sexta-feira, 5 de junho de 2015

JESUS, o Homem Perfeito: O Evangelho de Lucas, o Médico Amado.

TEXTO ÁUREO"E, vendo JESUS que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de DEUS os que têm riquezas!" (Lc 18.24)
 

VERDADE PRÁTICA


As Escrituras não condenam a aquisição honesta de riquezas, e, sim, o amor a elas dispensado.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Lc 21.1-4 Riqueza e pobreza no tempo de JESUS 

CRISTO

Terça - Lc 18.29,30 Generosidade e prosperidade segundo a 
Palavra de DEUS
Quarta - Lc 16.13 Os perigos de se ter as riquezas como senhor
Quinta - Lc 12.13-34 A vida do homem não consiste no seus bens
Sexta - Lc 7.36-50 Avaliando a verdadeira intenção do coração
Sábado - Lc 16.9 Não guardar tesouros na terra, mas no céu
 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Lucas 18.18-24
18 - E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?

 19 - JESUS lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é DEUS.

 20 - Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe. 

21 - E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade.

 22 - E, quando JESUS ouviu isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa: vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.

 23 - Mas, ouvindo ele isso, ficou muito triste, porque era muito rico. 

24 - E, vendo JESUS que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de DEUS os que têm riquezas!
 
OBJETIVO GERAL
Como mordomos que somos, ensinar o uso correto do dinheiro e dos bens confiados por DEUS a nós, à luz do ensino de JESUS.

Pontuar o dinheiro, os bens e as posses na perspectiva secular e na cristã.

Explicar o dinheiro, os bens e as posses na perspectiva do judaísmo do tempo de JESUS.

Conhecer o que JESUS ensinou sobre o dinheiro, as posses e os bens.
Conscientizar o aluno da importância de entesourar tesouros no céu.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Caro professor, o assunto "dinheiro" não é fácil de ser tratado no meio evangélico. Muitos hoje têm sido levados por caminhos nada bíblicos e evangélicos, quando o assunto é dinheiro. Entretanto, o nosso objeto de estudo é o Evangelho de Lucas. Ou seja, o que nos interessa saber é o que a Palavra de DEUS, revelada em Lucas, diz acerca do dinheiro. Qual o estilo de vida que o cristão deve ter à luz desse texto? É o que nos interessa responder nesta lição e também deve ser a pergunta que deve conduzir a aula quando ministrada em sala. Boa aula!
 
PONTO CENTRAL
O dinheiro, os bens e as posses, na perspectiva de JESUS, não devem ser o significado último da vida.
 
Resumo da Lição 10 - JESUS e o Dinheiro
I. O DINHEIRO, BENS E POSSES NAS PERSPECTIVAS 
SECULAR E CRISTÃ

1. Perspectiva secular.

2. Perspectiva cristã.
II. DINHEIRO, BENS E POSSES NO JUDAÍSMO DO TEMPO DE JESUS

1. Ricos e pobres.

2. Generosidade e prosperidade.
III. DINHEIRO, BENS E POSSES NOS ENSINOS DE JESUS

1. JESUS alertou sobre os perigos da riqueza.

2. JESUS ensinou a confiança em DEUS.
IV. DINHEIRO, BENS E POSSES NA MORDOMIA CRISTÃ

1. Avaliando a intenção do coração.
2. Entesourando no céu.

SÍNTESE DO TÓPICO I - Na perspectiva secular, o dinheiro é 

apenas um elemento mate





O Dinheiro é o maior senhor de escravos do mundo. Há indivíduos que fazem do dinheiro a razão da sua vida. Pessoas se casam, divorciam, matam e morrem pelo dinheiro. Muitas pessoas, sem uma dimensão da eternidade, tem sua vista obscurecida pelas coisas temporais e passageiras e, portanto, acaba se deixando dominar pela avareza, pelo desejo de acumulação de riquezas, que é uma insensatez total, como deixou bem claro Jesus na parábola do rico insensato (Lc 12:13-21) - “porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui”(Lc 12:15). Lamentavelmente, não são poucos os que acabam se perdendo na caminhada para o céu por causa do dinheiro.


Riquezas e glórias vêm de Deus, contudo, o dinheiro não é um tesouro para ser usado de forma egoísta, apenas para o nosso deleite. Deus nos dá o dinheiro para O glorificarmos com ele, e fazemos isso, quando cuidamos da nossa família, dos domésticos da fé e de outras pessoas necessitadas, inclusive nossos inimigos (Mt 5:44). A Bíblia revela que a avareza tem sido um obstáculo para muitos alcançarem a salvação, como nos casos do mancebo de qualidade (Mt 19:22; Lc 18:23), de Judas Iscariotes (Lc 22:3-6; João 12:4-6), de Ananias e Safira (At 5:1-5,8-10), de Simão, o mago (At 8:18-23) e de muitos outros, como afirmou Paulo em sua carta a Timóteo (1Tm 6:9,10). Deus assim nos exorta: “se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração” (Sl 62:10).


I. DINHEIRO, O DEUS MAMOM


O Dinheiro é mais que uma moeda, é um deus, é Mamom. É o ídolo que tem o maior número de adoradores neste mundo. Milhões de pessoas se prostram em seu altar todos os dias e dedicamtempo, talentos, vida e devoção a esse deus. Muitas pessoas pisam arrogantemente no próximo e sacrificam até a família para satisfazerem os caprichos insaciáveis dessa divindade. No sermão do monte, Jesus disse que não podemos servir a Deus e às riquezas ao mesmo tempo. Ninguém pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. Ninguém pode servir a Deus e às riquezas. A confiança em Deus implica no abandono de todos os ídolos. Quem coloca a sua confiança no dinheiro, não pode confiar em Deus para a sua própria salvação. Nossos corações somente têm espaço para uma única devoção e nós só podemos nos entregar para o único Senhor.


Que lugar o dinheiro ocupa na sua vida?

 O relato de Lucas 18:18-24 revela a situação espiritual de muita gente. O texto fala de um homem que sentia sede de salvação, porém, tinha o grande obstáculo da riqueza, dos bens materiais, um dos maiores inimigos da vida espiritual. De todas as pessoas que vieram a Cristo, esse homem é o único que saiu pior do que chegou. Ele foi amado por Jesus, mas, mesmo assim, desperdiçou a maior oportunidade da sua vida. A despeito do fato de ter vindo à pessoa certa, de ter abordado o tema certo, de ter recebido a resposta certa, ele tomou a decisão errada. Ele amou mais o dinheiro do que a Deus, mais a terra do que o céu, mais os prazeres transitórios desta vida do que a salvação da sua alma.


1. Esse homem possuía excelentes qualidades, porém vivia insatisfeito.
 Destacamos várias qualidades excelentes desse jovem. Entretanto, todas essas qualidades que alistamos não puderam preencher o vazio da sua alma.


a) Ele era riquíssimo (Lc 18.23). Esse jovem possuía tudo que este mundo podia lhe oferecer: casa, bens, conforto, luxo, banquetes, festas, jóias, propriedades, dinheiro. Ele era dono de muitas propriedades. Embora jovem, já era muito rico. Certamente, ele era um jovem brilhante, inteligente e capaz.


b) Ele era proeminente (Lc 18:18). Lucas diz que ele era um homem de posição. Ele possuía um elevado status na sociedade. Ele tinha fama e glória. Era também líder famoso e influente na sociedade. Talvez ele fosse um oficial na sinagoga. Tinha reputação e grande prestígio.


c) Ele era virtuoso (Lc 18:21;Mt 19.20) - "Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?". Aquele jovem julgava ser portador de excelentes predicados morais. Ele se olhava no espelho da lei e dava nota máxima para si mesmo. Considerava-se um jovem íntegro. Não vivia em orgias nem saqueava os bens alheios. Vivia de forma honrada dentro dos mais rígidos padrões morais. Possuía uma excelente conduta exterior. Era um modelo para o seu tempo.


d) Ele era insatisfeito com sua vida espiritual (Mt 19:20). "Que me falta ainda?". Ele tinha tudo para ser feliz, mas seu coração ainda estava vazio. Seu dinheiro e reputação não preencheram o vazio da sua alma. Estava cansado da vida que levava. Nada satisfazia aos seus anseios. Ser rico não basta; ser honesto não basta; ser religioso não basta. Nossa alma tem sede de Deus.


e) Ele era uma pessoa sedenta de salvação (Lc 18:18). Sua pergunta foi enfática: "Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”. Ele estava ansioso por algo mais que não havia encontrado no dinheiro. Ele sabia que não possuía a vida eterna, a despeito de viver uma vida correta aos olhos dos homens. Ele não queria enganar a si mesmo. Ele queria ser salvo.


f) Ele foi a Jesus com pressa (Mc 10:17). "E, pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro". Naquela época, pessoas tidas como importantes não corriam em lugares públicos, mas esse jovem correu. Ele tinha pressa. Muitos querem ser salvos, mas deixam para amanhã e perecem eternamente. Esse jovem não pode mais esperar, ele não pode mais protelar. Ele não aguentava mais. Ele não se importou com a opinião das pessoas. Ele tinha urgência para salvar a sua alma.


g) Ele foi a Jesus de forma reverente (Mc 10:17). "[...] e ajoelhando-se...” (Mc 10:17). Esse jovem se humilhou caindo de joelhos aos pés de Jesus. Ele demonstrou ter um coração quebrantado e uma alma sedenta. Não havia dureza de coração nem qualquer resistência. Ele se rendeu aos pés do Senhor.


h) Ele foi amado por Jesus (Mc 10:21). "E Jesus, fitando-o, o amou". Jesus viu o seu conflito, o seu vazio, a sua necessidade; viu o seu desespero existencial e se importou com ele e o amou.


2. Esse homem possuía excelentes qualidades, porém vivia enganado (Lc 18:18-23).

 As virtudes do jovem rico eram apenas aparentes. Ele superestimava suas qualidades. Ele deu a si mesmo nota máxima, mas Jesus tirou sua máscara e revelou-lhe que a avaliação que fazia de si, da salvação, do pecado, da lei e do próprio Jesus era muito superficial.


a) Ele estava enganado a respeito da salvação (Lc 18:18). Ele viu a salvação como uma questão de mérito e não como um presente da graça de Deus. Ele perguntou: "Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?". Seu desejo de ter a vida eterna era sincero, mas estava enganado quanto à maneira de alcançá-la. Ele queria obter a salvação por obras e não pela graça. Todas as religiões do mundo ensinam que o homem é salvo pelas suas obras. Na índia, multidões que desejam a salvação deitam sobre camas de prego ao sol escaldante; balançam-se sobre um fogo baixo; sustentam uma das mãos erguida até se tornar imóvel; fazem longas caminhadas de joelhos. No Brasil, vemos as romarias, onde pessoas sobem conventos de joelhos e fazem penitência pensando alcançar com isso o favor de Deus. Muitas pessoas pensam que no dia do juízo Deus vai colocar na balança as obras más e as boas obras e a salvação será o resultado da prevalência das boas obras sobre as obras más. Mas a salvação não consiste daquilo que fazemos para Deus, mas do que Deus fez por nós em Cristo Jesus.


b) Ele estava enganado a respeito de si mesmo (Lc 18:18-21). O jovem rico não tinha consciência de quão pecador ele era. O pecado é uma rebelião contra o Deus santo. Ele não é simplesmente uma ação, mas uma atitude interior que exalta o homem e desonra a Deus. O jovem rico pensou que suas virtudes externas poderiam agradar a Deus. Porém, a Escritura diz que todas as nossas justiças são como trapo da imundícia aos olhos do Deus santo (Is 64:6).


O jovem rico pensou que guardava a lei, mas havia quebrado os dois principais mandamentos da lei de Deus: amar a Deus e ao próximo. Ele era idólatra. Seu deus era o dinheiro. Seu dinheiro era apenas para o seu deleite. Sua teologia era baseada em não fazer coisas erradas, em vez de fazer coisas certas.


Jesus disse para o jovem rico: "Ainda te falta uma coisa: vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me." (Lc 18:22). O que faltava a ele? O novo nascimento, a conversão, o buscar a Deus em primeiro lugar. Ele queria a vida eterna, mas não renunciou os seus ídolos. 


c) Ele estava enganado a respeito da lei de Deus (Lc 18:20,21). Ele mediu sua obediência apenas por ações externas e não por atitudes internas. Aos olhos de um observador desatento ele passaria no teste, mas Jesus identificou a cobiça em seu coração. Esse é o mandamento subjetivo da lei. Ele não pode ser apanhado por nenhum tribunal humano. Só Deus consegue diagnosticá-lo. Jesus viu no coração desse homem o amor ao dinheiro como a raiz de todos os seus males (1Tm 6:10). O dinheiro era o seu deus; ele confiava nele e o adorava.


d) Ele estava enganado a respeito de Jesus (Lc 18:18; Mc 10:17). Ele chamou Jesus de Bom Mestre, mas não está pronto a lhe obedecer. Ele pensou que Jesus era apenas um rabi e não o Deus verdadeiro, feito carne. Jesus queria que o jovem se visse a si mesmo como um pecador antes de ajoelhar-se diante do Deus santo. Não podemos ser salvos pela observância da lei, pois somos rendidos ao pecado. A lei é como um espelho; ela mostra a nossa sujeira, mas não remove as manchas. O propósito da lei é trazer o pecador a Cristo (Gl 3:24). A lei pode trazer o pecador a Cristo, mas não pode fazer o pecador semelhante a Cristo. Somente a graça pode fazer isso.


e) Ele estava enganado acerca da verdadeira riqueza (Lc 18:22). Depois de perturbar a complacência do homem com a constatação de que uma coisa lhe faltava, Jesus o desafia com uma série de cinco imperativos: "Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e vem, e segue-me". Esses cinco imperativos são apenas uma ordem que exige uma só reação. Ele deve renunciar aquilo que se constitui no objeto de sua afeição antes de poder viver debaixo do senhorio de Deus.


O jovem rico perdeu a riqueza eterna, por causa da riqueza temporal. Ele preferiu ir para o inferno a abrir mão do seu dinheiro. Mas que insensatez, ele não pode levar um centavo para o inferno. Ele rejeitou a Cristo e a vida eterna. Agarrou-se ao seu dinheiro e com ele pereceu. Saiu triste e pior, por ter rejeitado a verdadeira riqueza, aquela que não perece. O homem rico se tornou o mais pobre entre os pobres.


II. O DINHEIRO, BENS E POSSES NAS PERSPECTIVAS SECULAR E CRISTÃ


1. Perspectiva secular.

 Na perspectiva secular, o dinheiro tem sido apresentado como a principal fonte de felicidade. Nós vivemos num mundo materialista e consumista. As pessoas valem quanto têm. Presenciamos uma brutal inversão de valores. As coisas externas estão se tornando mais importantes que os valores internos. Neste mundo, embriagado pela avareza, a riqueza material vale mais que a honra. O dinheiro passou a ser mais importante que o caráter. O brilho do ouro tem entenebrecido a mente de muitas pessoas e corrompido suas almas. O dinheiro é a mola que gira o mundo.


Por que as pessoas amam tanto o dinheiro? Há duas razões: Primeiro, elas pensam que se tiverem dinheiro poderão comprar muitas coisas e exercer influência sobre outras pessoas. Mas será que a posse de bens materiais e a influência sobre outras pessoas nos garantirão felicidade? Segundo, elas pensam que se tiverem dinheiro, posses, se sentirão seguras. Muitas pessoas pensam: Ah! Se eu morasse naquele bairro, em um apartamento duplex; se eu trabalhasse na empresa que gosto, e tivesse o carro dos sonhos, eu seria feliz! Pensam que a felicidade está nas coisas. Pensam que a felicidade está no ter. Assim, só se preocupam com o que é terreno e correm atrás de ilusões. Se essa teoria fosse verdadeira, os ricos seriam felizes e os pobres infelizes. No entanto, a experiência prova o contrário. A riqueza tem sido fonte de angústias. Os ricos vivem tensionados pelo desejo insaciável de ganhar sempre mais e com o pavor de perder o que acumularam. Muitas pessoas que ceifam a própria vida são abastadas financeiramente.


O que a Palavra de Deus tem a dizer? O apóstolo Paulo diz que a piedade com o contentamento e não o dinheiro é grande "[...] fonte de lucro" (1Tm 6:5). O dinheiro não produz contentamento. O contentamento significa uma suficiência interior que nos mantém em paz apesar das circunstâncias exteriores. Disse Paulo: "[...] porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação" (Fp 4:11).


Nós não nascemos apenas para esta vida. Somos destinados à eternidade. A morte não é o fim da linha. O dinheiro, porém, tem vida curta. Ele não dura para sempre. Está fadado a se extinguir. O dinheiro não pode cruzar conosco a fronteira do túmulo. Ele não irá conosco para a eternidade - "Porque nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele" (1Tm 6:7).


Nenhuma das coisas que as pessoas cobiçam tem qualquer permanência. Quando uma pessoa morre, ela deixa tudo. O seu dinheiro não pode ser levado para o outro mundo. Não tem carro de mudança-transportando valores num enterro, nem gavetas em caixões, nem bolsos em mortalhas. Entre o nascimento e o falecimento, podemos juntar muito ou pouco, mas na hora final teremos de deixar tudo. Quando o primeiro bilionário do mundo, John Rockfeller, morreu, alguém perguntou ao seu contador: "Quanto o dr. John Rockeffeler deixou?" Ele respondeu: "Ele deixou tudo, não levou um centavo".


Portanto, quando falamos de perspectiva secular, nos referimos a maneira individualista, egoísta e mesquinha de lidar com o dinheiro. A iniciativa de acumular bens para si é diametralmente oposta a do Evangelho, que ordena compartilharmos o que se tem. Uma parábola de Jesus que sugere isso é a do "Rico Insensato", uma pessoa obstinada a somente acumular bens nesse mundo e não atentar seriamente para o que importa. Qual é a importância dos tesouros que você busca acumular aqui em relação à vida porvir?


2. Perspectiva cristã.

 A perspectiva cristã não incentiva a busca pela riqueza material, pelo contrário, desestimula (cf. Lc 12:33; Lc 16:25; Lc 18:22-24; 1Tm 6:8,17; Tg 5:1-3). As coisas espirituais, por serem de natureza eterna, ganham primazia sobre as materiais, que são apenas temporais.


Na perspectiva cristã, o dinheiro, como valor material, não é visto como senhor, mas apenas como um servo. Desta feita, não deixe o dinheiro dominá-lo, domine-o. Não deixe o dinheiro ser seu patrão, faça dele um servo. O problema não é possuir dinheiro, mas ser possuído por ele. O problema não é ter dinheiro, mas o dinheiro nos ter. O problema não é carregar dinheiro no bolso, mas carregá-lo no coração.


Na perspectiva cristã coloca-se os bens a serviço dos outros, como fez Barnabé (At 4:36,37). Qual foi a última vez que você fez algo que trouxe glória ao nome de Deus e alegria para as pessoas? Qual foi a última vez que fez uma oferta generosa para ajudar uma pessoa necessitada? Qual foi a última vez que enviou uma oferta para um missionário? Qual foi a última vez que entregou uma oferta de gratidão a Deus? Qual foi a última vez que repartiu um pouco do muito que Deus lhe tem dado? O apóstolo Paulo dá o belo exemplo da pobre igreja da Macedônia que se doou e ofertou generosamente aos pobres da Judéia, pessoas que a Igreja não conhecia pessoalmente (2 Co 8:1-4).


III. DINHEIRO, BENS E POSSES NOS ENSINOS DE JESUS


1. Jesus alertou sobre os perigos da riqueza (Lc 18:24-25; Mc 10.23-25). Jesus não condena a riqueza, mas a confiança nela. Os que confiam na riqueza não podem confiar em Deus. A raiz de todos os males não é o dinheiro, mas o amor a ele (1Tm 6.10). Há pessoas ricas e piedosas. O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão. A questão não é possuir dinheiro, mas ser possuído por ele.


Jesus ilustrou a impossibilidade da salvação daquele que confia no dinheiro: "É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus'' (Lc 18:25). O camelo era o maior animal da Palestina e o fundo de uma agulha o menor orifício conhecido na época. Alguns intérpretes tentam explicar que esse fundo da agulha era uma porta da muralha de Jerusalém onde um camelo só podia passar ajoelhado e sem carga. Contudo, isso altera o centro do ensino de Jesus: a impossibilidade definitiva de salvação para aquele que confia no dinheiro.


2. Jesus ensinou a confiança em DeusA confiança em Deus é a disposição espiritual pelo qual o crente entrega-se, sem reservas, aos cuidados de Deus. Confiar em Deus é estar convicto de que Ele está no comando de todas as coisas. “Vós, os que temeis ao Senhor, confiai no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo” (Sl 115:11). “Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se abala, mas permanece para sempre”(Sl 125:1).


Se você quer entender melhor o que é confiar, imagine-se fazendo o seguinte: escolha uma pessoa que você conhece bem e em que você confia; imagine que esta pessoa está parada atrás de você; você fecha os olhos, relaxa o corpo e se deixa cair livremente para trás; se você acreditar que esta pessoa não vai deixá-lo cair de jeito nenhum, então você confia nesta pessoa. Basicamente, confiar significa entregar-se completamente nas mãos de outra pessoa, acreditando que ela vai fazer o que prometeu. Confiar em Deus é viver convictos de que tudo está em suas mãos.


Podemos confiar em Deus até nas coisas mais sofridas. Como no caso de Abraão, que nem sempre, ou quase nunca, sabia porque Deus fazia as coisas, mas confiava que Deus sabia o que fazia e iria fazer tudo bem feito. Assim também nós podemos acreditar que os planos de Deus a nosso respeito são sempre os melhores. Muito melhores do que nós poderíamos querer ou imaginar. Mesmo que muitas vezes não sabemos porque Deus nos deixa doentes, ou sem dinheiro, ou com outro problema qualquer, devemos saber que Deus faz tudo para o nosso bem. Ele assim prometeu: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8:28).


A confiança no Senhor não serve como desculpa para a preguiça

A fé conduz à ação e não à inércia. Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance e depois descansar em Deus, confiando que ele cuidará daquilo que nós não podemos fazer.


A confiança em Deus não elimina a oração.

 Pelo contrário, é por confiarmos no Senhor que levamos a Ele os nossos pedidos – “Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças”(Fp 4:6).A criança confia no pai e por isso descansa, não se preocupando com o alimento do dia seguinte. Quando entramos em um ônibus e dormimos, estamos confiando nossas vidas aos cuidados do motorista. Confiemos em Deus, entregando-lhe a direção da nossa existência.


IV. DINHEIRO, BENS E POSSES NA MORDOMIA CRISTÃ


Desde que o homem pecou, houve uma desorganização de valores na sua vida. Em consequência disto, a posse de bens passou a ser um alvo na existência do homem sem Deus e sem esperança. Isto só tem se aguçado na história da humanidade e, como nunca, vivemos num mundo onde o ter sobrepuja o ser.


Pela Bíblia sabemos que não é pecado ser rico e não é uma virtude ser pobre. Ninguém irá para o céu por ser pobre; ninguém irá para o inferno por ser rico. O Senhor Jesus morreu tanto pelo pobre como pelo rico. Não é a riqueza nem a pobreza que irá definir onde o homem irá estar na eternidade, mas o aceitar ou o rejeitar o Senhor Jesus como Salvador.


O Mordomo Fiel, rico ou pobre, no exercício da Mordomia Cristã, faz do dinheiro que possui uma bênção para a obra de Deus, para si mesmo, para sua família, bem como para a comunidade que o cerca.


Assim, ao mesmo tempo em que a Palavra de Deus garante a cada ser humano a possibilidade de sujeitar bens de acordo com a sua vontade e de deles usufruir para a satisfação de suas necessidades, também estabelece que o objetivo do homem e da mulher não deve ser o acúmulo de riquezas para si ou a sua exaltação por causa dos bens que tenha a seu dispor, mas que tudo isto seja um instrumento para que a glória de Deus se manifeste na administração destes bens que lhe forem confiados por Deus, o único e verdadeiro dono de todas as coisas.


1. Avaliando a intenção do coração.

 A maneira que lidamos com o dinheiro reflete quem somos internamente. Nós pertencemos a Deus? Nós confiamos em Deus? O nosso tesouro está em Deus ou no dinheiro? Você tem sentido alegria ao doar? Tem pedido a Deus para multiplicar sua sementeira para poder ajudar ainda mais pessoas?


Mas é bom enfatizar que não basta apenas dar sua oferta ao necessitado, ou sua oferta ou dízimo na igreja, mas a atitude com que se faz essas coisas. A questão não é apenas doar, mas doar-se. Como bem disse o pr. José Gonçalves, “o ensino de Jesus sobre o uso das riquezas vai muito além da simples doação de bens e ações filantrópica. Ele não se limitava a avaliar apenas as ações exteriores, mas, sobretudo, voltava-se para as atitudes interiores. Dessa forma, Jesus valorizou as atitudes da mulher pecadora na casa de Simão, o leproso, e de Maria de Betânia, irmã de Marta e de Lázaro (Lc 7:36-50). Não era, portanto, apenas se desfazer dos bens, mas a atitude e intenção com que isso era feito (Lc 11:41; 21:1-4)”.


2. Entesourando no céu.

A falsa prosperidade leva o homem a correr desenfreadamente para acumular riquezas, alcançar elevadas posições na sociedade e obter notoriedade e fama. Muitos, quando não estão entregues aos prazeres, quase sempre estão mergulhados no trabalho, empenhando-se para alcançar o sucesso. Salomão, também, agiu dessa maneira. Ele dedicou-se a construir mansões, palácios, pomares, açudes... e até mesmo um luxuoso Templo dedicado ao Senhor, mas seu coração continuou vazio. Ele achou que o acúmulo de riquezas lhe traria felicidade, entesourando prata, ouro, objetos de arte, imóveis e tudo mais que o dinheiro e o poder podem comprar, mas sua alma continuou insatisfeita. Depois de muito trabalhar, chegou à conclusão de que todo aquele empreendedorismo e acúmulo de riquezas eram destituídos de sentido e de valor permanente. Disse ele: “E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e que proveito nenhum havia debaixo do sol” (Ec 2:11).


Portanto, entesoure riquezas para a vida eterna. O que você semeia é o que colhe. Exorta assim o apóstolo Paulo: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna” (1Tm 6:17-19).





O dinheiro não é um mal em si. A riqueza é uma bênção de Deus, tanto que Deus a concedeu a Salomão (1Rs 3:13), mas, e aqui está um caso típico, não podemos pôr nas riquezas o nosso coração (Mt 6:19-21). Devemos, sempre, buscar servir a Deus e lhe agradar. Esta deve ser a intenção do cristão. Se Deus nos conceder a riqueza, que nós a usemos para agradar a Deus. Se nos der a pobreza, que nós a usemos para agradar a Deus. O importante é que não façamos dos bens materiais, do dinheiro, o objetivo e a intenção de nossas vidas. Quem passa a pôr o seu coração nos tesouros desta vida, passa a ser um avarento, um ganancioso e, como tal, será um idólatra (Cl 3:5) e, assim, estará fora do reino dos céus (Ap 22:15). Aprendamos, pois, com Jesus o uso correto do dinheiro e como ser bons mordomos dos bens que nos foram confiados.

Subsídio adicional

Sempre quando se fala sobre dinheiro aparece um ou outro que acaba ficando em cima do muro preferindo não optar ou posicionar-se sobre o assunto na vida do crente ou na vida da igreja.
          Apesar de observarmos alguns focando mais as riquezas do que o Reino. Precisamos entender que o dinheiro não deve tomar o lugar do Reino e serve-nos para nos manter, servir a igreja e aos irmãos:
De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos. Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão. Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na presença de muitas testemunhas.” I Tm 6.6-12


          Ame a Deus e use o dinheiro, não faça o contrário!


1)      O dinheiro na cultura popular

          O que mais temos visto nos últimos tempos são pessoas tão amantes do dinheiro que acabam sendo presas por corrupção, mesmo já possuindo muita riqueza material e outras ainda realizando roubos e furtos para seu enriquecimento, não levando em consideração que isto é pecado, e ainda matando as pessoas, cometendo outro pecado.
          No mundo em que vivemos, as pessoas sem Deus, tem o dinheiro como um deus. Querem entesourar riquezas, não ajudam ao próximo, só pensam em si. São para estes que Jesus mencionou (Lc 18.24). Também para estas pessoas Tiago escreveu ((Tg 5.1-3)

          2) O dinheiro nas perspectiva de Jesus

          Há quem acredite que Jesus era rico. Existe inclusive um livro com o título de “O milionário de Cafarnaum”, mas Jesus em nenhum momento demonstrava isso, ou dificilmente enxergamos isso nos textos bíblicos. Vejamos:

“Jesus lhe respondeu: As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça”. (Mt 8.20)

“Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e a Mamóm – dinheiro”  (Mt 6.24)

“Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões roubam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não roubam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.” (Mt 6.19-20)

“E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.”    (Lc 12.15)

          Na perspectiva de Jesus, o dinheiro torna-se motivo de tropeço quando o coração do homem está nele: “Como é difícil aos ricos entrar no reino de Deus. De fato, mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus.” (Lucas 18.24)

          3) O jovem rico não conseguiu entender o reino de Deus
          Em nosso texto base, o jovem rico deixou uma oportunidade ímpar em sua vida. O mestre o chamou para ser seu discípulo e ele não aceitou. O motivo foi simples: o apego ao dinheiro e sua vida confortabilíssima:
a)      Ele tomou as atitudes certas:
- correu ao encontro de Jesus (Mc 10.17)
- Prostrou-se diante do Senhor (Mc 10.17)
- Fez a pergunta certa (Mc 10.17)
- Ele fazia as coisas certas, ou seja, obedecia as leis divinas (Mc 10.20)

b)      Ele tomou a atitude errada:
- Após Jesus pedir ao jovem para ir, vender o que ele tinha, dar aos pobres e assim teria um tesouro o céu, fez o convite para segui-lo, porém o rapaz retirou-se triste, porque possuía muitos bens. Após isso, Jesus falou:
“Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que tem riquezas!” (Lc 18.24)


          4) Os perigos da riqueza

          Os três maiores perigos das riquezas, de acordo com William Barclay, ao comentar esta história:
1) As posses numerosas fomentam uma falsa independência.
          Quem tem bens materiais é inclinado a pensar que pode vencer qualquer situação inesperada. O dinheiro leva a pessoa a pensar que pode comprar o caminho da felicidade, bem como aquele que o livrará da dor. Pensa ainda que pode afastar todas as dificuldades sem Deus.

2) As riquezas prendem as pessoas a este mundo.
"Porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração." (Mt 6.21)
Se tudo o que o homem deseja pertence a este mundo, se todos os seus interesses estão centralizados aqui, nunca pensa em ir além disto. Apegado demasiadamente à Terra é possível esquecer que há um Céu.

3) As riquezas tendem a fazer a pessoa egoísta.
          Por mais que possua é natural ao homem desejar um pouco mais. O suficiente é sempre um pouco mais do que se tem. A pessoa que chegou a desfrutar do luxo e da comodidade sempre tende a temer viver sem eles. A vida se converte em uma luta cansativa para reter o que se possui. O resultado é que quando o homem enriquece, em lugar de sentir o impulso de dar, só experimenta o desejo de prender-se às coisas. O seu instinto o leva a possuir mais e mais, em busca da segurança, que crê, as coisas lhe possam dar.
          O perigo das riquezas é que estas levam o homem a esquecer que perde o que retém e ganha aquilo que dá aos outros. 

          5) O Perigo da Teologia da prosperidade

          Não poderíamos deixar de abordar e alertar aos nossos irmãos quanto a esta idéia que tem permeado nas igrejas evangélicas e causado muitas distorções da interpretação da Palavra de Deus. C. H. Spurgeon asseverou: “nunca foi dito, "a quem o Senhor ama ele enriquece", mas sim, "a quem o Senhor ama ele corrige."
          Esta teologia trai o cristianismo verdadeiro de amar a Deus, a sua Palavra, ser convertido de fato e verdade, ter comunhão com o próximo.  
          “Ela está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos reivindicar ou exigir dele. 
          Ela acerta quando diz que podemos pedir a Deus bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que Deus tem o direito de negá-las quando achar por bem, sem que isto seja por falta de fé ou fidelidade de nossa parte.
          Ela acerta quando diz que devemos sempre declarar e confessar de maneira positiva que Deus é bom, justo e poderoso para nos dar tudo o que precisamos, mas erra quando deixa de dizer que estas declarações positivas não têm poder algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe materialmente.
          Ela acerta quando diz que devemos dar o dízimo e ofertas, mas erra quando deixa de dizer que isto não obriga Deus a pagá-los de volta.
          Ela acerta quando diz que Deus faz milagres e multiplica o azeite da viúva, mas erra quando deixa de dizer que nem sempre Deus está disposto, em sua sabedoria insondável, a fazer milagres para atender nossas necessidades, e que na maioria das vezes ele quer nos abençoar materialmente através do nosso trabalho duro, honesto e constante.
          Ela acerta quando identifica os poderes malignos e demoníacos por detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de identificar outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a ganância, a mentira e a injustiça, os quais se combatem, não com expulsão de demônios, mas com ações concretas no âmbito social, político e econômico.
          Ela acerta quando diz que Deus costuma recompensar a fidelidade, mas erra quando deixa de dizer que por vezes Deus permite que os fiéis sofram muito aqui neste mundo. 
          Ela está certa quando diz que podemos pedir e orar e buscar prosperidade, mas erra quando deixa de dizer que um não de Deus a estas orações não significa que Ele está irado conosco. 
          Ela acerta quando cita textos da Bíblia que ensinam que Deus recompensa com bênçãos materiais aqueles que o amam, mas erra quando deixa de mostrar aquelas outras passagens que registram o sofrimento, pobreza, dor, prisão e angústia dos servos fiéis de Deus.
          Ela acerta quando destaca a importância e o poder da fé, mas erra quando deixa de dizer que o critério final para as respostas positivas de oração não é a fé do homem, mas a vontade soberana de Deus.
          Ela acerta quando nos encoraja a buscar uma vida melhor, mas erra quando deixa de dizer que a pobreza não é sinal de infidelidade e nem a riqueza é sinal de aprovação da parte de Deus. 
          Ela acerta quando nos encoraja a buscar a Deus, mas erra quando induz os crentes a buscá-lo em primeiro lugar por aquelas coisas que a Bíblia constantemente considera como secundárias, passageiras e provisórias, como bens materiais e saúde.” 

          Alguns interpretam “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6:33) trocando “todas estas coisas” por “todas as coisas” ou todas as demais coias” e isso faz uma diferença tremenda no contexto, pois Jesus está falando sobre o cuidado da vida, sobre o que comer e vestir e não sobre riquezas e bens. Pense nisso!






Cerca de metade das parábolas de Jesus envolvem dinheiro de alguma forma. Isto reflete a importância do dinheiro e dos negócios para os ouvintes de Jesus. A Palestina, principalmente a baixa Galiléia, era uma importante rota comercial e também um importante centro produtor de alimentos e outros bens.

A maioria das famílias na Galiléia ainda cultivava as suas próprias terras, e fazia pessoalmente a venda da produção. Muitas famílias se especializavam em determinados negócios.

Pescar, por exemplo, era um grande negócio, de forma que mesmo uma pequena firma como a da família de João e Tiago tinha os seus empregados (Mc 1.20).

Todos precisavam de moedas para comprar bens que não produziam e pagar impostos. Entre os impostos estavam o imposto imperial romano, impostos para a administração local e o imposto do Templo. Além disso, havia os dízimos religiosos que se destinavam aos pobres e à sinagoga, e um "segundo" dízimo que tinha que ser pago em Jerusalém durante as festas religiosas.

Uma das moedas mais comuns era o denário de prata, que era o salário pago ao trabalhador rural por um dia de trabalho, e que trazia uma efígie ou imagem de Tibério César (veja Mt 22.19-21).

A definição bíblica do dinheiro: a Bíblia diz “onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração”. Só liberamos nosso dinheiro onde reconhecemos que há valor. Ao investir na Obra de Deus damos provas efetivas sobre qual espécie e dimensão é o reconhecimento que dispensamos à Igreja do Senhor. Quanto custa para você o ministério onde serve a Deus? 

Administração de ofertas: Jesus tinha seu tesoureiro no ministério, Judas administrou o dinheiro arrecadado (João 12.4-6).

Ofertas recebidas: Jesus e seus discípulos foram sustentados financeiramente durante o ministério itinerante de três anos e meio. Mulheres seguidoras de Jesus o serviam com seus bens, inclusive a esposa do procurador de Herodes, que pertencia à classe sócio-econômica alta daquela época (Lucas 8.1-3).

Sustento de obreiros: Paulo afirmou que o obreiro é digno de seu salário, e que quem ensina merece honorários em dobro (1ª Timóteo 5.17-18).

Auxílio aos cristãos necessitados: O dinheiro era usado para obras sociais entre os membros da Igreja (Atos 6.1-6; 1ª Timóteo 5.16).

O CRISTÃO E SEU DINHEIRO                                                                                         

A Bolsa de Valores sobe! Juros caem! Inflação voltará? Crise econômica preocupa o governo! As manchetes nos jornais, revistas e programas de televisão não param de falar sobre dinheiro. No Brasil, como em muitos outros países, governos são eleitos e desfeitos por circunstâncias e políticas econômicas.

Mas, essa preocupação com dinheiro não é assunto exclusivo do governo. Muitas igrejas, também, se dedicam à busca do dinheiro. Algumas enfatizam a procura da prosperidade na vida dos adeptos, e muitas mostram uma preocupação muito grande em arrecadar dinheiro para a própria igreja. A maioria das pessoas vive numa constante agitação por causa de diversos problemas financeiros—contas já vencidas, desejos de receber aumentos salariais, dívidas assustadoras. O que Deus ensina para nos ajudar no meio de tanta preocupação sobre o dinheiro?

O  DINHEIRO NO ANTIGO TESTAMENTO

Encontramos na Bíblia uma ambivalência fundamental com relação ao dinheiro. Em alguns contextos, especialmente no Velho Testamento, ele é apresentado de forma bem positiva. O texto fala que Abraão “tinha enriquecido muito, tanto em gado como em prata e ouro” (Gênesis 13.2). Jó era muito rico e Salomão recebeu riqueza e honra sem igual entre os reis que viveram na mesma época que ele (1 Reis 3:13). Provérbios diz que “a bênção do Senhor traz riqueza” (10:22); e apresenta uma ética de trabalho simples: “As mãos preguiçosas empobrecem o homem, porém as mãos diligentes lhe trazem riqueza” (10:4).

Claro que o Velho Testamento apresenta advertências quanto à riqueza. Nunca podemos perder a sua fonte: “Lembrem-se do Senhor, o seu Deus, pois é Ele que lhes dá a capacidade de produzir riqueza” (Deuteronômio 8.18). Jamais devemos colocar na riqueza nossa confiança. O salmista escreveu que Deus trará destruição completa ao “homem que rejeitou a Deus como refúgio; confiou em sua grande riqueza” (Salmos 52:7).

O DINHEIRO NO NOVO TESTAMENTO

A imagem do dinheiro muda no Novo Testamento, que enfatiza a chegada do reino de Deus com a vinda de Jesus Cristo. A ênfase maior passa a ser nos aspectos negativos. Jesus abordou várias vezes o assunto. Na parábola do rico insensato (Lucas 12.19), mostrou a tolice de ser rico materialmente e pobre diante de Deus. Condenou a atitude idólatra de quem se relaciona com o dinheiro como deus: “Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará outro, ou se dedicará a um e desprezará outro. Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Lucas 16.13). Jesus lembra que o dinheiro foi criado por Deus e não pode assumir a liderança de nossa vida; precisamos buscar em primeiro lugar o reino de Deus e todas as outras coisas nos serão acrescentadas (Lucas 12.31).

Jesus constantemente usava o dinheiro para ilustrar princípios importantes que queria ensinar.

Dinheiro foi um dos assuntos que Jesus mais abordou em seus ensinos, embora, normalmente, sua preocupação não era simplesmente a de dar orientações financeiras aos que o ouviam. Ao utilizar fatos e parábolas envolvendo riquezas e bens materiais, Ele ilustrava os princípios e valores espirituais mais importantes que queria transmitir, de modo que as pessoas pudessem entender. Sabendo o quanto o coração das pessoas está inclinado a valorizar e a amar o dinheiro, o Mestre confrontava os pecados delas, mostrava o quanto estavam distantes da verdade de Deus e indicava o caminho certo a seguir. Nesta semana, vamos ver alguns desses ensinos. Curiosamente, no texto de hoje, “As Bem-aventuranças”, Jesus omite o dinheiro ao ensinar sobre felicidade. Note que Jesus não relaciona como bem-aventurados os que têm mais dinheiro, os que possuem mais riquezas materiais ou os que são mais prósperos. Segundo o texto, quem são os mais felizes? É instigante perceber, uma vez mais, em Atos 20.35, o paradoxo do ensino de Jesus em relação aos conceitos humanos de felicidade.

A VISÃO DE JESUS SOBRE O DINHEIRO E A GANANCIA HUMANA

Em Mateus 6:19-21, o Senhor disse o seguinte sobre os tesouros terreais: "Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração."

A eternidade é para sempre (!) e é tolice demais sacrificar os tesouros do céu pelas riquezas deste mundo. No entanto, é exatamente isso que muitos cristãos fazem rotineiramente quando ficam enamorados com os bens materiais. Estou convencido que nosso Deus atribui soberanamente a cada um de nós uma posição relativa na vida — nosso status financeiro e material, juntamente com as capacidades co-relacionadas (ou a falta de capacidades) pertinentes a essa posição. Sejamos francos, nem todos têm o intelecto ou a capacidade de acumular riqueza e lidar com ela da forma correta. Alguns têm essa capacidade e graças a Deus por eles poderem gozar os frutos de seu trabalho. Outros irmãos fazem o melhor que podem, mas passam a vida inteira lutando apenas para satisfazerem suas necessidades básicas de alimentação e vestuário. Experimentamos a verdadeira felicidade e o contentamento espiritual quando descobrimos qual é nosso nicho respectivo na vida e então fazemos o melhor que pudermos, enquanto pudermos! Entramos em problemas quando não estamos satisfeitos com a provisão de Deus e cobiçamos mais do que Ele sabe que é melhor para nós. Ambição e desejo de progresso material somente são naturais e corretos quando não forçamos a coisa. Se Deus quiser que prosperemos em nossos empregos e ganhemos mais dinheiro, Ele fará isso acontecer. Quando Ele abrir as portas, poderemos passar por elas.

O dinheiro é nossa ferramenta, não nosso dono

Muitas pessoas são escravas do dinheiro. Lutam tanto para ter dinheiro que nem têm tempo para gozar da sua prosperidade! O desejo de ter coisas e acumular riquezas domina a vida de muita gente. Você já ouviu alguém falar sobre as posses de Bill Gates ou outro rico com tom de inveja na voz? O servo de Deus precisa reconhecer que o dinheiro é uma ferramenta que deve ser empregada em boas obras, e não nosso senhor. Uma das táticas mais eficazes do diabo é apagar o zelo do cristão com preocupações financeiras (Mateus 13:22). Jesus ensinou claramente que nós temos que escolher entre dois senhores (Mateus 6:19-34).

Vivendo livre da avareza

“Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei.” (Hebreus 13:5)

Certamente nunca houve tempo em que a ambição desenfreada e a exaltação do consumismo estivessem tão em voga como em nossos dias. O regime capitalista democrático em que vivemos nos oferece liberdade, porém, ínsita à avareza àqueles que não têm a real compreensão do valor das coisas desta vida.

O culto a avareza é um problema tão grave entre os cristãos, senão até mais, quanto entre os incrédulos. Através da Palavra de Deus, podemos entender que a avareza é um problema de ordem espiritual que começa como uma tendência da nossa natureza carnal e pecaminosa e culmina, na vida daquele que dá liberdade a carne, como uma terrível idolatria: “Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;” (Colossenses 3:5)

"E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.".

O perigo espiritual subjacente que está associado com o dinheiro e com os bens materiais é que eles podem facilmente se transformar em ídolos em nossas vidas. Muitas pessoas acham que um ídolo é somente uma figura feita de madeira ou de pedra que é colocada em um templo e que é adorada. Não, um ídolo é qualquer coisa que fique entre nós e Deus! Deus quer nossa total fidelidade a Ele, exatamente como marido e mulher requerem um do outro. 

Ele fica ofendido quando desviamos nosso amor e atenção dEle para qualquer outra coisa.

Esse conceito é delineado em Mateus 6:24: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.".

O que nos faz a avareza?

Sendo que a avareza rouba no nosso coração o lugar que somente a Deus pertence, nos lançando a condição de meros idolatras, então o Senhor Jesus nos faz uma seria advertência para que todos estejamos cientes que Deus não dividirá o seu trono com as nossas ambições egoístas:“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” (Mateus 6:24).

Ao invés de ceder ao apelo da nossa carne e andar segundo o costume que impera no mundo, a Palavra do Senhor nos convida, neste versículo que tomamos como base, a praticar um estilo de vida diferente: “Sejam vossos costumes sem avareza”.

É possível ter dinheiro e posses e ainda assim ser um servo de Deus? Sim, é perfeitamente possível. Mas é preciso sair da posição de servo do dinheiro e transforma-se em senhor dele.

É errado o cristão ser rico? E viver atolado em dívidas?

O dinheiro é uma parte necessária a vida e certamente não é intrinsecamente mau nem bom. 

Ele é uma das muitas "coisas" na vida de um cristão das quais o Senhor, na verdade, é o dono, mas permite que usemos como Seus mordomos. Quando utilizamos corretamente as "coisas" que Ele coloca ao nosso dispor, e mantemos uma atitude correta com relação a elas, Ele frequentemente as multiplica. Quando adotamos a atitude errada com relação às "coisas" é que entramos em problemas. Se desenvolvermos um amor, um desejo desordenado por essas coisas, isso se torna um pecado em nossas vidas. 

O "Evangelho da Prosperidade" que alguns estão pregando é tão falso e vazio quanto uma nota de três reais. É um fato que Deus prometeu prosperidade espiritual e financeira aos israelitas no Antigo Testamento, mas ambas eram condicionadas à obediência a Ele. Em nenhum lugar você encontrará uma promessa semelhante para os cristãos no Novo Testamento. Na verdade, a Bíblia nos diz que nosso caminhar com Cristo será duro e quanto mais perto procurarmos estar dEle, mais difícil ficará essa caminhada. Neste aspecto, o cristianismo é absolutamente diferente em comparação com todas as religiões do mundo.

CONCEITO CORRETO SOBRE O DINHEIRO

Em quase todos os países hoje, as pessoas precisam ganhar dinheiro para comprar o que precisam. A declaração que Deus inspirou o Rei Salomão a escrever séculos atrás ainda é verdadeira: “O dinheiro é para proteção.” Mas Salomão também disse que a sabedoria vale mais do que o dinheiro porque ela “preserva vivos os que a possuem”. (Eclesiastes 7:12) 

Essa sabedoria se encontra na Bíblia.

Jesus ajudou seus seguidores a ter um conceito equilibrado sobre o dinheiro, ao dizer: “Mesmo quando alguém tem abundância, sua vida não vem das coisas que possui.” (Lucas 12:15) Assim como os discípulos de Jesus do primeiro século, nós mostramos sabedoria por usar o dinheiro de modo responsável e honesto e por evitar desenvolver amor por ele. 

O CRISTÃO E O DINHEIRO

A “teologia da prosperidade” comumente difundida no meio evangélico representa um dos maiores desafios pastorais da atualidade. Numa tentativa de diálogo entre a fé cristã e o neoliberalismo presente no mundo capitalista, muitos teólogos têm defendido alternativas que, em muitos aspectos, colocam de lado elementos centrais da fé cristã, para que o “crente-capitalista” possa encontrar no discurso religioso um amparo para seus desejos de acúmulo, consumo e poder. 

POR QUÊ FALAR EM DINHEIRO?

Nas últimas décadas acompanhamos a emergência da teologia da prosperidade. Esta teologia tem apresentado, pelos meios de comunicação de massa, uma proposta de vida cristã que admite como elemento central o acúmulo de bens materiais. Pode-se afirmar, sem dúvida, que esta proposta teológica está mais firmada nos princípios de vida neoliberais que na própria Bíblia. A leitura da Bíblia tem sido condicionada por “lentes” que direcionam a interpretação dos textos, de modo que esses tragam legitimidade ao desejo de acúmulo de bens e poder de consumo.

Em reação a essa crise, muitos líderes têm encontrado dificuldade de falar de dinheiro durante suas atividades enquanto doutrinadores das comunidades, buscando sequer serem confundidos com um defensor da teologia da prosperidade. Com essa postura, deixam de ensinar sobre aspectos fundamentais para a saúde espiritual de suas comunidades, que ficam carentes de orientações sobre: que postura espiritual o cristão deve manter frente os bens materiais? Como lidar no dia-a-dia com as finanças pessoais e familiares? O que deve ser prioritário para o cristão que é bem sucedido financeiramente? Como o cristão deve agir para com o pobre necessitado? Etc.

SE O DINHEIRO POSSUI VOCÊ, CUIDADO!

A advertência é contra o materialismo e a favor da espiritualidade. A palavra piedade - que quer dizer santidade, dever religioso, reverência e devoção a Deus - descreve o que tem verdadeiro valor na vida. O discípulo só precisa das necessidades físicas, sem luxo, porque já tem tudo: todas as riquezas pessoais e espirituais em Jesus! Dinheiro não compra as coisas importantes; elas são presentes de Deus. O discípulo precisa apenas do necessário para servir a Deus e não precisa cuidar da sua própria segurança financeira porque Deus faz isto. O contentamento com aquilo que possui, sem cobiça e avareza, é lucro puro. Não um lucro financeiro, como o dos charlatões, porém lucro emocional e moral, de consciência tranquila, que vale mais do que as riquezas. (Você pode encontrar mais comentários sobre contentamento em Hebreus 13.5-6 e Filipenses 4.11-13.).

Os perigos são os males inevitáveis dos que querem ficar ricos, dos obcecados pelo amor do dinheiro. O aviso é a certeza de ciladas e ruína. Por quê? Porque riquezas sem Deus trazem apenas decepção e desilusão - o rico tem tudo e não possui nada de valor e se pergunta: só isto? Dinheiro promete tudo e não satisfaz; não cumpre suas expectativas.

SE VOCÊ POSSUI O DINHEIRO, ÓTIMO!

O lado bom do dinheiro é a possibilidade de usá-lo na causa de Cristo. O segredo é administrá-lo bem - para o Reino e não só para si mesmo ou para seu próprio orgulho. A boa administração deposita os tesouros no céu por meio da bondade e generosidade. O mau administrador pensa exclusivamente em si, como o rico insensato em Lucas 12; na hora da sua morte, Deus pergunta:“Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”. A conclusão de Jesus esclarece: “Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (v. 20-21).

Jesus explica tudo em Mateus 6.19-21 “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”

O bom uso do dinheiro prova que a confiança se deposita em Deus e não em dinheiro instável. Dinheiro não garante a esperança futura; Deus garante.

Como a Igreja Primitiva via a questão -

Como os ensinamentos bíblicos sobre o dinheiro têm sido interpretados durante a história da Igreja? A Igreja Primitiva em geral era pobre. Ensinava a indiferença e o desapego diante das coisas deste mundo, em parte por causa da expectativa escatológica da consumação iminente do reino. Pouco a pouco, desenvolveu desconfiança diante da riqueza e exaltação da pobreza.

Porém, a Igreja Primitiva não era comunista ou socialista como muitos já afirmaram. Os líderes perceberam a tensão entre a afirmação da pobreza na Bíblia e as exigências radicais do amor cristão. Aceitavam a propriedade privada e a atividade comercial, embora as considerassem instituições surgidas depois da Queda, acomodações ao pecado humano e, por isso, proibidas aos membros do clero. E as advertências quanto aos perigos da riqueza eram constantes, assim como as instruções aos ricos para aliviarem o sofrimento dos pobres através de atos de caridade. A propriedade privada deveria ser usada para beneficiar os outros.

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