terça-feira, 25 de agosto de 2015

O Reino de Mil-anos, o julgamento do diabo, a ressurreição e o juízo final

O Reino de Mil-anos,

o julgamento do diabo,

a ressurreição e o juízo final


O capítulo 20, falando sobre o reino dos santos e da dupla vitória sobre o diabo, refere-se a todo período de existencia do Cristianismo. Conclui o drama do capítulo 12, sobre a perseguição da Mulher-Igreja, pelo dragão. A primeira vitória sobre o diabo deu-se por ocasião da morte do Salvador na cruz. Neste momento, ele perdeu seu poder sobre o mundo, foi “acorrentado” e “selado no abismo até que se completassem mil anos”; quer dizer, durante um tempo muito longo (Apo. 20:3). “e chegado o momento de ser julgado este mundo e agora seu príncipe será expulso,” assim disse Deus antes dos sofrimentos Dele (João 12:31). Como sabemos do capítulo 12 do Apocalipse bem como de outras passagens das Sagradas Escrituras, o diabo, mesmo depois da morte do Salvador na cruz, continuou tendo possibilidade de seduzir os crentes e atraí-los para suas armadilhas, embora ele já não tivesse poder sobre eles. O Senhor disse aos Seus discípulos: “Eis que vos dei poder para pisotear serpentes, escorpiões, e todo o poder do inimigo” (Luc. 10:19).
        Apenas logo antes do fim do mundo, quando em decorrência do afastamento em massa da fé por parte do gênero humano, “o detentor será afastado do seu meio” (2 Tess. 2:7); o diabo dominará a humanidade pecadora uma vez mais, mas só por pouco tempo. Então ele encabeçará a derradeira guerra, desesperada, contra a Igreja (Jerusalém), dirigindo contra ela os exércitos de “Gog e Magog” mas, pela segunda vez será derrotado por Cristo, agora em definitivo. “Edificarei a Minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre Ela” (Mat. 16:18). Os exércitos de Gog e Magog simbolizam a união de todas as forças antagônicas a Deus, humanas e subterrâneas, que o diabo unificará na sua luta insana contra Cristo. Deste modo, a guerra cada vez mais intensa contra a Igreja ao longo da história, termina no capítulo 20 do Apocalipse, com a derrota total do diabo e de seus servos. O capítulo 20 resume a abordagem espiritual desta luta e apresenta seu fim.
        O lado agradável da perseguição, aos que se mantiveram firmes na fé, está no fato de que, embora sofrido física e espiritualmente, eles foram espiritualmente vitoriosos sobre o diabo permanecendo fieis a Cristo. A partir do momento de seu martírio e morte eles reinam com Cristo e “julgam” o mundo, participando dos destinos da Igreja e de toda humanidade (Apo. 20:4)-(Por esta razão nós buscamos sua interseção junto ao Criador e esta é a base para a reverencia dos Santos pela Igreja Ortodoxa). Sobre o glorioso destino dos mártires, disse o Senhor: “Quem crê em Mim, mesmo que morra, viverá”(João 11:25). A “Primeira Ressurreição,” no Apocalipse — corresponde ao renascimento espiritual que se inicia no momento do Batismo do que crê, fortalece-se pelas suas ações Cristãs, e atinge seu clímax no momento da morte do mártir em nome de Cristo. Aos espiritualmente renascidos refere-se a promessa: “Virá o tempo e ele já veio, quando os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e ao ouvi-lo, ressuscitarão.” Assim finda a narrativa sobre o julgamento dos que se afastaram de Deus, dos falsos profetas, do anticristo e do diabo.
        O capítulo 20 termina com a descrição do Juízo Final. Antes dele acontecer, deve haver a ressurreição total dos mortos — uma ressurreição física, a qual o Apóstolo chama de “segunda ressurreição.” Todas as pessoas serão ressuscitadas fisicamente, os justos e os pecadores. Após a ressurreição de todos “foram abertos livros... e foram julgados os mortos de acordo com o que neles estava escrito.” Ao que tudo indica, então, diante do trono do Juiz, tornar-se-á público o estado espiritual de cada pessoa. Todas as ações obscuras, todas as palavras más, pensamentos e desejos secretos, tudo aquilo que fora cuidadosamente escondido e até mesmo esquecido, será trazido a tona e será conhecido por todos. Terrível será esta visão!
        Como há duas ressureições, assim também há duas mortes. A “primeira morte,” é o estado de incredulidade e pecado, no qual permaneciam as pessoas que não aceitaram o Evangelho. A “segunda morte” é a condenação ao eterno afastamento de Deus. Esta descrição é muito concisa porque o Apóstolo já havia falado anteriormente sobre o Juízo Final (Apo. 6:12-17, 10:7, 11:15, 14:14-20, 16:17-21, 19:19-21, 20:11-15). Aqui o Apóstolo traça as conclusões para o Juízo Final (no profeta Daniel tem-se algo mencionado sucintamente no início do capítulo 12). Com esta breve descrição, o Apóstolo João conclui a descrição da história do gênero humano e passa a descrição da vida eterna dos justos.

Novo céu e nova terra



Os últimos dois capítulos do livro do Apocalipse, contem as mais gloriosas e alegres páginas da Bíblia. Elas descrevem a beatitude dos justos sobre a Terra renovada, onde Deus secará cada lágrima dos olhos dos sofredores, onde já não haverá morte, nem lamentos, nem gritos, nem doenças ou choro. Terá início a vida para qual não haverá fim.

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Conclusão

Assim, o livro do Apocalipse foi escrito durante um período em que aumentaram as perseguições contra a Igreja. Sua finalidade era fortalecer e confortar os cristãos em face dos sofrimentos futuros. Revela os métodos e artifícios pelos quais o diabo e seus seguidores tentam destruir os cristãos. Ensina como a pessoa pode superar as tentações. O livro do Apocalipse, conclama os cristãos a estarem atentos para com seu estado espiritual, a não recear os sofrimentos e a morte em nome de Cristo. Mostra a vida feliz dos santos nos céus e conclama-nos a unir-nos com eles. Embora os justos tenham muitos inimigos, maior é o número de seus defensores na figura dos anjos, santos, e especialmente de Cristo, o Vencedor.
        O livro do Apocalipse, de modo mais vivo e descritivo do que qualquer outro livro das Sagradas Escrituras, revela o drama da eterna guerra entre Bem e Mal na história da humanidade e demonstra de modo mais profundo, o triunfo do Bem e da Vida.
 

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