte da Transfiguração (veja Jo 1.14; Mt 17.1,13; 2 Pe 1.16-18). Ele não voltará em humildade, mas em poder supremo e glória majestosa (veja Mt 24.30).

O caminho para o retorno do Senhor em glória

A volta de Cristo se anuncia em diversas etapas:
1. O contraste entre a insegurança dos povos e a segurança da eterna Palavra de Deus torna-se cada vez mais evidente (veja Is 40.6-8). Essa Palavra é retomada por Pedro, que a aplica a nosso tempo e à Igreja (veja 1 Pe 1.23-25).
2. O Arrebatamento da Igreja se delineia (veja Is 40.9-11). De Sião partiu originalmente a boa-nova do Evangelho (v.9). Ao próprio Israel precisa-se anunciar hoje: “Eis aí está o vosso Deus!” (v.9). Ele não decepciona jamais! O Arrebatamento está às portas. “Eis que o Senhor virá com poder...” (Is 40.10). Em outras palavras, Jesus voltará em glória (veja Mt 24.30). “...e o seu braço dominará” (Is 40.10). Isso significa o domínio do Messias, Ele é o braço de Deus em ação. “...eis que o seu galardão está com ele, e diante dele, a sua recompensa” (v.10).Que galardão, que recompensa é essa? É a Igreja de Jesus, já arrebatada, que voltará com Ele em glória, sendo ela o penoso fruto do trabalho de sua alma (veja Is 53.12; 2 Ts 1.7; Ap 19.11ss.). Depois de Sua volta em poder e glória junto com Sua Igreja, o Messias apascentará Seu povo como Bom Pastor (veja Is 40.11).
3. A Grande Tribulação se anuncia (veja Is 40.15-17). Ao ler uma passagem assim, muitos acusam a Deus de lidar cruelmente com a humanidade. Em seu orgulho cego e sua rejeição da vontade de Deus, essas pessoas não percebem que é Deus quem as acusa. Nações são como um grãozinho de pó para Ele. O que o homem imagina que é? Deus deixará as nações consternadas por causa de seu orgulho; não apenas as ilhas, mas até os céus e a terra serão abalados (veja Hb 12.26-27). A insegurança que se avizinha assumirá proporções nunca vistas. Catástrofes naturais se multiplicarão, ameaças de guerra aumentarão, a economia experimentará novas e profundas quedas, a paz e a segurança anunciadas para a região de Israel se converterão no contrário.

A segurança do Deus incomparável

Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com ele?” (Is 40.18). Israel busca segurança em muitos e muitos lugares por ter perdido de vista a segurança do incomparável Deus. Mas apenas no Deus único e verdadeiro, o Deus que escreveu a profecia e se revelou em Jesus, o homem encontra seu alvo. E precisamos dessa segurança mais do que nunca!
Israel é eleito: “Os países do mar viram isto e temeram, os fins da terra tremeram, aproximaram-se e vieram” (Is 41.5):Insegurança. “Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo” (Is 41.8): Segurança. A eleição de Israel baseia-se na amizade de Deus com Abraão (veja Tg 2.23) e encontra seu ponto máximo no Servo Jesus Cristo. Por isso, Deus não termina Sua amizade, pois não é como nós, seres humanos, como os políticos do mundo (veja Gl 3.17). Existe algo melhor do que ter a Deus como amigo? Se Ele é por você, quem será contra você? Nem mesmo a morte pode separá-lo do Senhor (veja Rm 8.37-39). Jesus diz: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (Jo 15.14).
A amizade fiel de Deus ficou provada: “tu, a quem tomei das extremidades da terra, e chamei dos seus cantos mais remotos, e a quem disse: Tu és o meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei” (Is 41.9). Primeiramente, Deus conduziu Seu amigo Abraão das extremidades da terra (de Ur na distante Caldéia) até Canaã e prometeu-lhe a terra por possessão eterna (veja Gn 17.8). O profeta Isaías não limitou sua declaração a Abraão, Ele a estendeu profeticamente até a volta final da última semente de Abraão, que é o povo judeu. Esse é o sentido da profecia para Israel e o contexto do livro de Isaías. Por isso, Isaías fala no plural: “que eu tomei das extremidades da terra, e chamei dos seus cantos mais remotos... eu te escolhi,e não te rejeitei...”. Abraão, afinal, não veio das extremidades da terra nem dos seus recantos mais remotos – seus descendentes, sim. É o que vemos acontecendo há algumas décadas (veja Dt 30.4ss.). Essas gerações que descendem de Abraão não foram rejeitadas; por isso elas existem! O fato de Israel existir novamente como Estado é uma prova visível da fiel amizade de Deus com Abraão (veja Gl 3.17).
Israel não teria motivos para temer: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41.10). Essa conclamação a não temer é repetida nos versículos 13 e 14. o profeta antevê que seu povo sentirá medo repetidamente, até nos tempos finais; a história o confirma. É medo da opressão, do abandono, do isolamento e da insegurança. Por isso, as repetidas respostas de Deus a esses temores de Seu povo. Aqui, em Isaías, a segurança que vem de Deus ergue sua voz e fala para a situação de insegurança de Israel.Existem seis razões porque no futuro o remanescente crente de Israel não precisará temer. E essas razões são melhores do que o exército israelense, a política, a ONU, os EUA ou a UE:
1. “eu sou contigo”.
2. “eu sou o teu Deus”.
3. “eu te fortaleço”.
4. “e te ajudo”.
5. “e te sustento”.
6. “com a minha destra fiel”.
Essas razões são concretizadas pelo Messias de Israel, que é Jesus Cristo. Ele é a destra fiel, e por Sua morte e ressurreição trouxe justiça. Em Sua volta reside a garantia de segurança para Israel. Podemos tomar essa promessa pessoalmente, aplicando-a à nossa própria vida.
As nações, essas sim, têm motivos para temer. “Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que estão indignados contra ti; serão reduzidos a nada, e os que contendem contigo perecerão. Aos que pelejam contra ti, buscá-los-ás, porém não os acharás; serão reduzidos a nada e a coisa de nenhum valor os que fazem guerra contra ti. Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo” (Is 41.11-13). Leon de Winter escreveu: “Os países islâmicos jamais poderiam aceitar o Israel de hoje como seu igual... Israel está cercado pelo Irã, pela Síria, pelo Hezb’allah (Partido de Alá) e pelo Hamas, e o porta-voz deles, o presidente Mahmoud Ahmadinejad, expressa com clareza seus desejos mais profundos: eliminar Israel, castigar a arrogância de Israel e degradar os judeus à condição de minoria sob domínio islâmico”.[4] Mas, apesar das mais infames calúnias, das mais duras perseguições e das mais brutais tentativas de aniquilação durante sua dispersão de quase dois mil anos, o povo judeu não pereceu – pelo contrário! Os inimigos de Israel de ontem, hoje e amanhã passaram, passam e passarão ainda mais mal. Durante sua campanha pelo Oriente Médio, há 200 anos, Napoleão disse: “A História não se decide no Ocidente, mas no Oriente!”[5] Peter Scholl-Latour cita seu professor de árabe, Jacques Berque: “O destino de Jerusalém não é uma questão política; o destino de Jerusalém é uma sentença de juízo final![6] E Siegfried Schlieter comenta: “A questão de Jerusalém é politicamente insolúvel. Ela será decidida apenas no dia do juízo final”.[7]
O deserto florido e a existência das cidades israelenses são a prova de que Deus atua nos dias de hoje, e agirá no futuro: “Os aflitos e necessitados buscam águas, a não as há, e a sua língua se seca de sede; mas eu, o Senhor, os ouvirei, eu, o Deus de Israel, não os desampararei. Abrirei rios nos altos desnudos e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em açudes de águas e a terra seca, em mananciais. Plantarei no deserto o cedro, a acácia, a murta e a oliveira; conjuntamente, porei no ermo o cipreste, o olmeiro e o buxo, para que todos vejam e saibam, considerem e juntamente entendam que a mão do Senhor fez isso, e o Santo de Israel o criou” (Is 41.17-20).
Podemos confiar na palavra profética de Deus. “Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem ou fazei mal, para que nos assombremos, e juntamente o veremos. Eis que sois menos do que nada, e menos do que nada é o que fazeis; abominação é quem vos escolhe” (Is 41.23-24). A nulidade de todas as religiões, a falta de autenticidade e credibilidade da política, seus prognósticos inviáveis e seus esforços vacilantes e duvidosos estão em flagrante contraste com a confiabilidade das revelações divinas acerca do futuro. Lemos acerca da confiança que a profecia bíblica merece: “Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; que chamo a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei. Ouvi-me vós, os que sois de obstinado coração, que estais longe da justiça. Faço chegar a minha justiça, e não está longe; a minha salvação não tardará; mas estabelecerei em Sião o livramento e em Israel, a minha glória” (Is 46.9-13).

terça-feira, 28 de outubro de 2014

O DEVER DO MORDOMO

A liberalidade é um dever que de modo algum pode ser negligenciado. [...] É com o objetivo de cultivar em nós um Espírito de bondade que o Senhor pede nossos donativos e ofertas. Ele não depende dos homens para obter recursos para manter Sua casa. Ele declara, por intermédio do profeta: “Pois são Meus todos os animais do bosque e as alimárias aos milhares sobre as montanhas” (Sl 50:10). [...]

Deus poderia ter feito dos anjos os embaixadores de Sua verdade; poderia tornar conhecida Sua vontade, assim como do Sinai proclamara a lei, com Sua própria voz; mas escolheu empregar homens e mulheres para fazer esse trabalho. E é somente quando cumprimos o propósito divino em nossa criação que a vida pode ser uma bênção para nós. Todas as riquezas confiadas ao homem se mostrarão ser apenas uma maldição, a menos que ele as empregue para ajudar em suas necessidades diárias, socorrer os necessitados ao seu redor e glorificar a Deus fazendo avançar Sua causa na Terra.

A Majestade do Céu entregou Seu alto comando, a glória que partilhava com o Pai e até mesmo Sua própria vida para nos salvar. E agora, o que faremos por Ele? Deus proíbe que Seus professos filhos vivam para si mesmos! [...] O primeiro e o melhor de tudo por direito Lhe pertencem. […] É nesta vida que Ele requer que todos os nossos talentos sejam postos a render. [...]

Não devemos considerar o dízimo como o limite da nossa liberalidade. Dos judeus era requerido que trouxessem a Deus numerosas ofertas juntamente com o dízimo; e não deveremos nós, que desfrutamos das bênçãos do evangelho, fazer o mesmo para sustentar a causa de Deus, como fizeram os que viveram na passada e menos favorecida 
dispensação? Como a obra para este tempo está se expandindo na Terra, os pedidos de ajuda têm aumentado constantemente. [...]

Apenas quando desejarmos que o Pai infinito deixe de nos conceder Suas bênçãos devemos nós impacientemente exclamar: Não há fim para o doar?! Não devemos apenas devolver fielmente a Deus nossos dízimos, que Ele reivindica como Seus, mas também devemos trazer à Sua tesouraria um tributo como oferta de gratidão. Com coração alegre, levemos ao nosso Criador as primícias de toda a Sua liberalidade – as nossas posses de alta qualidade, nosso melhor e mais santo serviço
A palavra “mordomia” define a relação entre o homem e Deus. O homem há de usar as dádivas confiadas por Deus para promover os interesses de Deus no mundo. Um mordomo é aquele a quem são confiados os bens de outros.
O termo grego “mordomo” significa “administrador da casa” (Lc 16:2)

No livro Colossenses diz:

Porque por Ele foram criadas todas as coisas, tanto as que estão nos céus, como as que estão na terra; quer visíveis, quer invisíveis, sejam tronos, domínios, principados, ou potestades; tudo foi criado por ele e para ele." Jesus Cristo não deseja ser apenas o seu Salvador. Ele quer ser também o Senhor de sua vida. No Novo Testamento Jesus é chamado de “Salvador” 24 vezes! Ele é também chamado de “Senhor” cerca de 700 vezes! Tudo o que temos e tudo o que somos pertence a Ele, porque o nosso coração pertence a ele.

Dizer que você é um “Mordomo de Cristo” implica em reconhecer que Ele é o Senhor e que você é um administrador do que Ele lhe confiou
Em Romanos 14:7-9 diz : “Pois nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor. Pois para isto Cristo morreu e tornou a viver, para ser. Senhor tanto dos mortos como dos vivos.”

Você já pode dizer que sua vida pertence a Jesus?


 TEMOS O PRIVILÉGIO DE SER MORDOMO DO SENHOR
Somos mordomos de Deus o Pai. O que quer isto dizer? Qual o significado da palavra mordomo?



UM MORDOMO
é um administrador de uma casa, ou de um estabelecimento por conta de outro; é alguém que administra os bens de outro, que toma conta daquilo que não é seu.
Nada do que existe no mundo pertence aos homens. Tudo é de Deus. Quando um ser humano nasce não traz consigo coisa alguma; quando morre, do mesmo modo, não leva nada consigo ( nem mesmo o corpo). Esta é prova, evidente, de que nada do que existe no mundo nos pertence.
Esta é uma verdade aplicada a toda a gente, quer acredite, quer não. Há pessoas que se preocupam muito com a aparência pessoal, com as possessões materiais - o meu carro, a minha casa, a minha piscina, o meu dinheiro, etc - esquecendo-se que na verdade, nada lhes pertence! Tudo aquilo que existe na terra está à nossa disposição, enquanto aqui vivermos. Os homens nascem e morrem. Os bens materiais ficam na terra passando de uns para os outros.
Nós, os filhos de Deus devemos levar mais a sério esta grande verdade: nada é nosso, tudo é de Deus! Por conseguinte, nós, somos apenas mordomos - administradores dos bens de Deus.
Na revista anterior, compartilhei algo que Deus me mostrou ultimamente: algumas pessoas na igreja, não recebem cura divina simplesmente porque a vida delas não está de acordo com a vontade de Deus - elas não têm dado a Deus todas as áreas da sua vida. Lembram-se de vos ter dito que a nossa vida pode ser comparada a uma casa com vários quartos? Jesus quer ser Senhor de toda a nossa casa! Não apenas da sala de visitas, ou de um outro quarto. Ele deve ser Senhor de toda a casa; mesmo, até, dos quartos menos bem arrumados!

Parábola do Mordomo Infiel (também chamada de Parábola do Mordomo Injusto) é uma 
parábola de Jesus que aparece em apenas um dos evangelhos canônicos. De acordo com Lucas 16:1-13, ummordomo que está prestes a ser demitido grangeia favor com devedores do seu senhor, perdoando algumas de suas dívidas.

«Disse Jesus também aos discípulos: Havia um homem rico, que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjador dos seus bens. Chamou-o e perguntou-lhe: Que é isto que ouço dizer de ti? Dá conta da tua administração; pois já não podes mais ser meu administrador. Disse o administrador consigo: Que hei de fazer, já que o meu amo me tira a administração? Não tenho forças para cavar, de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer para que, quando for despedido do meu emprego, me recebam em suas casas. Tendo chamado cada um dos devedores do seu amo, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu amo? Respondeu ele:Cem cados de azeite. Disse-lhe, então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinqüenta. Depois perguntou a outro: E tu quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. O amo louvou ao administrador iníquo por haver procedido sabiamente; porque os filhos deste mundo são mais sábios para com a sua geração do que os filhos da luz. Eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nostabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras? Se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é nosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer a um e amar ao outro, ou há de unir-se a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas.» (Lucas 16:1-13)
parábola tem causado desentendimento, uma vez que Jesusparece estar elogiando o comportamento desonesto. Esta questão é abordada, por vezes, ao sugerindo-se que o gerente estaria abrindo mão de uma comissão devida a ele, como fez J. Duncam. Porém, essa explicação "não é plausível", segundo Joel B. Green. No entanto, embora o comandante tenha "uma certa admiração" na esperteza do mordomo, Jesus chama o gerente de"desonesto". Contudo, poucos comentaristas bíblicos se utilizam destes artifícios, pois o "mestre" é geralmente uma metáfora para Deus e ficaria sim uma impressão de que, na parábola, a conduta do mordomo contaria com a aprovação divina (do "mestre").
O gerente da parábola é, provavelmente, um 
escravo ou liberto atuando como agente de seu mestre em assuntos de negócios Como representante de seu mestre, os acordos que assina com os devedores são, portanto, obrigatórios
A parábola compartilha o tema com outras passagens onde "Jesus aconselha a alienação de bens (e da hospitalidade) em nome dos pobres com o entendimento de que, ainda que as riquezas desapareçam, o tesouro eterno terá sido garantido". Quando a
morte chega, "o poder que temos de fazer o bem com o nosso dinheiro desaparece, por isso devemos fazer o bem com ele quando vivos.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

DIZIMO E OFERTA VOLUNTÁRIA.

Princípios Neotestamentários
Para Ofertantes

A LEI DA LIBERDADE do evangelho da graça estabelece alguns princípios para nossas contribuições voluntárias às igrejas.

“Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7).

Primeiro, não é a igreja que fixa o valor. O crente, sabendo de suas condições financeiras em determinado mês, e da necessidade da congregação, escolhe a quantia a ser ofertada.

Segundo, a contribuição será voluntária e livre de qualquer pressão psicológica, “não por necessidade” de conseguir algum favor espiritual. O termo “necessidade” (gr. ananke) denota “o que tem de necessariamente ser”. Logo, a oferta, se é voluntária, não é uma obrigação. Exemplo de ananke: “Todavia, o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas com poder sobre a sua própria vontade, se revolveu no seu coração guardar a sua virgem, faz bem” (1 Co 7.37).

“Tristeza” (gr. lupe) significa aflição, mágoa, peso, pesar. Exemplo: “Tenho grande tristeza e contínua dor em meu coração” (Rm 9.20). Uma oferta que não seja voluntária, mas obrigatória, por necessidade, poderá causar tristeza em lugar de alegria. Enfim, a alegria resulta de uma decisão tomada de dentro para fora, sob impulso do Espírito Santo, conforme a prosperidade de cada um (1 Co 16.2).

Terceiro, Deus não vê a quantidade ofertada, mas a qualidade dos desejos e motivos do nosso coração ao ofertarmos.

Quarto, o Apóstolo recomenda não ofertar com avareza (2 Co 9.5). Avareza indica um “excessivo e sórdido apego ao dinheiro”, o que é terrível aos olhos de Deus.

Quinto, Deus promete abundância de graça aos que dão com alegria, voluntariamente, de forma generosa.

Sexto, se o rente propuser em seu coração dar mais de dez por cento de seus ganhos, não há nenhum problema, embora esteja em desacordo com Malaquias 3.10, que limita a oferta em dez por cento. Se ofertar com um valor inferior, mas de acordo com sua disponibilidade, também não há problema, desde que seja de coração e com alegria.

A Nova Aliança não nos causa o temor de sermos apanhados pelo devorador. Não mais estamos encarcerados na lei, mas dirigidos pela “lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, que me livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.2).

Somos livres. “Lança fora a escrava e seu filho, porque, de modo algum, o filho da escrava herdará com o filho da livre. De maneira que, irmãos, somos filhos não da escrava, mas da livre. Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 4.30, 31; 5.1).

Determinações Bíblicas Para Dízimos e Ofertas Alçadas

 DÍZIMOS
O assunto principal que quero abordar é a base bíblica das ofertas, não pretenderia, portanto, me alongar no tratamento do dízimo. Sinto-me, entretanto, na obrigação de colocar algumas poucas e objetivas palavras sobre a questão do dízimo. Não é minha intenção dar uma exposição detalhada de que o dízimo é uma determinação procedente de Deus, que precedeu a lei cerimonial e judicial da nação de Israel (incorporando-se posteriormente a essas), sendo portanto válido para todas as épocas e situações. Não é, também, minha intenção partir para uma exposição da seriedade com a qual Deus apresentou e tratava essa questão do dízimo. Não vou, portanto, examinar as severas advertências àqueles que desprezavam suas determinações. Tudo isso já foi dito e exposto por outros de uma forma bem melhor e mais completa do que eu poderia aqui fazer.
Gostaria apenas de reforçar dois princípios bíblicos sobre o dízimo, extraídos do Novo Testamento. Por isso os classificaremos como princípios neotestamentários, que devem regular a nossa contribuição sistemática:
a) O primeiro princípio neotestamentário que desejo ressaltar, é que a Palavra de Deus nos ensina que devemos contribuir planejadamente. Temos este ensinamento em 2 Co 9.7, que diz: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento (Atualizada: ‘necessidade’); porque Deus ama ao que dá com alegria”.
Freqüentemente nos concentramos apenas no entendimento superficial do versículo, e interpretamos que ele fala simplesmente da voluntariedade da contribuição. Mas o fato de que ele nos ensina que a nossa contribuição deve ser alvo de prévia meditação e entendimento nos indica, com muito mais força, que ele deve ser uma contribuição planejada, não aleatória, não dependente da emoção do momento. O dar com emoção é válido. O dar seguindo o impulso momentâneo do coração, possivelmente, mas ambos não se constituem no cerne do “dar” neotestamentário.
Deus está nos ensinando que o seu “mover do nosso coração” não significa a abdicação de nossas responsabilidades. Ele nos ensina que não podemos simplesmente esquecer as portas abertas que ele coloca à nossa frente, relacionadas com as necessidades de sua igreja, e esperar o “mover do espírito”. Tudo isso soa muito piedoso e espiritual, mas se vamos propor no nosso coração, significa que vamos considerar com seriedade que a nossa contribuição deve ser planejada.
Bem, o irmão pode achar uma excelente forma de planejar, mas eu não encontro melhor forma do que a estabelecida na Bíblia: que é a dádiva do dízimo, reconhecimento simbólico de que tudo o que temos pertence a Deus. O dízimo representa a essência da contribuição planejada e sistemática e, conseqüentemente, deveríamos propor no nosso coração dar o dízimo. Vêem como isso muda a compreensão que tantos têm do verso? Alguns dizem: o dízimo constrange e retira a alegria da contribuição, quando o ensinamento é justamente o contrário: proponha no seu coração, sistematize sua contribuição e a contribuição fluirá de você sistematicamente, sem constrangimentos, com alegria. Não procure inventar: contribua na forma ensinada pelo próprio Deus ao seu povo.
b) Um segundo princípio neotestamentário, é que Deus espera que a nossa contribuição seja proporcional aos nossos ganhos, ou seja, devemos contribuir proporcionalmente. Encontramos esta lição em 1 Co 16.2-3, que diz: “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder, conforme tiver prosperado, guardando-o, para que se não façam coletas quando eu chegar.”
O ensinamento é, mais uma vez muito claro. É óbvio que Paulo espera uma contribuição sistemática, pois ele diz que ela deveria ser realizada aos domingos (no primeiro dia da semana), que é quando os crentes se reuniam. O versículo é muito rico em instrução, demonstrando até a propriedade de nos reunirmos e cultuarmos ao Senhor aos domingos, contra os ensinamentos dos sabatistas, testemunhas de jeová e, agora, até da Valnice Milhomens, de que deveríamos voltar ao Velho Testamento e estarmos guardando o sábado, o sétimo dia da semana.
Quero chamar a sua atenção, entretanto, para o fato de que Paulo, pela inspiração do Espírito Santo, nos ensina que temos que contribuir conforme Deus permitir que prosperemos, ou seja, conforme os nossos ganhos. Essa é a grande forma de justiça apontada por Deus: as contribuições devem ser proporcionais, ou seja um percentual dos ganhos. Assim, todos contribuem igualmente, não em valor, mas em percentual.
Mais uma vez, o irmão pode querer inventar um percentual qualquer. Admito até que isso pudesse acontecer se nunca tivesse tido acesso ao restante da Bíblia, mas todos nós sabemos qual foi o percentual que o próprio Deus estabeleceu ao seu povo: dez por cento dos nossos ganhos! Isso, para mim me parece satisfatório e óbvio. Não preciso sair procurando por outro meio e forma, principalmente porque se assim eu o fizer posso até dizer, eu contribuo sistematicamente com o percentual que eu escolhi, mas nunca vou puder dizer que o faço em paridade e justiça com os outros irmãos, pois quem garante que o percentual dele é igual ao meu? Eu destruiria com isso, o próprio ensinamento da proporcionalidade que Deus nos ensina através de Paulo. Porque não seguir a forma, o planejamento e a proporção que já havia sido determinada por Deus?
Sabemos que temos muita argumentação falha, a favor do dízimo, que procura utilizar prescrições da lei cerimonial (cumprida em Cristo) ou da lei judicial de Israel (de caráter temporal, para aquela nação). Entretanto, temos, igualmente, muitos princípios válidos e exemplos sobre o dízimo, tanto no Velho como no Novo Testamento. No nosso caso, procurei me concentrar apenas nesses dois princípios.
Acredito, portanto, na primazia da contribuição sistemática, planejada, que não está sujeita ou escravizada às flutuações da nossa natureza pecaminosa, mas que segue o modelo e percentual utilizado pelo povo de Deus e que procedeu das próprias determinações divinas.
2. OFERTAS
Necessitamos, em adição, ir até à Palavra de Deus e verificarmos que a contribuição sistemática, periódica e proporcional não é a única encontrada nas Escrituras, nem como registro histórico, nem como determinação.
Além do dízimo, Deus fez registrar a propriedade das ofertas alçadas, ou seja, de contribuições esporádicas que fluíam dos corações de servos movidos pelo desejo de ir além, de sua contribuição dizimal, quer por mera gratidão, quer por uma causa específica, colocada por Deus perante eles, quer por uma necessidade extrema de auxílio, de caráter social.
Nesse sentido, vamos estudar algumas passagens. Elas não esgotam o assunto, mas são ilustrativas de nossas responsabilidades e privilégios perante Deus, no que diz respeito a essa questão.
a. Velho Testamento:
(1) Êxodo 25-36
Este trecho nos fala da construção do tabernáculo. Foi uma construção ordenada por Deus. Aquela construção atenderia a necessidade de providenciar um local de adoração ao povo que peregrinava pelo deserto. Dizia respeito, portanto, ao acondicionamento físico do povo e dos instrumentos litúrgicos. Muitas das coisas determinadas aqui possuem o simbolismo característico do Velho Testamento e eram destinadas a demonstrar a majestade da presença de Deus, a sua santidade e a apontar para o redentor prometido.
Deus, com todo o seu poder, poderia ter produzido do nada uma casa de adoração. Quis ele que tudo fosse feito com os recursos do povo, entrelaçando a construção com o dia-a-dia de Israel. Para a construção e para os ornamentos havia a necessidade de muitos objetos de valor, utensílios, ouro, prata, cobre. Nenhum estudioso sério da palavra de Deus questionaria que o dízimo estava em vigor, nesta ocasião (no máximo temos os que questionam a sua validade no novo testamento, mas quanto à isso, já nos posicionamos). Porque Deus não utilizou os dízimos de seu povo para esta necessidade? A razão é bem direta: porque os dízimos, sendo a contribuição sistemática, já tinham a sua aplicação normal: serviam ao sustento dos levitas, dos líderes religiosos, e serviriam à manutenção dos atos de adoração, mas não poderiam fazer face à necessidade específica, esporádica e extra-normal que agora era colocada por Deus perante seu povo. Deus os chama, conseqüentemente, a contribuir com ofertas alçadas, extras.
O princípio básico está colocado no versículo 2: “Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada”. A versão Atualizada, diz apenas “oferta”. O original (hebr.: T’Rumáh—oferta alçada, da raiz Rum­–oferta), entretanto, traz “oferta alçada”. Isso não quer dizer nada com relação ao valor – se seria pouco ou muito. Representa algo (um bem, metal precioso, ou dinheiro) extraído do meio do povo que é levantado (alçado) e apresentado ao Senhor como uma dádiva especial, de forma voluntária. Os rituais levíticos posteriores tinham as ofertas alçadas, que eram levantadas perante o altar apenas uma vez, pelo sacerdote, e a oferta “abanada”, que era levantada ou movida várias vezes perante o altar, representando a consagração da dádiva. Tal oferta não era, nem poderia ser, compulsória. Ela era voluntária. O texto diz com muita clareza: todo o homem cujo coração se mover voluntariamente. Esses eram os contribuintes. Eles deveriam trazer ofertas especiais, de gratidão e reconhecimento, coisas de valor a serem utilizadas nas necessidades físicas da adoração espiritual que é devida somente a Deus.
Os próximos seis capítulos de Êxodo (até o 31) registram em detalhes o que Deus queria que fosse feito em sua casa de adoração. No capítulo 35, Moisés chama o povo e começa a passar a ele as instruções recebidas de Deus. No versículo 5 ele diz: “Tomai de entre vós uma oferta para o Senhor; cada um cujo coração é voluntariamente disposto, a trará por oferta alçada ao Senhor: ouro, prata e bronze…” Mais uma vez, o caráter voluntário da oferta é ressaltado. Nos versículos 21 e 22, temos o registro da ocorrência das ofertas (recapitulando: primeiro Deus ordena a Moisés, depois Moisés ordena ao povo e agora, temos o fato real). Mais uma vez o registro da voluntariedade é ressaltado. Diz o trecho:
(21) E veio todo homem cujo coração o moveu, e todo aquele cujo espírito o estimulava, e trouxeram a oferta alçada do Senhor para a obra da tenda da revelação, e para todo o serviço dela, e para as vestes sagradas.
(22) Vieram, tanto homens como mulheres, todos quantos eram bem dispostos de coração, trazendo broches, pendentes, anéis e braceletes, sendo todos estes jóias de ouro; assim veio todo aquele que queria fazer oferta de ouro ao Senhor.
O versículo 29 reforça ainda mais o princípio:
(29) Trouxe uma oferta todo homem e mulher cujo coração voluntariamente se moveu a trazer alguma coisa para toda a obra que o senhor ordenara se fizesse por intermédio de Moisés; assim trouxeram os filhos de Israel uma oferta voluntária ao Senhor.
Perante essa evidência não podemos, meus irmãos, dizer que o dízimo é a única forma de contribuição encontrada na Palavra de Deus. Ofertas voluntárias têm o seu lugar e são apropriadas em casos específicos, como o que Deus colocou à nossa frente.
Uma segunda coisa que aprendemos nesse trecho, é que a voluntariedade da oferta não significava aleatoriedade. Ou seja, por ser voluntária não significava que não podia ser planejada. Na realidade lemos, no capítulo 36, v. 3, o seguinte: “…e receberam de Moisés toda a oferta alçada, que os filhos de Israel tinham do para a obra do serviço do santuário, para fazê-la; e ainda eles lhe traziam cada manhã ofertas voluntárias”. Ou seja, enquanto durou a construção, as ofertas eram trazidas sistematicamente, repetidamente, a cada manhã. Não vamos pensar, portanto, que o planejamento e sistematização tiram a espiritualidade da oferta planejada e dada de coração. Essa sistematização muito deve ter auxiliado aqueles que necessitavam dar andamento à construção.
Que glorioso resultado foi alcançado com o entendimento correto e com a predisposição do povo de Deus, nessa dádiva de ofertas. Vejam o que registram os versículos 4 a 7, deste mesmo capítulo 36:
(4) Então todos os sábios que faziam toda a obra do santuário vieram, cada um da obra que fazia,
(5) e disseram a Moisés: O povo traz muito mais do que é necessário para o serviço da obra que o Senhor ordenou se fizesse.
(6) Pelo que Moisés deu ordem, a qual fizeram proclamar por todo o arraial, dizendo: Nenhum homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais.
(7) Porque o material que tinham era bastante para toda a obra, e ainda sobejava.
Que coisa gloriosa se Deus fosse servido mover o nosso povo ao ponto em que precisaríamos vir até à frente PROIBIR, para que nada mais se trouxesse!
(2) Levítico 22:18-19
Este outro trecho da Palavra de Deus está inserido nas regras e determinações sobre o dia-a-dia das práticas do povo de Deus. Temos esta colocação nos versículos 18 e 19:
“Fala a Arão, e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel, e dize-lhes: Todo homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros em Israel, que oferecer a sua oferta, seja dos seus votos, seja das suas ofertas voluntárias que oferecerem ao Senhor em holocausto, para que sejais aceitos, oferecereis macho sem defeito, ou dos novilhos, ou dos cordeiros, ou das cabras.”
Desse registro aprendemos:
1. Mesmo sem nenhuma ocasião especial, a prática de ofertas voluntárias era permitida e disciplinada no meio do povo de Deus. Não existe, portanto incompatibilidade entre os dízimos e ofertas.
2. O que era ofertado deveria vir sem defeito, ou seja, não ofertamos daquilo que nós mesmos não queremos, mas sim do que é agradável e aceitável. Deus merece o melhor.
3. A determinação era para os israelitas e para os estrangeiros em Israel, ou seja, não podemos restringir a oferta voluntária apenas aos membros do povo de Deus. Lembremo-nos, entretanto, que são ofertas voluntárias e não demandadas, solicitadas, constrangidas. A responsabilidade primordial é do Povo de Deus.
b. Novo Testamento.
(1) Uma Oferta a Paulo
Paulo estava na prisão quando escreveu a carta aos Filipenses. É uma carta de amor e gratidão, na qual ele expressa a possibilidade do crente exercitar essa alegria em Cristo independentemente das circunstâncias pelas quais está passando. Pensemos na situação de Paulo. Ela era dura e amarga. Estava afastado do convívio dos seus amigos, em uma prisão e certamente tinha várias necessidades.
A igreja de Filipo, consciente das necessidades de Paulo, levantou e enviou uma oferta específica para ele. No capítulo 4 (10-19) temos o registro e alguns detalhes da ocorrência. Lemos ali:
(10) Ora, muito me regozijo no Senhor por terdes finalmente renovado o vosso cuidado para comigo; do qual na verdade andáveis lembrados, mas vos faltava oportunidade.
(11) Não digo isto por causa de necessidade, porque já aprendi a contentar-me com as circunstâncias em que me encontre.
(12) Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade.
(13) Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
(14) Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição.
(15) Também vós sabeis, ó Filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo no sentido de dar e de receber, senão vós somente;
(16) porque estando eu ainda em Tessalônica, não uma só vez, mas duas, mandastes suprir-me as necessidades.
(17) Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta.
(18) Mas tenho tudo; tenho-o até em abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus.
(19) Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus.
Vemos que é o agradecimento de ofertas, remetidas duas vezes e com toda probabilidade em dinheiro, pois no verso 16 lemos: “não somente uma vez, mas duas, mandastes o bastante para as minhas necessidades”. Essas ofertas foram levadas à Paulo por Epafrodito, como nos fala o verso 18, e é exatamente para este versículo que eu gostaria de dirigir a nossa atenção, pois dele extraímos quatro lições sobre ofertas.
Aprendemos que a oferta voluntária:
1. É um ato desejável por Deus (“aroma suave”). A oferta é comparada a um aroma suave, a um perfume não agressivo, mas suave. Aquele cheiro que permanece e que nos traz memórias e lembranças, que nos faz desejar estar de novo sentindo ele. Nesse sentido, é um privilégio poder contribuir, poder fazer algo que é desejável por Deus. Veja no versículo 10 que Paulo diz que “..vos faltava oportunidade”. Isso significa que devemos ver as situações de necessidade de contribuição que Deus coloca à nossa frente, como grandes oportunidades a serem aproveitadas.
2. É um ato aceitável por Deus (“Sacrifício aceitável”). Não podemos, portanto, dizer que ofertas não sejam aceitas por Deus, pois Paulo nos ensina o contrário.
3. É um ato agradável a Deus (“aprazível”). O texto diz que ela é aprazível, ou seja, traz prazer a Deus.
4. É um ato direcionado a Deus (“a Deus”, traz o final do verso). Se vamos contribuir com outro propósito em mente: prosperidade, barganha com Deus, para agradar o Conselho, para agradar o pastor, até para termos mais orgulho da Igreja, tudo isso foge ao propósito principal: a oferta correta é direcionada a Deus e somente a ele. Nesse sentido é que acompanha o dízimo como um ato de gratidão e de louvor.
(2) Uma oferta aos Crentes de Jerusalém
Uma outra situação de necessidade foi registrada no Novo Testamento: os crentes de Jerusalém passaram a ser intensamente perseguidos e começaram a passar dificuldades financeiras. Muitos foram expulsos de suas casas, outros perderam suas ocupações, não podiam exercer suas profissões. Paulo registra que coletas foram feitas em favor das necessidades destes crentes em Romanos 15:25-28 (“…coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém.”) pelas igrejas da Grécia (Acáia) e Macedônia. Em 2 Coríntios 8 e 9 ele menciona essas coletas e fornece vários princípios relativos a contribuições.
Peço que os irmãos notem, neste trecho e incidente, os seguintes ensinamentos:
1. Proporcionalidade e voluntariedade não são incompatíveis entre si – 2 Co 8.3: “…na medida de suas posses.” Mais uma vez a questão da proporcionalidade no dar. Teríamos, possivelmente, uma inferência aos dízimos. Mas o versículo continua e registra: “e mesmo acima delas se mostraram voluntários.” Não resta dúvida que fala de contribuições voluntárias, destinadas a fazer face à uma necessidade. Contribuindo, dessa forma eles foram além dos dízimos, além da contribuição sistemática. Os versos 12 e 13 reforçam a questão da proporcionalidade e da justiça nas contribuições: Deus não quer o que o homem não tem. O seu propósito não é o de dar sobrecarga, mas o de proporcionar a igualdade.
2. O privilégio de contribuir – 2 Co 8.4. Lemos que os crentes dessas regiões “pediram com muitos rogos” a graça de participarem da assistência que se apresentava! Que diferença aos dias de hoje. Verificamos que hoje os solicitantes e não os crentes é que emitem “muitos rogos” compelindo os contribuintes a darem tudo de qualquer forma, sob qualquer pretexto. Que bênção seria se tivéssemos os diáconos sendo abordados “com muitos rogos” por crentes ansiando a participação no privilégio de contribuir com suas ofertas às necessidades da igreja! Este privilégio é uma atitude desejável – 2 Co 8.7. Paulo suplica para que eles continuem “abundando nesta graça”, ou seja, a prática da contribuição voluntária é algo desejável, é uma graça da parte de Deus aos seus servos. O desprendimento das coisas materiais e a colocação delas ao serviço do Mestre são um alvo a ser alcançado pelo servo fiel.
3. A procedência da contribuição verdadeira. É o coração sincero. A oferta, na visão de Paulo, era uma prova da “sinceridade do vosso amor” (8.8). Paulo estava dizendo que aquelas ações provariam as palavras de apreço, que não ficaram só nas palavras, mas estavam sendo transformadas em ação.
4. A importância do planejamento. Em 9.3, Paulo escreve que o fato das igrejas da Acáia (Grécia) estarem preparadas desde o ano anterior, para tal contribuição era uma prova do “zelo” deles e representava “um estímulo” para muitos. Não existia, portanto, nada não espiritual no planejar. Na realidade, Paulo informa que mandou um mensageiro de ante-mão, para que a reputação dos irmãos não fosse abalada (9.3) e eles estivessem preparados com a oferta que estavam a coletar. Paulo recomenda, portanto que “preparem de antemão a vossa dádiva”, chamando-a de “expressão de generosidade e não de avareza.” Muitas vezes somos chamados a planejar nossas ofertas porque isso pode auxiliar os que dela precisam e pode servir também de estímulo aos demais que, vendo a fidelidade da Igreja, se animam a contribuir.
(3) Uma oferta de uma pessoa pobre
Em Marcos 12.41-44 e Lucas 21.1-4 temos o registro de uma oferta trazida por uma viúva pobre ao templo. Lemos nesses trechos:
MARCOS 12
(41) E sentando-se Jesus defronte do gazofilácio (cofre das ofertas), observava como a multidão lançava dinheiro no cofre; e muitos ricos depositavam grandes quantias.
(42) Vindo, porém, uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante.
(43) E chamando ele os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos os que deitavam ofertas no gazofilácio;
(44) porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; mas esta, da sua pobreza, deu tudo o que tinha, mesmo todo o seu sustento.
LUCAS 21
(1) Jesus, levantando os olhos, viu os ricos deitarem as suas ofertas no cofre;
(2) viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas;
(3) e disse: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos;
(4) porque todos aqueles deram daquilo que lhes sobrava; mas esta, da sua pobreza, deu tudo o que tinha para o seu sustento.
Podemos, desse resgistro, extrair as seguintes lições:
1. Deus se agrada das ofertas. Isso fazia parte da liturgia e não há qualquer palavra de condenação à prática.
2. Faz parte, portanto, de nossos deveres, pois Jesus aprovou a oferta da viúva.
3. A evidência do amor, não é a quantidade dada, mas a quantidade comparada com as nossas posses.
4. Deus requer de nós o mínimo, mas é apropriado até darmos tudo o que temos a Ele.
5. Deus não despreza a oferta humilde, na realidade Ele lhe dá maior valor do que a que procede do sobejo.
6. Não existe pessoa, portanto, que não possa, dessa forma, mostrar o seu amor a Deus.
7. Devemos estar constantemente pesquisando os nossos motivos, nas nossas ofertas.
8. Devemos pesquisar os nossos valores, também: estamos ofertando somente daquilo que sobra, aquilo que não tem serventia para ninguém?