quarta-feira, 30 de julho de 2014

MAIS DO QUE APENAS ÚTEIS

Primeira Igreja Batista 
Título: MAIS DO QUE APENAS ÚTEIS -

MAIS DO QUE APENAS ÚTEIS
Jesus contou a Parábola da Figueira: “... Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o achando; e disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; e, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar (Lucas 13:6-9).

Segundo a parábola, uma figueira que não produz fruto está ocupando a terra inutilmente. Por quê? Simplesmente porque o propósito da existência dela é produzir fruto. Uma árvore que não dá fruto pode ser útil? Certamente que sim, especialmente ao proporcionar sombra e refúgio, o que faz dela um lugar ideal para descanso. Ela pode ser muito útil, mas, ainda assim, não cumprir o propósito para o qual existe!

A figueira é uma representação da nação de Israel. Portanto, pode também representar o povo de Deus, a Igreja. A Igreja não foi chamada para ser útil segundo a ótica humana: melhorar as condições de vida das pessoas, amenizar o seu sofrimento, recuperar a auto-estima... Não somos gurus, médicos, nem psicólogos. Enfim, não fomos chamados para fazer sombra. Nosso papel é produzir fruto, do contrário estaremos ocupando a terra inutilmente.

Jesus disse: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (João 15:16). Mas, afinal, o que é produzir fruto? Fruto nada mais é do que a reprodução da essência da árvore. É muito simples, portanto, concluir que, do ponto de vista espiritual, produzir fruto é reproduzir a essência que está em nós: Jesus. Quando Jesus nos mandou fazer discípulos esta era e continua sendo a proposta. Fazer discípulos é reproduzir cópias autênticas de Jesus. Isso não se resume em pregar a palavra. Nunca se viu até hoje tantos pregadores! Mas, e as cópias autênticas de Jesus? E o caráter de Cristo, que deveria ser a marca dos discípulos, como o era na Igreja primitiva, ao ponto de serem apelidados de cristãos?

A ação da Igreja não tem por finalidade ser apenas útil à sociedade fazendo o bem e ajudando o próximo! As entidades filantrópicas também o fazem. Exercer responsabilidade social é hoje a proposta das empresas e do poder público de forma cada vez mais intensa e crescente. Qual é, então, o nosso diferencial? Haveria razão para Jesus de Nazaré ter vindo ao mundo se o nosso envolvimento com a sociedade segue o mesmo padrão do humanismo? Nossa área de ação é outra: o espírito, não meramente a alma. O nosso papel é promover transformação a partir de uma mudança de natureza.

Jesus disse que o vinhateiro pediu um tempo: “Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; e, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar” (vs.8, 9).  Ele pediu uma nova chance. Deus sempre nos dá uma nova oportunidade. O vinhateiro daria uma atenção melhor à figueira, escavando ao redor e aplicando esterco, enfim cuidando, colocando o seu foco no propósito. Esse também deve ser o nosso foco. Produzir fruto implica em cuidado, dedicação, acompanhamento contínuo e sistemático de uns aos outros para que cresçamos na fé.

Discipulado é esse processo de cuidado mútuo que tem como foco formar o caráter de Cristo na vida do meu irmão. Discípulo é aquele que recebe disciplina ou instrução de outro. A palavra “disciplina” deriva-se de “discípulo”. A transformação de um discípulo, portanto, implica em disciplina, o que gera mudança de vida e de caráter. Todos os nossos esforços deveriam convergir para um só propósito: produzir fruto. De que adianta melhorarmos a vida das pessoas aqui na terra sem que elas retornem a um relacionamento íntimo com o Criador? Se vivemos na perspectiva da eternidade, como podemos nos conformar em encher nosso tempo com atividades que não produzem o fruto que permanece para a eternidade?

Não estamos aqui para ocupar a terra inutilmente, à semelhança dos que não temem a Deus. O projeto de vida de todo discípulo de Cristo é o mesmo do seu Mestre: fazer discípulos, reproduzir cópias dEle. Por melhores que sejam nossas ações, por mais úteis que sejamos, por mais envolvidos em um ministério..., se não produzirmos fruto, não estamos no centro do propósito de Deus.

Desde o início o Senhor disse: “Cresçam e multipliquem”. É uma ordem, não é uma opção. Se Ele nos criou com órgãos reprodutores, por que nos dar essa ordem? E se Ele nos deu o Seu Espírito Santo, ou seja, o potencial para reproduzir discípulos, por que nos deu a ordem? Porque reproduzir não é automático, é uma questão de obediência!

O Senhor está levantando uma geração de discípulos – “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (João 15:8)

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