sábado, 30 de abril de 2016

RELIGIÃO – Evangelização é dever de todo cristão

foto_missao_evangelizarPois é meu dever pregar a todos, tanto aos civilizados como aos não-civilizados, tanto aos instruídos como aos sem instrução. Romanos 1.14
Todo cristão sabe que a missão da igreja é evangelizar e discipular. São duas missões que andam paralelas, não adianta apenas evangelizar se não discipular. Não é trabalho para um cristão, mas para todos. Em I Coríntios 3.6 está escrito: Eu plantei, e Apolo regou a planta, mas foi Deus quem a fez crescer.
Não existe um único modelo na forma de evangelizar. Os métodos mais conhecidos incluem o evangelismo pessoal, o evangelismo em massa, etc. Mas, tem um método que me atrai mais que outros – o evangelismo através da igreja local, nesse método a igreja se transforma numa agência evangelizadora através de ações que envolvem pessoas.
Para algumas pessoas esse método é ineficaz porque exige que as pessoas venham à igreja, a sociedade contemporânea movida pelo capitalismo prefere ocupar os centros de compras e lazer do que dedicar algumas horas servindo ao Senhor numa comunidade. Quando a situação se agrava é natural que essas mesmas pessoas corram para a igreja em busca de auxilio.
Em minha visão a vida em comunidade na igreja é o melhor método para atrair e conquistar novos discípulos. A Bíblia apoia a ideia de pessoas se reunirem em comunidade para prestar culto ao Senhor e serem discipuladas.
A igreja é como uma torre de transmissão que recebe a mensagem e transmite aos demais para que passem adiante. Os cristãos que frequentam a igreja devem agir como retransmissores do que ouvem e aprendem acerca de Deus, se todos fizessem isso o mundo já teria sido evangelizado por completo.
Outro conceito importante sobre a igreja é a sua contextualização territorial, a igreja atende a comunidade local e reúne pessoas de determinado lugar. O principio da evangelização ensino que devemos começar em lugares próximos e avançar para outras extremidades.
Para que a igreja cumpre fielmente a sua missão ela precisa cumprir quatro condições indispensáveis:
I. A igreja precisa compreender qual é a sua identidade
A confusão na igreja se dá quando ela não consegue compreender a sua identidade, quem ela é ou a sua vocação. A falsa imagem da igreja pode conduzi-la ao erro. Vejamos algumas imagens falsas:
1º. A igreja como clube de religiosos. Funciona como um clube social onde Deus é o objeto em comum das pessoas. Seus membros contribuem financeiramente, mas exigem certos privilégios, status e vantagens. Essas pessoas ainda não compreenderam que “a igreja é a única sociedade cooperativa do mundo que existe para o benefício de seus não-membros” (William Temple). Os deveres e direitos dos membros da igreja se resumem ao cumprimento da sua missão: adorar a Deus e fazer discípulos entre as Nações. Outras responsabilidades relacionadas falam sobre: amar uns aos outros; levar a carga uns dos outros; etc.
2º. A igreja sem igreja. Esse é um conceito que cresceu bastante nos últimos anos, muitas pessoas sentiram-se irritadas e cansadas do modelo eclesiástico imperial da igreja e decidiram abandoná-la e viver um cristianismo sem a adoração coletiva e comunhão com a igreja. Eles optaram agir por conta própria ajudando instituições ou pessoas e esporadicamente participam de algum encontro religioso com pessoas preferencialmente desconhecidas para não gerar vínculos.
Qual a compreensão que a Igreja precisa ter de si mesma? Um povo chamado por Deus para sair do sistema pecaminoso enquanto está no mundo, disposto a adorar e servir a Deus no propósito de redenção da humanidade. A igreja possui duas marcas clássicas: Adorar a Deus, vivendo num padrão de santidade divina; Evangelizar o mundo, cumprindo a missão de Deus em salvar o pecador.
II. A igreja possui dupla identidade – Ela é um organismo e uma organização
A igreja deve expressar a sua compreensão de si mesma de modo que as pessoas consigam compreender a sua teologia e dupla identidade, como organização e organismo. O problema maior reside na falta de identificação da igreja com a sua missão que é alcançar os outros, quando a igreja centra em si mesma ela perde o seu foco principal que é voltar-se para os que estão fora.
Muitas igrejas são comparadas a um ponto de ônibus, elas estão sempre esperando que alguém venha e sente-se para ouvir o que ela tem a dizer. Nós precisamos mudar esse jeito de ser, de igreja estática para uma igreja que dê resultados.
A falta de organização gera acúmulo de programações semanais e leva as pessoas estarem todos os dias na igreja, comprometendo a vida familiar e social do cristão que não têm tempo para outras atividades. A princípio parece ser uma boa idéia manter as pessoas ocupadas, mas não podemos esquecer que os cristãos precisam se relacionar com outros grupos de pessoas para alcançá-los para Cristo.
Alguns líderes alegam que o acumulo de programas evita que o membro da sua igreja visita ou denominação ou fique ocioso. De fato, isso pode ocorrer. Porém, os líderes precisam entender que os cristãos precisam evangelizar outras pessoas que não sejam cristãos, para que isso ocorra é necessário ter tempo disponível na agenda pessoal.
Como organizar a agenda da igreja local? No Ministério Independência com Cristo temos muitas atividades semanais, mas não exigimos a presença dos membros durante a semana por entender que eles precisam ocupar-se com outras atividades e pessoas no dia a dia.
Duas perguntas são fundamentais para responder se estamos organizados?
1º. A nossa estrutura reflete a nossa identidade? Nós estamos organizados somente em função de nós mesmos para nossa sobrevivência e privilégios ou estamos focados na grande comissão?
2º. Até que ponto nós estamos alcançando a nossa comunidade para Cristo? A igreja precisa se familiarizar com a sua vizinhança, conhecer seu bairro e problemas que o atinge, etc.
III. A igreja deve anunciar as boas novas
Uma igreja organizada do ponto de vista estrutural, localização, prédio, ambiente, som, etc, é importante. Mas, ela precisa expressar quem ela é através da evangelização, compartilhando as boas novas com as pessoas.
Não há como anunciar o evangelho sem falar de Jesus, ele representa as boas novas que expressamos. Não estamos evangelizando quando falamos da estrutura ou programas da igreja, não existe evangelho sem declarar o amor de Deus por nós.
A evangelização deve ser contextualizada para ser compreensível. Alguns cristãos parecem escravizados a certos modelos e palavras de difícil compreensão, anunciam um evangelho estereotipado que só eles entendem.
Quando evangelizamos precisamos manter a nossa fidelidade às Escrituras e ao mesmo tempo ser sensível as necessidades das pessoas. Em algumas situações somos mais enfáticos e em outras precisamos muita prudência para alcançar o coração da pessoa.
IV. A igreja deve ser ela mesma – uma nação poderosa
O que significa para uma igreja ser ela mesma? Nós representamos um Reino que não é terreno, mas celestial. Temos valores que nos contrastam com as demais pessoas, por isso somos conhecidos como filhos de Deus.
A igreja representa o reino de Deus na terra, uma nova sociedade vivendo sob os domínios da graça divina, expressando através de palavras e ações o amor de Deus pela humanidade. Quando evangelizamos, as pessoas precisam ver em nós a transformação que o evangelho nos proporcionou: os cristãos precisam parecer mais com o que pregam, senão a nossa pregação não terá credibilidade.
Em I João 4.12 lemos: “Nunca ninguém viu Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus vive unido conosco, e o seu amor enche completamente o nosso coração.”
Essa é uma grande verdade, embora Deus seja invisível, as pessoas podem enxergar em cada cristão um pouco da glória de Deus quando amamos uns aos outros.
O mundo desconfia da existência de Deus por não vê-lo, embora a Bíblia fale sobre a vinda de Jesus e sua morte, como filho de Deus, na cruz. As pessoas querem mais, elas necessitam de provas que Deus existe, então só podemos fazê-lo através de nossas vidas.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

ORAÇÃO EFICAZ

ORAÇÃO EFICAZ -


"Ah, se eu soubesse onde encontrá-lo, e pudesse chegarão seu tribunal! Exporia ante ele a minha causa e encheria a minha boca de argumentos." - (Jo 23:3,4)

Em sua mais extrema aflição Jó clamou ao Senhor. O supremo desejo de um aflito filho de Deus é, uma vez mais, ver a face de seu Pai. Sua primeira oração não é, "Ah, se eu pudesse ser curado da enfermidade que agora enche meu corpo de chagas!" nem, "Ah, se eu pudesse ver meus filhos trazidos de volta das profunde­zas da morte e minhas propriedades mais uma vez reavidas das mãos do espoliador!" mas seu primeiro e mais profundo clamor é, "Ah, se eu soubesse onde encontrá-lo - aquele que é o meu Deus! - e pudesse chegar ao Seu tribunal!"

Os filhos de Deus correm para casa quando chega a tempestade. É instinto natural de uma pessoa salva buscar abrigar-se de todos os males sob as asas do Senhor. "Aquele que fez de Deus o seu refúgio", poderia servir como título para um verdadeiro crente. Um hipó­crita, quando sente que foi afligido por Deus, se revolta contra a aflição e, como um escravo, foge de seu mestre que o açoitou; o mesmo, no entanto, não acontece com um verdadeiro herdeiro do céu; ele beija a mão que o castigou e busca abrigar-se da vara no seio do mesmo Deus que lhe havia repreendido.

Você perceberá que o desejo de ter comunhão com Deus se intensifica devido terem fracassado todas as outras fontes de consolação. Quando Jó viu seus amigos pela primeira vez à distância, talvez ele tenha alimentado a esperança de que a ternura deles e seus conselhos bondosos mitigassem suador, mas logo depois que eles falaram ele clamou com amargura: "Todos vós sois consoladores molestos." Eles puseram sal em suas feridas, agravaram sua tristeza, aumentaram censuras acrimoniosas ao amargor de suas aflições. No calor do seu sorriso, anteriormente eles desejaram se aquecer, porém agora ousam duvidar da sua reputação da forma mais injusta e ingrata. Assim sendo, o patriarca volveu--se de seus amigos pessimistas e olhou para o trono celestial, do mesmo modo que um viajante se volta do seu cantil vazio, indo às pressas para o poço. Ele des­carta as esperanças terrenas e exclama: "Ah, se eu soubesse onde encontrar meu Deus!" Nada nos ensina melhor quão precioso é o Criador, do que a percepção da futilidade de tudo que nos cerca. Quando você se sente terrivelmente afligido pelo juízo, "Maldito o homem que confia no homem e faz da carne o seu braço", então você fruirá indizível doçura desta segurança divina: "Bem-aventurado aquele cuja confiança está no Senhor e cuja esperança é o Senhor"* Afastando-se com desdenhoso amargor dos favos da terra, onde não encontrou mel, e sim afiados aguilhões, você se regozijará nAquele cuja palavra fiel é mais doce do que o mel ou o favo de mel.

Podemos observar ainda que, embora um bom homem se dirija apressadamente a Deus quando em problemas, e corra velozmente por causa da falta de bondade de seus amigos, muitas vezes a alma redimida é privada da confortável presença de Deus. Esta é a pior de todas as tristezas; o clamor neste texto é um dos gemidos mais profundos de Jó, muito mais profundo do que qualquer outro que tenha surgido por causa da perda de seus filhos e propriedades: "Ah, se eu soubesse onde encontrar meu Deus!" A pior de todas as perdas é perder o sorriso do meu Deus. Já experimentou, então, algo da amargura do clamor de seu Redentor; "Deus meu, Deus meu, porque me desamparastes?" A presença de Deus está sempre com o Seu povo, em certo sentido, quanto a sustentá-lo secretamente, mas Sua presença manifesta eles não gozam constantemente. Assim como a esposa no Cantares de Salomão, eles buscam seu amado pela noite sobre sua cama, procuram-no mas não o acham, e embora se levantem e perambulem pela cidade não podem encontrá-lo, e esta pergunta pode ser feita ansiosamente a todo instante: "Tendes visto aquele a quem minha alma ama?" Você pode ser amado por Deus e não ter consciência desse amor em tua alma. Você pode ser tão querido ao Seu coração como o próprio Jesus Cristo e, no entanto, momentaneamente ser abandonado por Ele, assim como num breve momento de ira Ele pode esconder-Se de você.

Mas, nessas ocasiões o desejo da alma crente aumenta em intensidade devido a luz de Deus ter-lhe sido retirada. Ao invés de dizer orgulhosamente: "Bem, se Ele me deixou então terei que passar sem Ele; se não posso ter Sua confortadora presença devo lutar da melhor forma possível", a alma exclama: "Não, é a minha própria vida, preciso ter o meu Deus. Pereço, atolo-me em profundo lamaçal, onde se não pode estar em pé, e nada a não ser o braço de Deus pode me libertar". A alma agraciada se empenha com zelo redobrado para encontrar a Deus, e envia aos céus seus gemidos, súplicas, soluços e suspiros com mais frequên­cia e mais fervor. "Ah, se eu soubesse onde encontrá-lo!" Distância ou fadiga não são nada, se a alma somente soubesse para onde ir, logo percorreria a distância. Ela não faz nenhuma exigência acerca de montanhas ou rios, mas promete que se soubesse, chegaria mesmo até ao Seu tribunal. Minha alma em seu desejo ardente quebraria paredes de pedra ou escalaria as ameias dos céus para alcançar seu Deus, e embora existisse sete infernos entre eu e Ele, mesmo assim, encararia as chamas se apenas pudesse alcançá-lO. Nada me desanimaria se tivesse esperança de, ao final, permanecer em Sua presença e sentir o delírio do Seu amor. Esse me parece ser o estado mental no qual Jó proferiu as palavras que estamos considerando.

Mas não podemos parar neste ponto. Parece que o alvo de Jó em desejar a presença de Deus, era para que pudesse orar a Ele. Jó havia orado, porém queria sentir--se na presença de Deus. Ele desejava suplicar ante Alguém que o ouviria e o ajudaria. Ansiava ardentemente expor o seu caso diante do Juiz imparcial, diante da face do Deus todo sábio; e passando das cortes inferiores, onde seus amigos emitiram juízo injusto, ele queria ape­lar para o Tribunal Superior de justiça - o Alto Tribunal do céu. Lá, segundo ele, "Com boa ordem exporia ante ele a minha causa, e a minha boca encheria de argumentos".

Neste último versículo citado, Jó nos ensina como ele almejava suplicar e interceder diante de Deus. De certa forma, ele nos revela os segredos do seu íntimo e nos mostra a arte da oração. Aqui somos incorporados ao grêmio dos suplicantes; é-nos mostrado a arte e o mistério da súplica; aqui se nos ensina a abençoada ciência e habilidade da oração, e se nós nos tornarmos aprendizes de Jó, e se pudermos receber uma lição do seu Mestre, poderemos adquirir bastante habilidade para interceder diante de Deus.


I - PONDO EM ORDEM NOSSA CAUSA DIANTE DE DEUS

Há uma idéia popular de que a oração é uma coisa muito fácil, uma espécie de atividade comum que pode ser feita de qualquer forma, sem nenhum cuidado ou esforço. Alguns pensam que somente é necessário pegar um livro, utilizar certo número de palavras atraen­tes, e assim terá orado, podendo então guardá-lo novamente. Outros supõem que usar um livro é coisa supersticiosa, e aquilo que se deveria fazer é repetir uma série de frases improvisadas, frases essas que viriam à mente de súbito como uma manada de porcos ou uma matilha de cães, e uma vez tendo-as pronunciado com certa atenção, pronto, a oração foi feita.

Ora, nenhum desses modos de orar foi adotado pelos santos do passado. Parece que eles pensaram muito mais seriamente sobre oração do que muitos pensam em nossos dias. Parece ter sido algo impor­tantíssimo para eles - um exercício constantemente praticado, no qual alguns deles atingiram grande eminência e foram, dessa forma, singularmente abençoados. Ceifaram grandes colheitas no campo da oração e descobriram que o propiciatório é uma mina de tesouros inimagináveis.

Os santos do passado tiveram o costume de colocarem em ordem, como Jó, sua causa diante de Deus. Assim como um peticionário não vai a uma corte impulsivamente, sem antes pensar no que vai dizer, mas entra na sala de audiências com seu processo bem preparado, tendo também aprendido como deve se comportar diante da grande autoridade a quem vai apelar, da mesma forma é bom que nos aproximemos do trono do Rei dos reis, tanto quanto possível, com premeditação e preparação, sabendo o que fazemos, qual a nossa posição e o que desejamos obter. Em tempos de perigo e aflição podemos correr para Deus da forma como estamos, assim como a pomba voa para uma fenda na rocha, mesmo que suas penas estejam arrepiadas; mas em tempos normais não deveríamos nos aproximar dEle com espírito despreparado, assim como uma criança não se aproxima do seu pai pela manhã sem antes ter lavado o rosto.

Veja ali o sacerdote; ele tem um sacrifício para oferecer, porém não se apressa para o pátio dos sacerdotes a fim de picar o novilho com o primeiro machado em que puder pôr a mão. Pelo contrário quando se levanta lava seus pés na bacia de bronze, coloca suas vestimentas e se enfeita com seus trajes sacerdotais. Então ele se achega ao altar com sua vítima adequadamente dividida de acordo com a lei. Sendo cuidadoso em fazer de conformidade com o manda­mento, mesmo em coisas simples tais como onde colocar a gordura, o fígado e os rins. Ele põe o sangue numa bacia, derrama-o num lugar apropriado aos pés do altar, não o jogando de forma que mais lhe agrade, e acende o fogo, não com chama comum, e sim com o fogo sagrado retirado do altar. Atualmente todo este ritual foi superado, mas a verdade que ele ensinava permanece a mesma; nossos sacrifícios espirituais devem ser ofe­recidos com santo cuidado. Deus nos livre de que nossa oração seja somente saltar da cama, ajoelhar-nos e dizer qualquer coisa que venha à mente. Pelo contrário, que possamos esperar no Senhor com santo temor e reverência.

Veja como Davi orou quando Deus o abençoou - ele entrou na presença do Senhor. Compreenda isso. Ele não ficou de fora a uma certa distância, porém entrou na presença do Senhor e sentou-se (pois sentar-se não é posição errada para orar, ainda que critiquem contra isso) e uma vez sentado, calma e tranquilamente diante do Senhor, começou a orar. Todavia, ele não fez isso sem antes pensar na bondade divina. Dessa maneira chegou ao espírito de oração. Daí, pela assistência do Espírito Santo, abriu sua boca. Oxalá buscássemos mais freqüentemente o Senhor desse modo!

Davi se expressa da seguinte forma: "Pela manhã ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã me apre­sentarei a ti, e vigiarei" (Salmo 5:3). Sempre lhes tenho explicado isso como significando pôr em ordem de batalha seus pensamentos tais quais homens de guerra, ou apontar suas orações como se fossem flechas. Davi não apanhava uma flecha para colocá-la na corda do arco e atirá-la em qualquer direção, mas tendo apanhado a flecha escolhida e a colocado na corda, ele se fixava no alvo. Olhava - olhava bem - para o círculo branco do alvo; mantinha seu olho fixo no mesmo, dirigia sua oração, então puxava o arco com toda sua força e deixava a flecha voar. Uma vez em pleno vôo, tendo ela deixado suas mãos, o que diz ele? "Olharei para cima." Olhava para cima a fim de ver aonde a flecha foi e saber que efeito havia causado, pois esperava resposta as suas orações e não era como muitos que raramente pensam em suas orações depois de as haverem profe­rido. Davi sabia que tinha diante de si uma obrigação que requeria toda a sua capacidade mental; ele punha em ordem de batalha suas faculdades e partia para a obra de maneira esmerada, como alguém que cria na mesma e desejava obter sucesso. Deveríamos tanto arar cuida­dosamente como orar cuidadosamente. Quanto melhoro trabalho mais atenção ele merece. Ser diligente na sua loja e negligente no lugar de oração, é nada menos do que blasfêmia, pois é uma insinuação de que qualquer coisa servirá para Deus, enquanto que o mundo deve ter o melhor de nós.

Se alguém me perguntar qual a ordem a ser observada em oração, eu não darei um esquema como muitos têm feito, no qual a adoração, confissão, petição, intercessão e louvor estão arranjados numa sucessão. Não estou convencido de que uma ordem desse tipo tenha autoridade divina. Não é à ordem mecânica que estou me referindo, pois nossas orações serão igual­mente aceitáveis, e talvez igualmente apropriadas, em quaisquer formas, posto que existem, exemplos de orações, de todos os tipos, tanto no Velho como no Novo Testamento.

A verdadeira ordem espiritual da oração parece--me consistir em algo mais do que um mero arranjo. É muito apropriado para nós sentirmos que agora estamos fazendo algo real; sentirmos que estamos nos dirigindo a Deus, a Quem não podemos ver, porém que está realmente presente; a Quem não podemos tocar ou ouvir, nem por meio de nossos sentidos perceber, a Quem, entretanto, está conosco tão realmente como se estivéssemos falando com um amigo de carne e osso. Sentindo a realidade da presença de Deus, nossa mente será conduzida pela graça divina a um estado de humildade; sentir-nos-emos como Abraão quando disse: "Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza". Assim sendo, não faremos nossas orações como garotos que repetem suas lições de forma roti­neira, muito menos falaremos como se fôssemos rabinos instruindo nossos alunos, ou como alguns fazem, com a aspereza de um assaltante parando alguém na estrada e obrigando-o a entregar-lhe sua bolsa; mas seremos humildes suplicantes, embora ousados, humildemente importunando a misericórdia mediante o sangue do Salvador. Não teremos a reserva de um escravo, mas a cândida reverência de uma criança, contudo não uma criança impudente, impertinente, e sim uma criança obediente e dócil, honrando seu Pai, e portanto rogando sinceramente, com respeitosa submissão à vontade de seu Pai. Quando sinto que estou na presença de Deus e tomo o meu devido lugar ali, a próxima coisa que faço é reconhecer que não tenho direito algum àquilo que estou buscando e não posso recebê-lo, exceto como um dom da graça. Devo reconhecer também que Deus limita o canal através do qual me concede misericórdia - Ele o fará por meio do Seu amado Filho. Portanto, quero me colocar sob a proteção do grande Redentor. Quero sentir que agora não sou mais eu que falo, mas Cristo fala comigo e que, enquanto suplico, faço-o através de Suas chagas, Sua vida, Sua morte, Seu sangue e Seu ser. É dessa maneira que realmente alcançamos uma ordem na oração.

O que devo pedir? É muito apropriado que, na oração, objetivemos uma grande clareza nas súplicas. Há muitos motivos para deplorar sobre certas orações feitas em público, pois aqueles que as fazem realmente não pedem nada a Deus. Preciso admitir que eu mesmo tenho orado assim, e certamente tenho escutado muitas orações desse tipo, nas quais tive a impressão que nada foi pedido a Deus. Muito de excelentes assuntos dou­trinários e experimentais foi enunciado, mas bem poucas súplicas e esse pouco de um modo nebuloso, caótico e disforme. Todavia, parece-me que a oração deve ser clara, o pedir por alguma coisa definida e claramente, pois a mente percebe sua necessidade premente de tal coisa, e portanto deve suplicar por ela. Não é bom usar de rodeios na oração, mas ir direto ao assunto. Eu gosto daquela oração de Abraão: "Oxalá viva Ismael diante de ti!" Ele menciona o nome e a pessoa pela qual está orando e a bênção desejada, tudo isso em poucas palavras - "Ismael viva diante de ti!" Muitas pessoas teriam usado uma expressão cheia de rodeios, tal como esta: "Oh que nossa prole possa ser agraciada com o favor que Tu dispensas para aqueles que..." etc. Diga "Ismael", se você quiser dizer "Ismael"; coloque isso em palavras simples diante do Senhor. Algumas pessoas não podem sequer orar pelo pastor sem usar certos adjetivos de tal forma que pensaríamos ser o bedel da paróquia ou alguém que não poderia ser mencionado tão particularmente.

Porque não sermos claros e dizermos o que pen­samos, e pensarmos o que queremos dizer? Ordenar nossa causa nos levaria a uma maior clareza de pensamento. Quando em particular, não é necessário pedir todos os bens possíveis e imagináveis; não é necessário recitar o catálogo de todos os desejos que você tem, teve, pode ter ou terá. Peça o que precisa no momento e, como regra, atenha-se à tua necessidade da hora; peça pelo pão de cada dia - o que deseja no momento - peça isso. Peça-o sem rodeios, diante de Deus, que não repara em tuas expressões rebuscadas, para Quem tua eloquência e oratória não serão mais do que puro vaidade. Você está diante do Senhor; sejam poucas as tuas palavras, mas seja cheio de fervor teu coração.

Você ainda não terá posto as coisas em ordem quando ti ver pedido o que deseja através de Jesus Cristo. É preciso examinar a bênção que deseja para saber se ela é algo apropriado a ser pedido, pois algumas orações jamais seriam feitas se os homens apenas refletissem. Uma pequena reflexão nos faria ver que seria melhor se certas coisas que desejamos fossem postas de lado. Além disso, podemos terem nosso íntimo um motivo que não vem de Cristo - motivo egoísta - que esquece da glória de Deus e só se preocupa com nosso próprio alívio e conforto. Ora, embora possamos pedir coisas que sejam para nosso proveito, não devemos permitir que nosso proveito interfira, de maneira alguma, com a glória de Deus. Deve haver junto com a oração aceitável o santo sal da submissão à vontade divina. Gosto destas palavras de Lutero: "Senhor, terei aquilo que quero de Ti". "Como você gosta de uma expressão como essa"? -você me pergunta. Gosto por causa do que se segue: "Terei o que desejo, pois sei que a minha vontade é a Tua vontade". Lutero se expressou muito bem, mas sem as últimas palavras teria sido uma ímpia presunção. Quando estamos certos de que aquilo que pedimos é para a glória de Deus, então, se tivermos poder na oração, podemos dizer: "Não te deixarei ir se não me abençoares". É possível chegar a um tal relacionamento íntimo com Deus, e como Jacó com o anjo, podemos lutar e tentar vencer o anjo para não sermos mandados embora vazios, sem recebermos a bênção desejada. Mas antes de chegarmos a essa intimidade, devemos ter a certeza de que aquilo que estamos buscando é realmente para a honra do Mestre.

Ponha estas três coisas juntas: 1) profunda espi­ritualidade que reconhece a oração como sendo conversa real com o Deus invisível - clareza que evidencia realidade na oração, pedindo por aquilo que sabemos necessitar; 2) muito fervor, crendo que é realmente necessário aquilo que desejamos, estando dispostos a obtê-lo pela oração, desde que seja possível tê-lo por meio da mesma; 3) acima de tudo isso, completa submissão, deixando-o ainda com a vontade do Mestre. Tudo isso deve ser amalgamado e então terá uma idéia clara do que é ordenar sua causa diante de Deus.

Ainda mais, a oração em si mesma é uma arte que somente o Espírito Santo pode nos ensinar. Ele é o doador de todas as orações. Rogue pela oração - ore até que consiga orar, ore para ser ajudado a orar e não abandone a oração porque não consegue orar, pois nos momentos em que você acha que não pode orar, é que realmente está fazendo as melhores orações. As vezes quando você não sente nenhum tipo de conforto em suas súplicas e seu coração está quebrantado e abatido, é que realmente está lutando e prevalecendo com o Altíssimo.
  

II - ENCHENDO NOSSA BOCA COM ARGUMENTOS

Com isto não quero dizer enchendo a boca com palavras, frases bonitas, expressões agradáveis, e sim de argumentos, como os santos da antiguidade costu­mavam arrazoar na oração. Quando nos aproximamos da porta da misericórdia, argumentos convincentes são as batidas na argola que fazem com que a porta se abra.

Por que os argumentos deveriam ser usados? Certamente não é porque Deus demore para dar; não é porque podemos mudar o propósito divino, nem porque Deus necessite ser informado acerca de quaisquer circunstâncias concernentes a nós ou sobre a benção pedida. Os argumentos a serem usados são para nosso próprio benefício, não benefício dEle. Deus exige que pleiteemos com Ele e apresentemos nossas razões fortes, como diz Isaías, pois isso mostrará que valorizamos a bênção. Quando um homem busca argumentos em favor de uma determinada coisa é porque ele atribui importância àquilo que está procurando.

Reitero, o uso de argumentos nos ensina a base pela qual obtemos a bênção. Se um homem vier com um argumento baseado em seu próprio mérito, não conse­guirá nada; o argumento bem sucedido está sempre fundamentado sobre a graça, e daí a alma que assim suplica começa a entender intensamente que é pela graça, e graça somente, que um pecador obtém algo do Senhor. Além disso, o uso de argumentos é destinado a estimular o nosso fervor. A pessoa que usa um argumento com Deus terá mais força para usar o segundo, e usará o terceiro com poder ainda maior, e o quarto com maior poder ainda. As melhores orações que já ouvi em nossas reuniões de oração foram aquelas mais repletas de argumentos. Às vezes minha alma tem-se comovido por completo ao escutar irmãos que vieram a Deus sentindo a real necessidade da benção e que realmente era preciso tê-la, pois a princípio pleiteavam de Deus que a concedesse por essa razão, e depois por uma segunda, terceira, quarta e quinta, até que tivessem despertado o fervor de todos ali presentes.

No que se refere a Deus, a oração não é necessária de forma nenhuma, mas quanto a nós ela é inteiramente necessária. Se não fôssemos constrangidos a orar, du­vido que poderíamos vi ver como cristãos. Se as bênçãos de Deus chegassem até nós sem serem pedidas, não teriam metade do valor que têm, pois, ao pedi-las, obtemos uma dupla bênção - uma em obter, outra em pedir. O próprio ato de orar é uma bênção. Orar é, de certa forma, banhar-se em águas cristalinas, e assim escapar do calor do sol de verão. Orar é subir em asas de águia acima das nuvens e chegar ao céu claro onde Deus habita. Orar é entrar na tesouraria de Deus e enriquecer-se de um reservatório inexaurível. Orar é tomar o céu nos braços, é abraçar a Deidade dentro da alma e sentir o corpo feito o templo do Espírito Santo. Independente da resposta, a oração em si mesma é uma bênção. Orar é desfazer-se de seus fardos, despir-se de seus trapos, lançar fora suas enfermidades, ficar cheio de vigor espiritual, alcançar o mais alto ponto da saúde cristã. Que Deus nos ajude a sermos diligentes na santa arte de argumentar com Ele mediante a oração.

Ainda resta a parte mais interessante do nosso assunto; trata-se de um catálogo resumido de alguns dos argumentos que têm sido usados com grande sucesso junto a Deus. Não posso te fornecer uma lista completa; para tanto seria necessário um tratado do tipo que só John Owen poderia produzir.

 1. Os atributos de Deus
Abraão fundamentou-se neles quando tentou sustar a justiça de Deus. Era necessário que alguém orasse por Sodoma, e Abraão começou assim: "Se porventura houver cinqüenta justos na cidade, destruí-los-á também, e não pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que estão dentro dela? Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti seja. Não fará justiça o Juiz de toda a terra?" Aqui começa a luta. Com este poderoso argu­mento o patriarca segurou a mão esquerda do Senhor e prendeu-a exatamente quando o raio estava prestes a cair. Mas, então, veio uma resposta. Foi comunicado a ele que isso não pouparia a cidade e você se recorda como aquele bom homem, quando duramente pressio­nado foi recuando pouco a pouco, e por último, quando não mais podia deter a justiça, agarrou a mão direita de Deus, a da misericórdia, e isso lhe deu grande segurança quando suplicou para que a cidade fosse poupada se nela houvesse pelo menos dez justos. Assim sendo, eu e você podemos nos agarrar, a qualquer instante, à justiça, misericórdia, fidelidade, sabedoria, paciência e ternura de Deus, e descobriremos que todos os atributos do Altíssimo são, em certo sentido, um grande aríete com o qual poderemos abrir as portas do céu.

2. A promessa de Deus
Quando Jacó estava do outro lado do vau do Jaboque e seu irmão Esaú vinha ao seu encontro com homens armados, ele implorou a Deus para que não o permitisse destruir a mãe e as crianças, e a razão prin­cipal usada foi esta: "Tu disseste: certamente te farei bem". Que força tem esse argumento! Ele estava responsabilizando Deus pelo cumprimento de Sua palavra: "Tu disseste". O atributo serve como um ótimo chifre do altar para segurarmos, mas a promessa, a qual contém o atributo é algo mais, é um chifre ainda mais forte. "Tu disseste". Lembramo-nos como Davi se expressou. Depois de Nata ter proferido a promessa, Davi disse no final de sua oração: "Faz como tu dis­seste". Este é um argumento legítimo para todo homem honesto usar. E tendo Deus falado, não o fará? "Seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso". Não será Ele verdadeiro? Não manterá Ele Sua palavra? Porven­tura não permanecerá de pé e não será cumprida toda palavra que sai de Seus lábios?

Salomão, quando da inauguração do templo, usou o mesmo argumento poderoso. Ele suplica a Deus para que Se lembre da palavra que havia falado a seu pai Davi e abençoe aquele lugar. Quando um homem emite uma nota promissória, sua honra está comprometida. Ele a assina com sua mão e deve pagá-la ao chegar o dia do vencimento, senão ficará desacreditado. Jamais devemos dizer que Deus não paga Suas contas. O crédito do Altíssimo nunca foi contestado e nunca o será. Ele é pontual, jamais está adiantado, mas também não Se atrasa. Podemos procurar por todo o Seu livro e compará-lo com a experiência do povo de Deus, e veremos que os dois estão em acordo, do começo ao fim; muitos dos antigos patriarcas disseram como Josué na sua velhice: "Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel: tudo se cumpriu" (Josué 21:45). Se há para você uma promessa divina, não precisa pedir o cumprimento dela com o "se", pode fazê-lo com toda a confiança. Se a bênção que deseja está prometida pela palavra empenhada de Deus, dificilmente haverá necessidade de acautelar-se quanto à insubmissão à Sua vontade. Você conhece a vontade dEle. Essa vontade está na promessa; fundamente-se nela. Não dê descanso a Ele até que a cumpra. Deus deseja cumpri-la; de outra forma não a teria proferido. Ele não profere Suas palavras apenas para silenciar o nosso barulho e nos manter esperançosos por alguns momentos, com a intenção de, afinal, fazer-nos desistir; quando Ele fala é porque tem intenção de agir.

3. O grande nome de Deus
Quão poderosamente Moisés argumentou com Deus, certa ocasião, fiando-se nessa base! "O que farás pelo Teu grande nome? Os egípcios dirão: porquanto o Senhor não podia pôr este povo na terra que lhes tinha jurado; por isso os matou no deserto." Há algumas ocasiões em que o nome de Deus está intimamente ligado à história do Seu povo. Às vezes um crente será obrigado a seguir um curso de ação, baseado numa promessa divina. Ora, se o Senhor não cumprisse a Sua promessa, não somente o crente estaria enganado, mas o mundo perverso olharia para ele, dizendo: ah! ah! onde está teu Deus? Tomemos, por exemplo, o caso do nosso respeitado irmão, o Sr. Jorge Müller, de Bristol. Durante muitos anos ele declarou que Deus ouve e atende as orações e, firme nessa convicção, construiu casa após casa para abrigar órfãos. Posso imaginar, portanto, que se ele estivesse necessitando de meios para o sustento daquelas mil ou duas mil crianças, teria usado o seguinte argumento: "O que farás pelo Teu grande nome?" E você, em meio a um problema angustiante, quando tiver se apossado firmemente da promessa, pode dizer, "Senhor, Tu disseste: "Em seis angústias te livrarei; e na sétima o mal não te tocará" (Jó 5:19). Eu disse a meus amigos e vizinhos que tenho posto minha confiança em Ti, e se Tu não me libertares agora, onde estará Teu nome? Levanta-Te, ó Deus, e faz isso, para que a Tua honra não seja lançada ao pó."

Juntamente com isso podemos empregar o argu­mento das duras coisas ditas pelos injuriadores. Ezequias, rei de Judá, fez muito bem quando pegou a carta de Rabsaqué e a expôs diante do Senhor. Isso o ajudaria? Ela está cheia de blasfêmias; isso o ajudaria? "Onde estão os deuses de Arpade e Sefarvaim? Onde estão os deuses das cidades que destruí? Não deixem que Ezequias vos engane, dizendo que Jeová vos libertará." Será que isso surtirá algum efeito? Claro que sim! Foi uma coisa abençoada o fato de Rabsaqué ter escrito essa carta, pois ela moveu o Senhor a ajudar o Seu povo. Às vezes os filhos de Deus podem se regozijar quando vêem seus inimigos dando vazão ao seu mau humor e dizendo injúrias. "Agora", podem dizer, "inju­riaram o próprio Senhor; não atacaram somente nós, mas o próprio Altíssimo". Agora não é mais o pobre insignificante Ezequias com seu pequeno grupo de soldados que vão lutar contra Rabsaqué, mas é Jeová, o Senhor dos anjos. O que vocês farão agora orgulhosos soldados do altivo Senaqueribe? Porventura não serão completamente destruídos, desde que Jeová entrou na luta? Todo o avanço feito pelo catolicismo romano, todas as coisas erradas ditas por ateus bisbilhoteiros e quejandos, deveriam ser usados pelos cristãos como argumentos perante Deus para que Ele faça prosperar o evangelho. Senhor, veja como eles reprovam o evangelho de Jesus! Tira Tua mão direita do Teu seio! O Deus, eles Te desafiam! O anticristo se lança no lugar onde Teu Filho foi uma vez honrado, e dos púlpitos onde o evangelho foi outrora pregado, o catolicismo romano é agora anunciado. Levanta-Te ó Deus, desperta o Teu zelo, permita que Tua santa ira se inflame! Teu antigo inimigo novamente prevalece. Eis que a prostituta de Babilônia mais uma vez montada na besta de vestes escarlates cavalga em triunfo! Vem Senhor, vem Senhor e novamente mostra o que o Teu braço sozinho pode fazer! Este é um modo legítimo de importunar a Deus, por causa do Seu grande nome.

4. As tristezas do povo de Deus
Isto é freqüentemente usado na Bíblia. Jeremias é o grande mestre nesta arte. Assim diz ele: "Os seus nazireus eram mais alvos do que a neve, eram mais brancos do que o leite, eram mais roxos de corpo do que os rubis, mais polidos do que a safira; mas agora sua aparência é mais escura do que a fuligem" (Lamentações 4:7,8). "Os preciosos filhos de Sião, comparáveis a ouro puro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro" (Lamentações 4:2). Ele fala de todas as suas tristezas e apertos por que passou durante o cerco. Ele clama ao Senhor pedindo que olhe para Sua Sião sofredora, e logo depois seus clamores melancó­licos são ouvidos. Nada tão eloqüente para um pai como o clamor de seu filho; oh sim, existe algo mais tocante ainda, é o gemido - quando o filho está tão doente que não consegue mais chorar e permanece deitado jeremiando de maneira que indica extremo sofrimento e intensa fraqueza. Quem pode resistir a tal gemido? E quando o Israel de Deus for conduzido a uma situação tão ruim que já não possa clamar, onde somente seus gemidos podem ser ouvidos, aí então virá de Deus a libertação, e certamente Ele mostrará que ama o Seu povo. Quando vocês, irmãos, estiverem em tal situação, podem usar os vossos sofrimentos como um argumento para que Deus se volte e salve o remanescente do Seu povo. Procedam da mesma maneira em relação à igreja em transe de sofrimento.

5. O passado
Povo experiente de Deus, você sabe como apropriar-se disso. Aqui está o exemplo de Davi: "Tu tens sido o meu auxílio. Não me deixes, nem me desampares". Ele se baseia na misericórdia de Deus desde a sua mocidade. Fala de sua dependência de Deus desde o nascimento, e então suplica: "Agora, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus...". Moisés tam­bém, falando com Deus, diz: "Tu tiraste do Egito o teu povo". É como se ele dissesse: "Não deixeis o Teu trabalho incompleto ;começaste a construir, complete-o. Tu travaste a primeira batalha; Senhor, termine a campanha! Prossiga até conseguir a vitória completa". Quantas vezes, estando em problemas, temos clamado: "Senhor, Tu me libertaste de duras provações, quando parecia não haver nenhum socorro por perto; não me abandonaste até agora, Tenho levantado meu Ebenézer em Teu nome. Se Tua intenção era me abandonar, por que me mostraste tais coisas? Trouxeste Teu servo até aqui para expô-lo à vergonha?" Temos de tratar com um Deus imutável, que fará no futuro o que tem feito no passado, pois nunca muda de propósito e o Seu desígnio não pode ser frustrado; assim sendo, o passado torna-se um poderoso meio de conseguir bênçãos de Deus.

Podemos até mesmo usar nossa própria indig­nidade como argumento com Deus. "Do comedor saiu comida, e doçura saiu do forte." Davi em determinado lugar argumenta da seguinte forma: "Senhor, perdoa a minha iniqüidade, pois é grande". Esse é um modo especial de raciocinar, mas sendo interpretado significa: "Senhor, por que farias coisas pequenas? Tu és um grande Deus e eis aqui um grande pecador. Eis uma oportunidade em mim para demonstrar a Tua graça. A enormidade do meu pecado faz de mim um palco para manifestar a grandeza da Tua misericórdia. Permite que a grandeza do Teu amor seja vista em mim." Moisés parece estar pensando desta mesma maneira quando pede a Deus que mostre Seu grande poder em poupar Seu povo pecaminoso. Realmente, o poder com que Deus Se restringe é grande. Existe alguma coisa como rastejar aos pés do trono, fazer uma reverência e clamar: "O Deus, não me quebres, pois sou uma cana esmagada. Não pises sobre minha pequena vida, a qual não passa de pavio que fumega. Tu me caçarás? Sairás, como disse Davi, atrás de um cachorro morto ou de uma pulga? Perseguir-me-ás como uma folha soprada pela tempestade? Olhar-me-ás, como disse Jó, como se fosse um vasto mar ou uma grande baleia? Sou tão pequeno, e desde que a grandeza da Tua misericórdia pode ser mostrada em alguém tão insignificante e tão vil, ó Deus, então tenha misericórdia de mim".

Houve uma vez em que a própria Deidade de Jeová serviu de base para um clamor triunfante do profeta Elias. Podemos imaginar a excitação mental dele naquela augusta ocasião quando mandou seus adversários verem se seus deuses poderiam lhes respon­der através do fogo. Com que duro sarcasmo ele disse: "Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e necessite de que o acordem". E, enquanto eles se cortavam com facas e saltavam sobre o altar, veja o escárnio com que aquele homem de Deus deve ter olhado para tais esforços impotentes e seus gritos extremos e inúteis! Mas pense como seu coração teria palpitado, se não fosse a força de sua fé, quando reparou o altar de Deus que estava quebrado, pôs a lenha em ordem e matou o novilho. Ouça-o exclamar: "Derramem água sobre ele. Não quero que pensem que eu esteja escondendo o fogo; derramem água sobre a vítima". Quando o fizeram, ele lhes ordenou: "Fazei-o segunda vez" e o fizeram segunda vez. Disse ainda: "Fazei-o terceira vez". Quando o altar estava completamente coberto de água, embebido e saturado, ele se levanta e clama a Deus: "O Senhor, manifeste-Se hoje que Tu és Deus". Aqui tudo foi posto à prova. A própria existência de Jeová foi aqui posta, de certo modo, em jogo diante dos olhos dos homens por este ousado profeta. E como ele foi ouvido! O fogo desceu e consumiu não somente o sacrifício, mas também a lenha, as pedras e mesmo a própria água que havia nas valas, pois o Senhor Jeová respondera à oração do Seu servo. Nós podemos tam­bém, em certas ocasiões fazer o mesmo e dizer a Ele: "Oh, por Tua Deidade, por Tua existência, se verdadeiramente Tu és Deus, mostra-Te agora para socorro do Teu povo!"

6. O sofrimento, morte, mérito e intercessão de Cristo Jesus
Receio que não estamos compreendendo o que está à nossa disposição quando somos permitidos supli­car a Deus baseados nos méritos de Cristo. Deparei-me com esse pensamento um dia desses; foi algo novo para mim, mas acho que não devia ter sido. Quando pedimos a Deus que nos ouça, enquanto invocamos no nome de Cristo, geralmente queremos dizer: "Ó Senhor, Teu amado Filho merece isso de Ti; faze-o para mim porque Ele merece". Mas se nós soubéssemos poderíamos ir adiante. Suponha que você tenha um armazém na cidade e diz a mim: "Meu amigo, vá até o meu escritório e use o meu nome e diga que devem lhe dar o que deseja". Eu poderia ir e usar o teu nome e obteria o meu pedido como uma questão de direito e de necessidade. Isto é virtualmente o que Jesus Cristo diz a nós. "Se você necessita algo de Deus, tudo o que o Pai tem pertence a Mim; vá e use Meu nome." Suponha que você dê a um homem o seu talão de cheques assinados com seu pró­prio nome e com os cheques em branco a serem preenchidos conforme ele desejasse; isso se aproxima muito do que Jesus fez quando disse: "Se pedirdes algo em meu nome, eu o farei". Se eu tivesse um bom nome assinando um cheque, estou certo que ele seria trocado por dinheiro ao apresentá-lo ao banco. Semelhante­mente, quando você tem o nome de Cristo, a quem a própria justiça de Deus é devedora, e cujos méritos fazem reivindicações diante do Altíssimo, não há necessidade de falar com medo, temor ou com o fôlego suspenso. Não fique indeciso e não deixe que a fé vacile! Quando você pleiteia no nome de Cristo, está usando algo que balança as portas do inferno e ao qual os exércitos do céu obedecem. Até o próprio Deus sente o poder sagrado desse clamor divino.

Seria melhor se em tuas orações você pensasse mais nos sofrimentos e tristezas de Cristo. Apresente diante do Senhor as Suas chagas; fale ao Senhor sobre Seus clamores; faça com que os gemidos de Jesus clamem novamente do Getsêmani, e Seu sangue fale novamente desde o Calvário horrível. Clame e diga ao Senhor que devido tais tristezas, lamentos e gemidos, você não pode aceitar uma resposta negativa.


III - LOUVOR E AÇÕES DE GRAÇAS

Se o Espírito Santo nos ensinar como porem ordem a nossa causa e como encher a nossa boca de argu­mentos, o resultado será que haveremos de tê-la cheia de louvores. O homem que tem a sua boca cheia de argumentos em oração, logo a terá cheia de ações de graças em resposta às suas orações. Você tem a tua boca repleta esta manhã, não tem? Mas de quê? De reclamações? Ore para que o Senhor a limpe dessas coisas más, pois em nada elas te servirão, e se tornarão amargas dentro de ti a qualquer dia. Que você tenha a tua boca cheia de orações e de argumentos, de tal forma que não haja lugar para nada mais. Então logo te retirarás com aquilo que pediu a Deus. "Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração."

Diz-se - não sei bem como - que a explicação da frase: "Abre a tua boca e eu a encherei" pode ser encontrada num costume muito especial do Oriente. Diz-se que não muitos anos atrás - lembro-me das circunstâncias sendo relatadas - o rei da Pérsia ordenou ao chefe dos seus palacianos, o qual havia feito algo que o agradara, que abrisse sua boca, e quando ele o fez o rei começou a enchê-la de pérolas, diamantes, rubis e esmeraldas, até que a deixou tão cheia quanto pudesse aguentar, e então lhe ordenou que se retirasse. Conta-se que isso tem sido feito ocasionalmente em cortes orien­tais para certas pessoas favoritas. No entanto, se isto é uma explicação da frase ou não, certamente é no mínimo, uma ilustração dela. Deus diz: "Abra a tua boca com argumentos", e então Ele a encherá de misericórdias preciosas, jóias de valor incalculável. Porventura, um homem não abriria sua boca para tê-la cheia de maneira tal? Certamente o mais tolo entre vocês seria bastante sábio para isso. Então abramos bem nossa boca quando tivermos de pleitear diante de Deus. Nossas necessida­des são grandes; que sejam grande os nossos pedidos, e o suprimento o será também. Você não está estreitado nEle, e sim em ti mesmo. Que o Senhor lhe dê grandeza de boca na oração, grande potência, não no uso de linguagem, mas no emprego de argumentos.

O que tenho dito ao cristão é aplicável também em grande parte ao incrédulo. Que Deus conceda a ele sentir a força desta mensagem e lhe ajude voar em oração humilde ao Senhor Jesus Cristo, para que encontre vida eterna nEle.

DIA DA DECISÃO

Texto Bíblico: 1Reis 18.20-40
Introdução: Elias e os profetas de Baal. “A batalha dos deuses.” Este é um incidente dramático e impressionante. Um só homem de Deus enfrenta uma multidão de idólatras, e os vence completamente. Elias propõe uma prova (v.21) e o povo aceita (v.24).
Esta história relata um conflito entre fidelidade e receio (vv.3,9,16), um conflito em que estamos empenhados. Qual dos dois prevalecerá? (Scroggie).
A Que Grupo Você Pertence?
1- O profeta pede ao povo que tome uma decisão acerca de Deus e desafia aos profetas de Baal para um prova de fogo. (vv. 20-24). Todos os profetas de Baal foram convocados para um encontro no Monte Carmelo para uma prova definitiva sobre quem era maior – Baal ou Jeová. Os 450 profetas de Baal tiveram inicialmente a oportunidade de provar o poder de seu deus. Eles clamaram e rezavam, mas um dia inteiro se passou sem qualquer resposta do seu deus. Elias passou a zombar dos falsos profetas, incitando-os a gritar mais alto, pois, segundo ele, poderia ser que Baal estivesse dormindo. Conclusão: O fracasso dos falsos profetas. (vv. 26-29).
2- Elias iniciou a sua demonstração de fé, construindo um altar de 12 pedras, representando as 12 tribos de Israel. (v.31). Então despejou água três vezes em cima do altar e elevou o Deus uma oração calma e breve, na qual pediu que o Senhor se manifestasse ao seu povo. Deus respondeu logo, mandando fogo de céu, o qual consumiu o holocausto, as pedras do altar e até a copiosa água derramada ao seu redor! (vv.30-38).
  • O veredito do povo é que o Senhor é o verdadeiro Deus. (v.39).
  • Esse evento motivou um despertamento espiritual entre os israelitas, os quais decididamente mataram todos os profetas de Baal. (v.40).
Qual Lado Estas?
Os israelitas achavam que podiam adorar o Deus verdadeiro e também Baal. O pecado deles era o de coração dividido (Dt 6.4,5), querendo servir a dois senhores.
O próprio Cristo advertiu contra essa atitude fatal. A Escritura Sagrada  diz:
– “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro: Não podeis servir a Deus e a Mamom.” (Mt 6.24).
– “Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te tenho proposto a vida e a morte, a benção e a maldição. Agora escolhe a vida, para que vivas, tu e os teus filhos.” (Dt 30.19).
– “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Então respondeu o povo: Nunca nos aconteça que deixemos ao Senhor para servirmos a outros deuses!” (Js 24.15,16).
 Qual é a Sua Decisão?
Elias desafiou o povo a tomar uma posição – seguir aquele que fosse o Deus verdadeiro. Elias conhecia somente um caminho: a tomada de decisão. Para um ou para outro lado. Para pessoas decididas como Elias, manquejar é algo insuportável. Por que continuar manquejando, se foi bem claramente provado que Deus é o Senhor?
Resumo: “… Até quando coxeareis entre dois pensamentos?…” (v. 21b). Qual é a sua escolha? Qual é a sua decisão? Qual é a sua resposta? O momento é agora

quinta-feira, 28 de abril de 2016

NASCIDO PARA LUTAR

-Tema: MOTIVACIONAL
“E os filhos lutavam no ventre dela; então ela disse: Por que estou eu assim? E foi consultar ao Senhor”
Gênesis 25.22
-Introdução: A vida de Jacó foi marcada por lutas desde o ventre de sua mãe, quando ali lutava com seu irmão (Gênesis 25.20-27). Rebeca não sabia que estava grávida de gêmeos, mas sentia que havia um combate em seu ventre e como não tinha um médico,“foi consultar ao Senhor” e Deus lhe disse que haviam duas nações em seu ventre (Gênesis 25.23).
Talvez você também tem uma vida marcada por lutas em toda sua história e parece que você nasceu para lutar. Tudo o que faz é marcado por combates e perseguições e nada é fácil pra você. Esta palavra é para sua vida, lutador/a e guerreiro/a.

Você nasceu para lutar?

Vamos refletir sobre as lutas na vida aprendendo com o exemplo de Jacó: 

 Lutas na família:

Gênesis 27.41 “Esaú, pois, odiava a Jacó por causa da bênção com que seu pai o tinha abençoado, e disse consigo: Vêm chegando os dias de luto por meu pai; então hei de matar Jacó, meu irmão”.
A família de Isaque e Rebeca tinha muitas lutas e estava dividida porque o pai preferia Esaú e a mãe gostava mais de Jacó (Gênesis 25.28). Também havia uma disputa entre os irmãos por causa de suas diferenças e também pelo direito da primogenitura (Gênesis 25.29-34). Rebeca não gostava das esposas de Esaú (Gênesis 26.34,35). Jacó enganou seu pai Isaque com ajuda da mãe Rebeca e tomou o direito da primogenitura de seu irmão Esaú (Gênesis 27.1-42). Com isso Jacó teve que fugir de seu irmão Esaú que o odiava e a família ficou dividida por muito tempo (Gênesis 27.43-45).
Quando Jacó se casou também teve lutas para conseguir se casar com Raquel e trabalhou quatorze anos por ela (Gênesis 31.41). Seus filhos odiavam ao irmão José e lhe venderam como escravo (Gênesis 37.28).
Quando enfrentamos lutas na família precisamos pedir a Deus que nos dê sabedoria para reedificar nosso lar (Mateus 7.24-27). Não podemos aceitar divisão na família porque as consequências são desastrosas (Mateus 12.25). Lute a favor da união de sua família e não contra seus familiares (Mateus 10.36).
Você tem enfrentado lutas na família?
Nas lutas familiares a família precisa vencer unida!

2- Lutas no trabalho:

Gênesis 31.41 “Estive vinte anos em tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas, e seis anos por teu rebanho; dez vezes mudaste o meu salário”.
Jacó era pastor de ovelhas (Gênesis 25.27) e quando foi morar com seu sogro Labão, fez um trato de ficar com a parte do rebanho malhada e então Deus fazia com que se aumentasse mais os nascimentos de ovelhas malhadas. Jacó tinha sabedoria e colocava o rebanho diante de galhos onde as sombras serviam de camuflagem para as ovelhas malhadas (Gênesis 30.37).
Mas seu sogro mudou o trato dez vezes, mas “Quando ele dizia assim: Os salpicados serão o teu salário; então todo o rebanho dava salpicados. E quando ele dizia assim: Os listrados serão o teu salário, então todo o rebanho dava listrados”(Gênesis 31.8). Jacó era abençoado porque era dizimista e tinha uma aliança com Deus (Gênesis 28.22).
Se você enfrenta lutas no trabalho e vida profissional, peça ao Senhor que abra as portas para sua vida, mas para isso é preciso que seja fiel a Deus como dizimista (Malaquias 3.10). Quando honramos a Deus com nossas primícias, o Senhor também nos dá abundância (Provérbios 3.9). Tudo isso deve ser feito por fé e amor ao Senhor, com gratidão e nunca como troca ou barganha.
Você está passando por lutas no trabalho?
Seja fiel a Deus e o Senhor te ajudará!

3- Lutas espirituais:

Gênesis 32.24 “Jacó, porém, ficou só; e lutava com ele um homem até o romper do dia”.
Uma cena que marcou a vida foi quando resolveu retornar ao encontro de sua família, especialmente para se reconciliar com seu irmão Esaú. No meio do caminho, quando passou na parte rasa do rio Jordão, local chamado ‘vau de Jaboque’ se encontrou com um anjo do Senhor que o detinha, mas Jacó estava determinado a seguir e lutou pedindo a bênção Divina (Gênesis 32.26).
A partir deste momento Jacó aprendeu a lutar com Deus e pedir a ajuda do Senhor para tudo em sua vida. Se tornou um verdadeiro homem de fé marcado pelo seus encontro com o Senhor.
Também enfrentamos lutas espirituais em nossas vidas. Lutamos com poderes invisíveis (Efésios 6.12), mas quando aprendemos a lutar com a ajuda de Deus, temos a certeza da vitória porque passamos alutar com as armas e a maneira correta (II Coríntios 10.3,4). Antes, quando lutávamos na carne, combatíamos com as pessoas e não contra o mal que os aflige. Hoje podemos vencer tudo com o poder que vem de Deus.
Você está lutando espiritualmente?
Não lute na carne, mas no Espírito!

Não desista de lutar!

-CONCLUSÃOGênesis 32.28 “Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com os homens e tens prevalecido”.
Deus falou com Jacó que seu nome seria mudado para Israel que significa príncipe de Deus ou ‘aquele que reina com Deus’1. Este nome marcou sua vida para se tornar um vencedor.
Se você é um lutador e guerreiro, saiba que Deus tem vitória pra você e te faz um príncipe ou princesa para ser “mais que vencedores por meio daquele que nos amou” (Romanos 8.37).

Deus tem vitória pra sua vida!

quarta-feira, 27 de abril de 2016

O PREÇO DO DISCIPULADO.

 Todo crente verdadeiro, é um discípulo de Cristo. Quando Cristo deu a Grande Comissão, Mt 28.19-20, era para que seus discípulos fossem por todo o mundo e pregando a Palavra de Deus e fazendo discípulos. Vejam o que o Senhor nos disse: “19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.”.
2. A palavra “discípulo”, é usada como sinônimo de crente, de cristão, em todo o livro de Atos. Ver
a) At 6.2, “E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas”.
b) At 11.26, “e tendo-o achado, o levou para Antioquia. E durante um ano inteiro reuniram-se naquela igreja e instruíram muita gente; e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos”.
Qualquer distinção que se estabeleça entre estas duas palavras é puramente artificial.
3. Quando Jesus chamou seus discípulos, os instruir claramente sobre o custo de seguí-lo. Pessoas de coração dividido, dúbio, que não estavam dispostas a comprometer-se com Ele, não o seguiam. Um dos exemplos de alguém assim está no “Moço Rico”, Mt 19.16ss.
4. Nesta noite, queremos analisar o preço do Discipulado, descrevendo suas principais características:
“AS CARACTERÍSTICAS DO DISCIPULADO CRISTÃO”
I – PARA SER DISCÍPULO DE CRISTO, É PRECISO ESTAR DISPOSTO A CONFESSÁ-LO DIANTE DOS HOMENS
VS. 32-33
“32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. 33 Mas qualquer que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus”.
1. A palavra “confessar”, significa “afirmar”, “reconhecer”, “concordar”. Trata-se de uma declaração de identificação, fé, confiança e responsabilidade. Significa que mesmo em circunstâncias contrárias, jamais teremos receio de afirmar que Cristo é o Senhor e dizer de nossa fé nele, Rm 1.16, “Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”. Todo crente genuíno, confessará Cristo diante dos homens.
2. Esta confissão pode ser feita de duas maneiras:
a) Com os lábios, Rm 10.9, “Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo”. Através do uso da fala, da linguagem. Isso sé tem valor, se expressarmos os sentimentos do coração.
b) Com o nosso testemunho, Tt 1.16, “Afirmam que conhecem a Deus, mas pelas suas obras o negam, sendo abomináveis, e desobedientes, e réprobos para toda boa obra”. Dependendo de nosso procedimento no mundo, estaremos confessando, ou negando a Cristo.
3. Esta confissão a Cristo, deve ser “diante dos homens”. Isto eqüivale a dizer que a confissão é o meio pelo qual evangelizamos, pregamos a Palavra do Senhor. Outros virão a Jesus através de nossa confissão, Rm 10.10, “pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação”. Se o coração crê de verdade, a boca estará ansiosa para falar de Cristo, 1 Jo 1.1-2, “1 O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida 2 (pois a vida foi manifestada, e nós a temos visto, e dela testificamos, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e a nós foi manifestada)”.
4. Esta confissão indica a nossa permanência em Deus e a permanência de Deus em nós, 1 Jo 4.15, “Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus”. A confissão de coração, acerca de Jesus, como Filho de Deus, confirma e evidencia a nossa comunhão mística com Deus.
5. Esta confissão determinará a confissão que Cristo fará de nós no dia do Juízo Final: “Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus”, Vs. 32. Cristo certamente dirá: “Este pertence a mim”. Ele confirmará sua lealdade para aqueles que foram leais para com Ele. Porém, temos o outro lado da moeda, Vs. 33, “Mas qualquer que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus”. Aqueles que o negam, o rejeitam e dele blasfemam, certamente sofrerão a justa punição, Mt 25.31-46.
6. confesse a Cristo diante dos homens!
II – PARA SER DISCÍPULO DE CRISTO, É PRECISO ESTABELECER CERTAS PRIORIDADES,
VS. 34-37
“34 Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. 35 Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; 36 e assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa.37 Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim”.
1. A segunda marca do verdadeiro discípulo de Cristo, é que ele ama a Cristo mais do que ama a sua própria família, Vs. 37. Este Vs. 37, é enfático. Isto quer dizer que ser for preciso negar a um pai; é melhor negar ao pai terrestre, do que negar o Pai Celeste. É melhor negar a um irmão terrestre, do que a Cristo, o irmão celeste.
2. A passagem paralela de Lc 14.26, é ainda mais enfática, senão vejam: “Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo”. Para vir a Cristo e ser discípulo dele, é preciso estar disposto, se preciso for, a aborrecer pai, mãe, mulher, filhos, irmãos e ainda a própria vida. A palavra “aborrecer”, significa no seu sentido literal, “odiar”, “detestar”. Eu creio que Cristo não estava ensinando isto em seu sentido absoluto, mas usando, isto sim, uma linguagem mais forte do que a nossa, para enfatizar o que dizia. Jesus não iria contrariar a Palavra de Deus, que ensina princípios de relacionamento familiar:
a) Ela nos ensina a honrar pai e mãe, Êx 20.12, “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”.
b) Também nos ensina que como maridos devemos amar nossas mulheres, Ef 5.25, “Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela”.
3. Creio que o sentido da passagem está na frase: “E ainda a sua própria vida”, Lc 14.26. Esta frase fala de fidelidade absoluta, acima dos laços familiares e acima de nós mesmos. Vejamos alguns ensinos na Escritura sobre este assunto:
a) Somos ensinados a negar a nós mesmos, Mt 16.24, “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me”.
b. Somos ensinados a nos considerar mortos, Rm 6.11, “Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus”.
c) Somos ensinados a nos despojarmos do velho homem com seus feitos, Ef 4.22, “a despojar-vos, quanto ao procedimento anterior, do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano”.
d) Somos ensinados a tratar nosso egocentrismo com o maior desprezo, 1 Co 9.27, “Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à submissão, para que, depois de pregar a outros, eu mesmo não venha a ficar reprovado”.
4. Porque Cristo usa uma linguagem tão pesada? Porque se utiliza de exigências tão ofensivas? Porque Ele deseja espantar para longe aqueles que não querem se comprometer? Ele deseja atrair para si os verdadeiros discípulos. Ele não quer que pessoas de coração dúbio sejam enganadas, pensando que fazem parte do Reino de Deus.
III – PARA SER DISCÍPULO DE CRISTO, É PRECISO ESTAR DISPOSTO A CARREGAR A CRUZ
VS. 38
“E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim”.
1. Tomar a cruz, implica em perder a própria vida. Significa estar disposto a morrer. Da mesma maneira que Cristo foi fiel a Deus, a ponto de morrer, seus discípulos, também precisam estar dispostos a morrer, se necessário for, entregando a vida em sacrifício a agradável a Deus.
2. O suplício da cruz, era um dos meios romanos de pena de morte, e era usado para executar os piores criminosos. Por esta razão, a cruz tornou-se símbolo de sofrimento horrível e vergonhoso.
a) 1 Co 1.18, “Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”.
b) Hb 12.2, “fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus”.
3. A cruz é um instrumento obrigatório para aquele que aspira o discipulado:
a) Vs. 38, “Quem não toma a cruz, não é digno de mim”,
b) Lc 14.27, “Quem não toma a cruz, não pode ser meu discípulo”.
4. Jesus não está ensinando neste texto a salvação pelo martírio, como alguns deduzem pelo teor do Vs. 39, quando diz “Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á”, mas Ele estava se referindo a um estilo, um padrão. Estava afirmando que os verdadeiros discípulos, não recuam, nem mesmo diante da morte. O verdadeiro discípulo, procura seguir a Cristo, ainda que isto lhe custe a própria vida. Vejamos alguns exemplos de discípulos que viveram situações de martírio por amor a Jesus:
a) At 4.18-21, “18 E, chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem nem ensinassem em nome de Jesus.19 Mas Pedro e João, respondendo, lhes disseram: Julgai vós se é justo diante de Deus ouvir-nos antes a vós do que a Deus; 20 pois nós não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido. 21 Mas eles ainda os ameaçaram mais, e, não achando motivo para os castigar, soltaram-nos, por causa do povo; porque todos glorificavam a Deus pelo que acontecera;
b) At 7.59-60, “59 Apedrejavam, pois, a Estêvão que orando, dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito.60 E pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Tendo dito isto, adormeceu. E Saulo consentia na sua morte”.
c) At 12.1-4, “1 Por aquele mesmo tempo o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar; 2 e matou à espada Tiago, irmão de João. 3 Vendo que isso agradava aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro. (Eram então os dias dos pães ázimos.) 4 E, havendo-o prendido, lançou-o na prisão, entregando-o a quatro grupos de quatro soldados cada um para o guardarem, tencionando apresentá-lo ao povo depois da páscoa.
d) 2 Tm 4.6-8, “6 Quanto a mim, já estou sendo derramado como libação, e o tempo da minha partida está próximo. 7 Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. 8 Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”.
5. Para ser discípulos de Cristo, é preciso estar disposto a sofrer as maiores afrontas e morrer se preciso for, pelo seu nome.
CONCLUSÃO:
1. O preço do discipulado é alto. Todos os que quiserem seguir a Cristo, terão que estar dispostos a pagar o preço, caso contrário, jamais serão verdadeiros discípulos. Não há lugar no Reino de Deus, para aqueles que não assumem um compromisso de confessar a Cristo diante dos homens, que não renunciam tudo quanto tem, e que não estejam dispostos, se preciso for, a morrer por amor a Cristo.
2. Lembre-se do que Paulo escreveu a Timóteo, 2 Tm 4.6-8.