segunda-feira, 10 de novembro de 2014

"PORQUE EU SEI EM QUEM TENHO CRIDO.

Louvado seja o nosso Deus e pai, criador dos céus e da terra e que muito nos abençoará - mais uma vez - nessa noite por meio de Sua palavra.

Nosso texto de hoje é uma tendência oposta ao que vemos proliferando pelos arraiais evangélicos - ou que acha que entende o evangelho - pois fala da certeza sobre em quem temos depositado nossa confiança. Veremos que para o homem de Deus permanecer firme diante das situações adversas da vida, se faz necessário que ele compreenda algumas - para não dizer, muitas! - questões referentes ao evangelho e sua mensagem. Paulo nos orientará mediante sua confissão inabalável quanto à certeza no seu Salvador.

Enquanto a primeira carta de Paulo a Timóteo teve um cunho mais eclesiástico - isto é, visava a estrutura daquela igreja - a segunda - parece - ser dirigida mais especificamente ao próprio destinatário e às dificuldades com que ele iria se deparar.

Paulo inicia sua segunda carta a Timóteo, afirmando - novamente, pois o fez também em 1Tm 1:1 - que era apóstolo pela vontade de Deus, mas não somente isso, mas que havia sido constituído para tal fim "segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus" (v.1). Paulo não invoca sobre si um mero título - como muitos o fazem hoje em dia - ou proclama a Timóteo que ele um apóstolo porque gostava de ter alguns "status" entre os crentes, mas lhe diz que assim é pois vive "segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus".

Ele então continua dizendo que serve a Deus com uma consciência pura, não fingida, não egoísta, mas como uma espécie de amor altruísta, isto é, voltado para o próximo - "Dou graças a Deus, a quem desde os meus antepassados sirvo com uma consciência pura, de que sem cessar faço memória de ti nas minhas orações noite e dia" (v.2 - ênfase minha).

Após instar a Timóteo para que permanecesse nos retos caminhos em que havia sido ensinado (vs.4-6), Paulo anima o seu amado para que não se deixasse levar pelas situações adversas ou pensasse que o Senhor não o havia instituído para aquele ofício, mas sim que "Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação" (v.7) - pois era necessário que Timóteo entendesse que a força do Senhor estava com ele, apesar de tudo que teria de suportar.

Então, Paulo exorta Timóteo para que não perdesse as esperanças no evangelho - pois, se Paulo continuava a labutar em prol do reino porque tinha sido constituído apóstolo, "segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus" (v.1), isso também seria verdadeiro para Timóteo que havia recebido a bênção de Paulo (v.6) - e para que não se envergonhasse do evangelho, mas "antes participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus" (v.8). Contudo, a finalidade da exortação não era apenas para que Timóteo compartilhasse das aflições de Paulo, mas sim para mostrar que Paulo - e Timóteo também viria a experimentar (veja os versículos mais adiante) - estava sofrendo por aquele "nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos" (v.9), declarando a Timóteo a grandiosa obra que estava diante dele.

Porém, Paulo não prende-se ao tempo passado, mas diz que o propósito de sua vida - que já há muito havia sido predestinada - no tempo presente se dá por meio da "aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho" (v.10).

Ou seja, por meio de Jesus Cristo, aquela "santa vocação" de Paulo e Timóteo que havia sido predestinada "antes dos tempos dos séculos", agora havia se tornado realidade mediante "aparição de nosso Salvador Jesus Cristo" e no qual Paulo havia sido "constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios" (v.11)

Finalmente, Paulo escreve dizendo como isso se traduz em sua vida: "Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia" (2Tm 1:12). Nesse momento, como que fazendo uma pausa para recuperar as energias, ele descreve a Timóteo como que conseguia ser prisioneiro (v.8) e viver a vida pela fé em Cristo Jesus, e a resposta encontrasse no meio de nosso versículo: "porque eu sei em quem tenho crido".

Muitos hoje em dia olham para a vida de Paulo e gritam: "Eu queria ser como Paulo! Ser mestre da Lei, apóstolo de Cristo, ter servido às igrejas, ter levado o evangelho da salvação, ter presenciado muitos milagres, ser reconhecido pela igreja, ter minhas palavras perpetuadas pelo tempo...", contudo, esquecem-se que a vida de Paulo - e de tantos outros! - não foi apenas isso.

"Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens.Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós vis. Até esta presente hora sofremos fome, e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos; Somos blasfemados, e rogamos; até ao presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de todos. Não escrevo estas coisas para vos envergonhar" (1Co 4:9-14).

"Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas" (2Co 11:24-28).

Paulo também teve alguns - na verdade, muitos! - conhecidos e companheiros engolidos pelos mares da incredulidade - "Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé. E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar" (1Tm 1:18-20). "Procura vir ter comigo depressa, Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para tessalônica" (2Tm 4:9,10). "Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras. Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me desampararam" (1Tm 4:14-16).

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