sábado, 2 de abril de 2016

EU FRÁGIL



Apocalipse - um delicioso bolo recheado!

Sl 148; At 5.12-20; Ap 1.4-18; Jo 20.19-31
Tema: Apocalipse - um delicioso bolo recheado!

e da parte de Jesus Cristo, a testemunha fiel! Ele é o primeiro Filho, que foi ressuscitado e que governa os reis do mundo inteiro. Ele nos ama, e pela sua morte na cruz nos livrou dos nossos pecados,” (Ap 1.5)

         Muitas pessoas têm medo de ler o livro de apocalipse. Por quê?Devido ao medo que sentem diante das revelações contidas no livro. Esse medo se deve a uma leitura superficial do texto. Outras se atemorizam porque levam em conta as imagens transmitidas pela interpretação hollywoodiana. 
         A palavra Apocalipse traz em seu significado “tirar a cobertura de algo”. Só é possível conhecer o recheio do bolo, quando se tira a cobertura. Enquanto as revelações do livro de Apocalipse tiverem cobertas, as pessoas não descobrirão o delicioso recheio do mesmo.       
         Muitas pessoas estão apavoradas com o conteúdo do livro de Apocalipse devido a falsas interpretações. Interpretações que só mantêm o bolo recheado, mas, nunca saboreado, afinal, ninguém conhece o recheio. É necessário que, com muita humildade e sabedoria do alto, a cobertura seja retirada, para que seja revelado a verdadeira mensagem do amor e do cuidado de Deus aos seus filhos e herdeiros.
         O apóstolo João, o discípulo que recebeu a primeira revelação das palavras de Apocalipse, estava preso na ilha de Patmos. Sua prisão foi consequência da pregação do evangelho.
         Qual mensagem Jesus estava por transmitir ao seu apóstolo?
         Jesus não tinha o propósito de colocar medo no seu apóstolo e nos que receberiam a carta. O objetivo de Jesusera consolar, renovar a certeza de que Ele, Jesus, havia vencido e como vencedor, conduz a história, “...e que governa os reis do mundo inteiro...” (Ap 1.5).
         Na revelação transmitida ao apóstolo João e apresentada no livro de Apocalipse, Jesus se apresenta como vencedor, “...Ele é o primeiro Filho, que foi ressuscitado...” (Ap 1.5). Nessa vitória, os cristãos das sete igrejas, que representam todas, (Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia, Laodicéia), eram chamados à permanecer. O convite é feito pela vitória já obtida e não por uma vitória a ser conquistada.
         Jesus veio e resgatou através de seu sacrifício na cruz a humanidade perdida em seus pecados! Essa é a mensagem da páscoa que ecoa por todos os lugares e todos os dias. Sua vitória é a vitória dos que creem em Jesus, “Pois o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao fim. ...” (Rm 1.17).
         Após o sacrifício e ascensão de Jesus, os cristãos passaram a viver na ansiedade e na expectativa de um retorno rápido de Jesus. Ao invés do retorno imediato de Jesus, houve perseguição aos cristãos. Essa perseguição fez com que muitos desanimassem e para superar esse desânimo, Jesus em seu amor e misericórdia envia essa belíssima carta aos cristãos de todas as igrejas espalhadas pelo mundo. Na carta denominada Apocalipse, Jesus novamente declara seu amor: “Ele nos ama, e pela sua morte na cruz nos livrou dos nossos pecados, ...” (Ap 1.5).
         Jesus venceu a morte, o diabo e o inferno por mim. Essa vitória me é presenteada gratuitamente, “Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la” (Ef 2.8-9).
         Apocalipse é uma carta onde Jesus declara seu amor e cuidado dizendo que “aconteça o que acontecer, Ele está nos cuidando”. Apocalipse é um delicioso bolo recheado preparado pelo mestre cuca Jesus. Ao ler Apocalipse saiba que em todos os eventos que aconteceram, acontece e acontecerão, o cristão é convidado a saborear o delicioso recheio de Apocalipse e não se atemorizar a ponto de cair da fé. Em Jesus todos ressuscitarão. Os cristãos para a Vida Eterna. Ele nos ama, e pela sua morte na cruz nos livrou dos nossos pecados. Amém!

Páscoa é passar por cima da morte

Sl 16; Is 65.17-25; 1 Co 15.19-26; Lc 24.1-12
Tema: Páscoa é passar por cima da morte!

         Quando os missionários na África (Togo), conforme, costume, perguntavam ao cacique: Quais as novas na aldeia? O mesmo sempre costumava responder: Nada, a não ser que homens morrem.
         Todos sabem da realidade da morte, mas não tem uma resposta as suas dúvidas e medos diante da mesma. Vivemos num mundo cercado e ameaçado pela morte. O apóstolo Paulo nos confronta com a realidade da morte e transmite consolo: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1Co 15.19).
         Será que realmente haverá ressurreição dos mortos? O cristianismo, de acordo com a Escritura Sagrada responde sim. Algumas seitas respondem não. Será que tudo se resume a essa vida? O cristianismo de acordo com a Escritura Sagrada responde não. E como foi na época de Jesus algumas seitas respondem sim, a vida está resumida a essa vida. No máximo há uma evolução.
         Há milhares de pessoas vivendo suas vidas como se tudo se resumisse a essa vida e assim, valorizam as coisas desta vida e menosprezam os meios da graça: Batismo, Pregação e Santa Ceia.
         Em lº Coríntios, o apóstolo Paulo responde algumas perguntas dos cristãos da congregação em Corinto. O décimo quinto capítulo é dedicado ao assunto sobre a ressurreição dos mortos, que aliás, era negada por um grupo pequeno dentro da congregação (v. 12).
         Sei que a realidade da morte traz muitas perguntas e dúvidas. Isso é natural para o cristão, afinal, o cristão sabe-se que é merecedor da condenação eterna. O medo que muitos carregam da condenação e até mesmo da morte não é característica de um não cristão, mas sim, de um cristão que se reconhece perdido e condenado. O diabo é o inimigo do cristão e o assola todos os dias. Ao cristão cabe apenas permanecer nas Escrituras Sagradas, afinal, ela é testemunha de que Jesus Ressuscitou, e assim como ele ressuscitou, nós também ressuscitaremos.
         Páscoa - tem sua origem na libertação do povo de Deus da escravidão do Egito que já perdurava 430 anos. A palavra páscoa, no hebraico “Pessach” significa passar por cima ou passar por alto.
         Ao anunciar a décima praga, Deus disse que o anjo da morte passaria pelo Egito e mataria todo primogênito. Para que os filhos primogênitos dos hebreus não morressem, Deus ordenou que com sangue do cordeiro as casas fossem marcadas, e assim, o anjo passaria por alto ou por cima.
         Os filhos de Deus ainda hoje são reconhecidos pela marca do sangue do cordeiro. Como? Eu nunca vi ninguém com essa marca? A marca é a fé. Invisível aos olhos humanos, mas visível aos olhos de Deus. Esse sinal é presenteado gratuitamente por Deus através do Batismo. Tanto que aos seus filhos, Deus dá uma certeza: “Olhei, e eis que o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome do seu Pai” (Ap 14.1). O batismo nos dá acesso a esperança de que a nossa vida não se limita apenas a essa vida.
         Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1Co 15.19).
         Contra o medo e a dúvida que o diabo coloca em cada cristão dia após dia com respeito a morte, inferno e pecado, é necessário lutar com fé. A fé recebida no batismo é constantemente alimentada pela pregação da Palavra e pela Santa Ceia. Sem os meios da graça o cristão vai se desnutrindo, e assim, pouco a pouco o diabo sufoca os filhos e filhas de Deus conduzindo-os a condenação eterna.
         É preciso lutar com fé! Afinal, “a nossa esperança não se limita apenas a esta vida”.
         Queridos e queridas, milhares de pessoas não tem noção dessa realidade. Perderam a noção de tudo.
         O cristão não abandona a sua vida cristã por causa do medo da morte, do inferno e do diabo. Na verdade, essa realidade de medo é que faz com que o cristão sempre continue na companhia de Deus em Jesus. Se eu sei que há morte, inferno e diabo, sei também que há céu, salvação e aquele que venceu o diabo. Jesus me garante a libertação da morte, do inferno e do poder do diabo: “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? ...Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15.54,55,57).
         As pessoas vivem suas vidas na segurança da realidade desse mundo. Como se tudo estivesse destinado ao aqui e agora. Não creem mais na realidade do inferno, nem do diabo. Vivem suas vidas como se a única certeza e realidade fosse a morte. No entanto, mesmo cheio de dúvidas e perguntas diante da morte, o cristão sabe pela fé que a única coisa certa é a vida eterna.
         O apóstolo Paulo ao escrever a sua carta aos Coríntios sabia que precisava alertar muitos daqueles cristãos judeus provenientes do judaísmo que acreditavam que Deus tinha o poder de ressuscitar os mortos, mas que infelizmente, devido a falsos ensinos passaram a ter dúvidas quanto a ressurreição.
         Aos que estavam e estão se perdendo devido à incerteza da ressurreição, o apostolo Paulo os caracteriza de “infelizes”. “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1Co 15.19).
         A dúvida e pergunta sobre a morte se deve ao fato de que a mesma é uma intrusa na vida humana. A dúvida e o medo da morte, mostra a minha realidade pecadora e desesperadora sem um anjo que passe por cima da mesma. A páscoa é a certeza de que Jesus veio e passou por cima da morte. Ele ressuscitou, nós também ressuscitaremos.
         Infelizmente, há ainda muitos “infelizes”. Todos vamos passar pela ressurreição. Mas, aqueles que não tiver a marca em suas testa, ou seja, que não viverem e morrerem na fé em Jesus, não tomarão posse da vida eterna. Os “infelizes” verão com seus olhos a realidade de que a morte foi vencida por Cristo, mas, por terem durante suas vidas, rejeitado a fé em Jesus, serão tragados pela morte eterna.
         A maravilha na celebração da páscoa é justamente a certeza de que o anjo passou por cima da morte. Ele ressuscitou! Nós também ressuscitaremos! A nossa esperança não se limita apenas a essa vida.  
         No calendário da igreja cristã, todo domingo é a celebração da páscoa. É dia da alegria da ressurreição, da vida plena, da comunhão. Toda essa alegria manifestada por festas e confraternizações está na certeza de que a nossa esperança não se limita apenas a essa vida. A morte foi vencida por Jesus. Jesus é o anjo que passou por cima da morte. Amém!  

Mais que um dia litúrgico - é dia de Confissão de fé!

Sl 118.19-29; Dt 32.36-39; Fp 2.5-11; Jo 12.20-43
Tema: Mais que um dia litúrgico - é dia de Confissão de fé! 

         Engraçado como a confissão de fé ao longo dos anos tornou-se uma espécie de oração. Ao dizer: “confessemos nossa fé”, pessoas cruzam as mãos, abaixam a cabeça com os olhos fechados e anunciam: “Creio...
         Até entendo que é por respeito, mas Confissão é algo público.Confissão é dirigir-se a alguém outro. O mundo, formado por pessoas, necessita de uma confissão clara e um posicionamento decidido naquilo que se crê.
         Ao falar sobre confissão e posicionamento decidido ouve-se o salmista: “Tu és o meu Deus, render-te-ei graças; tu és o meu Deus, quero exaltar-te” (Sl 118.28).
         A época, no calendário eclesiástico, marca o domingo de Ramos. Nesse dia os cristãos lembram a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém sob aplausos, cânticos e euforia. O cântico do povo, conforme registrado pelo apóstolo João, que dizia: “...Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel” (Jo 12.13) revela que havia um ansioso aguardo quanto a libertação do povo de Deus. O cântico: “...Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel” junto com a ansiedade, revela também o pedido de socorro que o povo fazia a Deus.
         Cantar “...Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel” enquanto Jesus entrava em Jerusalém era uma confissão pública de que o socorro ansiosamente aguardado havia chegado.
         Hoje é domingo de ramos, e somente os cristãos cantam, como uma confissão de fé: “bendito aquele que vem em nome do Senhor”. Nesse culto e em todos os outros temos uma grande bênção: poder estar na casa de Deus. A casa de Deus é o local onde Deus se encontra com seus filhos.
         No deserto, com um povo livre da escravidão, Deus disse aos seus filhos: “vistes que dos céus eu vos falei” (Ex 20.22). Através do altar estamos em comunhão com nosso Deus (Ex 20.24).
         “O Senhor é Deus, ele é a nossa luz; adornai a festa com ramos até as pontas do altar” (Sl 118.27).
        Domingo de Ramos é a marca de um novo dia, um novo tempo. É mais que um dia litúrgico, é dia de confissão. A salvação chegou em Jesus! Por essa salvação, cada cristão pode exclamar a todo pulmão a sua confissão de fé: “Tu és o meu Deus, render-te-ei graças; tu és o meu Deus, quero exaltar-te” (Sl 118.28). Amém!

Eu Frágil!


Sl 126; Is 43.16-21; Fp 3.(4b-7)8-14; Lc 20.9-20
Tema: Eu Frágil!


       Perfeição – as pessoas buscam por coisas perfeitas. Todos querem um corpo perfeito, uma vida perfeita, um marido perfeito, uma esposa perfeita.
      Há alguém perfeito na face da terra?
Os perfeccionistas são os que mais sofrem, pois a cada dia descobrem que não são perfeitos e por mais que tentem, sempre encontram algo imperfeito para corrigir.
Paulo, o apóstolo, descobriu isso a duras penas. Foi criado num regime perfeccionista. Mas, após ter caído do cavalo, quando Jesus lhe apareceu, descobriu algo valioso. Toda sua perfeição era lixo. Sendo lixo, precisava ser descartado, jogado fora.
        
         “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus” (Fp 3.12)

Por mais que se busque a perfeição, viver adequadamente, ser honesto, bom pai, boa mãe, bom funcionário, vez ou outra vemos que não é possível. Em algum momento falhamos, erramos.
         Em nosso viver, em determinadas situações parecemos ser piedosos, santos, inculpáveis de alguma coisa. Nesses momentos até parecemos um super-herói cristão, ou seja, capazes de vencer o pecado.
         Enquanto isso, quanto mais ouço a pregação da Palavra, quanto mais participo na igreja, a minha imperfeição vai sendo revelada. E é justamente nessa situação que surge um conflito: “achar que por estar na igreja, na comunhão dos santos, a vida ficaria melhor, que seria um melhor pai, uma melhor mãe, que cometeria menos pecados”.
         Quanto mais conhecemos a Palavra de Deus, mais conhecemos a nossa real situação: somos frágeis. Quanto mais um cristão busca se aprofundar na Palavra de Deus, maiores são as tentações e também as quedas. O apóstolo Paulo na carta aos Gálatas disse: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gl 5.17).
         Quem busca a perfeição ou alguém que seja perfeito, sinto muito informar: não há nenhum ser humano que não peque. O ser humano por mais que lute, não consegue banir o pecado do coração. Mesmo que esteja na igreja, na comunhão dos santos, o ser humano continua pecador. E Jó faz um questionamento a si mesmo e a todo pecador: “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém” (Jó 14.4). Não há perfeição de alguém imperfeito por natureza.
         Saulo antes de ser derrubado do seu cavalo, se sentia o “cara”. Era temido pelos cristãos. Em matéria religiosa, se julgava o “cara”. Mas, “caiu do cavalo”. E foi justamente esse acontecimento que o levou a descobrir que aquele a quem perseguia era o único perfeito capaz de torná-lo perfeito, não aos olhos humanos, mas aos olhos de Deus. Por isso, escreveu aos Filipenses: “eu poderia confiar na carne (ou seja, na minha perfeição), ...por causa de Cristo, ...considero tudo como perda, ...considero refugo...” (Fp 3.4,6,8).
         “Por causa de Cristo” - Jesus é aquele a quem Deus enviou. Ele foi enviado justamente por causa da fragilidade humana. Deus em Jesus se aproximou e restaurou a nossa sorte (Sl 126.4).
         Quando analisamos a nossa real situação, não vemos nada de perfeito. Deus da mesma forma, olha e não vê absolutamente nada em nós que possa resolver a nossa situação perante Ele. E é justamente por isso, que o apostolo Paulo anuncia que é “por causa de Cristo”. Jesus Cristo é a justiça e a perfeição do pecador. Aos olhos humanos ninguém é perfeito, mas, “por causa de Cristo”, o pecador redimido pela obra realizada na cruz, passa a ser visto e tratado como santo. Pela fé na obra realizada por Jesus, Deus aceita o ser humano imperfeito como perfeito e justo. O Espírito Santo nos guarde nessa fé. Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Eu Perdoado!


Sl 32; Is 12.1-6; 2Co 5.16-21; Lc 15.1-3,11-32
TemaEu perdoado!

Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21)

         Certa vez, duas pessoas estavam viajando num navio, um deles era cristão convertido; o outro, pagão. Se tornaram amigos ao longo da viagem. O cristão proclamou o evangelho salvador ao seu novo amigo e, pela operação do Espírito Santo, o pagão se tornou cristão. De repente sobreveio uma terrível tempestade. A morte rondava os passageiros e todos estavam desesperados para serem salvos. O único supremo desejo do ex pagão era que recebesse o santo batismo antes de afundar no mar, enquanto o cristão estava ansiando por absolvição. Assim, o cristão propôs ao ex pagão um plano pelo qual os desejos de ambos se realizariam: ele batizaria o ex pagão e este, tendo-se tornado cristão, absolveria o cristão. O plano foi efetuado, e quando eles, pela divina proteção, passaram a salvo pela tempestade e alcançaram terra firme, relataram ao pastor o que haviam feito na angústia, e este pronunciou válido o que havia sido realizado.
         Qual é a sua opinião sobre o caso? Batismo e Absolvição foram válidos?
         Sim!
         Para os luteranos a absolvição se baseia nos seguintes fatos:
         1 - “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21). Jesus Cristo, o Filho de Deus, tomou sobre si e atribuiu a si todos os pecados de cada um dos pecadores, considerando-os como sendo seus próprios pecados. Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).  
         Jesus Cristo nos fez justiça de Deus. Ao ressuscitar Jesus dos mortos, Deus Pai confirmou, colocando o selo da aprovação sobre a cruz. Sobre a cruz Jesus proclamou: Está consumado, e agora, a igreja cristã, aqueles que creem em Jesus proclamam está de fato consumado. Há perdão para o pecador. O perdão é uma realidade, não resta mais nada ao pecador fazer para obter e receber o perdão. O que importa não é mais o que o homem pode fazer, mas o que já foi feito por Cristo, “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).
         A IELB (Igreja Evangélica Luterana do Brasil) ensina que a igreja possui e faz uso do ofício das chaves. O ofício das chaves é o poder peculiar que Cristo deu a sua igreja na terra, para perdoar o pecado aos pecadores que se arrependem dos seus pecados e não perdoar os que não se arrependem.
        Relembremos: poder peculiar que Jesus Cristo deu a sua igreja. Quem é a igreja? é a junção de todos os que creem em Jesus como seu salvador.
       O ofício das chaves é o poder desses que creem. Eu posso perdoar alguém? Sim!  Cada leigo, serva, jovem, criança pode se tornar um ministro do evangelho para outro, assim como na história acima.
         Sei da importância do pastor e desejo que valorizemos esse ofício. No entanto, o que é verdade precisa ser dito, não podemos institucionalizar o perdão. O perdão não é uma exclusividade do pastor, o perdão é para todos e pode ser oferecido aos verdadeiramente arrependidos por todos.
         Anunciar o perdão não é recitar as palavras: “Eu, como ministro do evangelho, te perdoo todos os teus pecados, em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Amém”. Anunciar o perdão é comunicar que em Jesus Cristo Deus aceita o pecador de volta em sua casa, a exemplo do filho pródigo. 
         O poder do perdão está na certeza de que “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21), não na pessoa que está promulgando o perdão em si. O pastor absolve não por ser um personagem especial com poderes extraordinários, mas porque Deus ordenou que, em seu nome e em seu lugar, os pecados dos pecadores fossem perdoados.
         Ao dizer: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21) recebemos a certeza de que nada fizemos, nada podemos fazer, quer seja por obras, por jejuns, orações e peregrinações. Em Jesus Cristo Deus nos oferece seu perdão. Tranquilizemos nosso coração e a nossa consciência, pois esse é o verdadeiro tesouro de Deus que nos é oferecido gratuitamente. Como disse Davi após receber perdão: “bem aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto” (Sl 32.1).   
         

       


Somos fortes para resistir à tentação

Sl 85; Ez 33.7-20; 1Co 10.1-13; Lc 13.1-9
Tema: Somos fortes para resistir à tentação?

         Ano passado (2015) num sermão intitulado equilíbrio – essa é a postura de uma vida cristã (1Co 8.1-13), lembro- me que fiz algumas questões: carnaval – posso ou não posso participar? Também questionei sobre: O que comer? O que beber? Conforme o texto previsto para 2016, (1Co 10) é possível continuar abordando essas questões.
         Um princípio bíblico com o qual fico extasiado é o conceito de que a Bíblia interpreta a si mesma. Há muitos que ridicularizam esse princípio.
         A julgar pelo texto bíblico em questão (1Co 10.1-13) vemos uma belíssima interpretação das passagens do Antigo Testamento (Ex 13; 14; 17; Nm 11; 14; 16; 17; 21; 25;).
         O apóstolo Paulo entende que as experiências vividas pelo povo de Israel servem de exemplo, de advertência às gerações futuras, inclusive aos coríntios. Completo enfatizando que as mesmas servem para os cristãos em pleno século XXI.
         O apóstolo Paulo lembra que “todos” estiveram sob a nuvem (Ex 13.21); “todos” atravessaram o mar (Ex 14.21), “todos” comeram o maná (Ex 16.4,14-18), “todos” beberam da mesma rocha (Ex 17.6).
         Todos estiveram na mesma situação. Deus assistiu a todos da mesma maneira. Na verdade, “todos” estamos sob a mesma situação (Rm 3.23).
         O texto do apóstolo Paulo aos Coríntios mostra que não se pode tentar achar uma correspondência simbólica para todos os eventos bíblicos do antigo testamento. O que o apóstolo Paulo quer mostrar é que a história, os fatos reais que o povo de Deus viveu serve de advertência à comunidade cristã dos dias atuais.
         Quando se interpreta as páginas das Escrituras Sagradas, muitos detalhes precisam ser analisados. No entanto, um detalhe não pode passar despercebido. Detalhe esse caracterizado como chave hermenêutica, com o nome de tipologia. Com isso, se diz que eventos e personagens do antigo testamento prefiguraram ou anteciparam acontecimentos que iriam suceder no novo testamento.
         A história é vista de maneira cíclica, ou seja, tudo o que aconteceu torna a acontecer novamente.
         Assim, ao analisar o texto de 1Co 10.1-13 facilmente conclui-se que a expressão “todos nós” refere-se ao fato de que “ainda hoje” passamos pelas mesmas tentações que o povo de Deus enfrentou na sua caminhada pelo deserto.
         Devido a sujeição às tentações, o apóstolo Paulo usa o imperativo “não” nos vv. 6-10. Ele escreve: não cobicemos as coisas más (.v.6); nãosejamos idólatras (v. 7); não pratiquemos a imoralidade (v.8); nãocoloquemos o Senhor a prova (v.9); não murmuremos (v.10).
         Todas essas tentações estiveram presentes na vida do povo de Deus. Em muitas vezes, caíram na tentação e praticaram muitas dessas coisas (vv.8-10). Ao contrário desse povo, foi “Jesus que pode ajudar os que são tentados, pois ele mesmo foi tentado e sofreu” (Hb 2.18), “...mas não pecou...” (Hb 4.15).
         Nas tentações, nas provações e no sofrimento ninguém permanecerá em pé por si mesmo. Por isso, Paulo usa o exemplo dos cristãos que caminharam no deserto rumo a terra prometida. É preciso que cada qual saiba e confie que assim como Deus esteve presente no caminhar pelo deserto, tanto pela nuvem, quanto pela rocha, Ele, em seu amor e misericórdia continua presente em nossas vidas durante a nossa caminhada.
         Somos fortes o suficiente para resistir à tentação? Eu não sou viciado, posso deixar de fumar, beber quando eu quiser. Será? 

         A verdade é que somos fracos. Muitos daqueles que estiveram sob a nuvem, passaram pelo mar, e que haviam sido batizados, caíram em tentação e não viveram de acordo com a vontade de Deus. Não representaram quem eram e a quem pertenciam na nova terra.
         O apóstolo Paulo destacou que que todos caminharam sob a nuvem, passaram pelo mar e foram batizados, e assim, todos estavam sob a graça de Deus, mas, apesar disso não chegaram todos ao alvo. Mesmo sob a graça de Deus, “Deus não ficou contente com a maioria deles...” (1Co 10.5). Porque?Caíram na tentação de confiar em si mesmos.
         Mesmo que o cristão viva sob a graça de Deus, o mesmo continua sendo livre e responsável pelos seus atos. Por isso, cuidado, afinal, nossa liberdade e nossas decisões podem nos levar a perdição. Por isso, o apóstolo Paulo usa o imperativo “não” nos vv. 6-10: não cobicemos as coisas más(.v.6); não sejamos idólatras (v. 7); não pratiquemos a imoralidade (v.8);não coloquemos o Senhor a prova (v.9); não murmuremos (v.10).
     Todos aqueles que foram salvos da escravidão do Egito, que foram guiados pela nuvem, que passaram pelo mar e que foram batizados, caíram. Será que nós também não podemos cair? Com certeza. Como resistir? Bem, o apóstolo Paulo aponta para a fidelidade de Deus (1Co 10.13). Ou seja, “confiem em Deus”. O nosso Deus “continua a amar até mil gerações daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos” (Dt 7.9). Conhecendo a fidelidade de Deus, o apóstolo Pedro aconselha: “entreguem-se aos cuidados do Criador, ...” (1Pe 4.19).
         O objetivo do diabo é destruir os filhos de Deus, principalmente a relação entre os filhos e seu Pai. Deus, ao contrário, nos quer perto e junto dEle. Todos nós necessitamos da condução de Deus pela sua Palavra. Precisamos da condução de Jesus, precisamos do alimento da água viva que é Cristo, dado pelo Batismo, Santa Ceia e Pregação da Palavra. Amém!




Sem intimidação!


Sl 4; Jr 26.8-15; Fp 3.17-4.1; Lc 13.31-35
Tema: Sem intimidação!

         O que lhe intimida? Quando você se sente intimidado, qual é a sua reação?
         Muitos salmos foram compostos por Davi, a exemplo do Sl 4. O Sl 3 e o 4 são idênticos. Ambos abordam a mesma temática:Confiança em Deus. Esses salmos mostram uma profunda confiança em Deus.
         Entre seus inimigos, Davi teve que fugir de seu próprio filho Absalão (2Sm 15.13ss). Na fuga Davi aparece como um homem humilhado, mas, totalmente submisso a vontade de Deus (2Sm 16.10-12).
         Mesmo que humilhado, Davi confessa sua confiança em Deus dizendo: “em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (Sl 4.8).
         Davi é uma testemunha fiel de Deus, independentemente da situação. Além de sempre ter ouvido a respeito dos atos poderosos de Deus para com seu povo através de seu pai Jessé, Davi experimentou os atos poderosos de Deus na sua própria vida. Ele foi escolhido para ser rei ainda jovem. Foi vitorioso em muitas batalhas contra os inimigos do povo de Deus. Para Davi não havia nada que o fizesse esconder sua confiança em Deus. Davi é uma testemunha de Deus em meio a intimidação.
         O profeta Jeremias (Jr 26) ao anunciar no pátio do templo “... o que Deus ordenou”, e ter sido ridicularizado pelos sacerdotes e pelos falsos profetas, não se intimidou. A ridicularizarão e a opressão não intimidaram o profeta Jeremias.  
         Os fariseus tentaram intimidar Jesus através de uma ameaça de morte por parte de Herodes (Lc 13.31). Jesus não se deixou intimidar. Anunciou os atos poderosos de Deus que já haviam sido anunciados através dos profetas.
         O apóstolo Paulo escreve aos cristãos da cidade de Filipos e comunica que muitos eram “os inimigos da cruz de Cristo”. Esses inimigos da cruz de Cristo estavam intimidando os cristãos daquela cidade. A intimidação estava paralisando muitos cristãos no seu testemunho e na confiança em Cristo Jesus somente.
         O que lhe intimida?Perseguição? opressão ou ridicularização? uma ameaça de morte? uma doutrina errônea? 
         Ao se sentir intimidado pela perseguição, opressão, ridicularização, ameaça de morte, doutrina errônea, qual é a sua reação?
        
         - não continuar falando da parte de Deus;
         - não viver a alegria no Senhor;
         - deixar de testemunhar sobre os atos poderosos de Deus;

         Deixar de falar e testemunhar sobre os atos poderosos de Deus diante de qualquer espécie de intimidação, é deixar crescer a raiz do mal. E o mal, assim como uma raiz de bambu vai se formando abaixo da superfície e quando menos se espera, surge verdejante em outro lugar e leva a sérios prejuízos.
         Viver e anunciar o que o Senhor tem feito!
         O que lhe intimida? Quando você se sente intimidado, qual é a sua reação?
         Coragem para testemunhar! O cristianismo carece de testemunhas pessoais do amor de Cristo. Coloca-se essa carga no pastor, ele é pago pra isso. Mas, será que para testemunhar o amor de Cristo é preciso pagamento? Não. Dizem que o pastor recebe para testemunhar. O testemunho nasce da experiência pessoal com Deus não do salário. Pastor recebe seu salário, afinal, diz a Palavra de Deus: “aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho;” (1Co 9.9). Por causa desse salário, muitos acusam pastores de serem ladrões, ganhadores de dinheiro fácil, etc.
         Muitos são os fatores que intimidam! Para não ser paralisado diante da intimidação é necessário viver dos atos poderosos de Deus.
         Viver dos atos poderosos de Deus é reconhecer que Deus em seu amor e misericórdia enviou seu Filho para nos redimir. A certeza do perdão nos capacita a abrir a boca, falar a respeito da maravilhosa experiência da vida com Deus. Só fala de algo bom quem experimentou esse algo bom.
         Mas, pastor, desde quando me conheço por gente, tenho passado por perrengues. Como posso falar dos atos poderosos de Deus? Davi, havia sido escolhido por Deus, mas nem por isso, deixou de passar privações. O mesmo se deu com Jeremias. Lembre-se de Jesus que no Jardim do Getsêmani, próximo do momento da sua paixão e morte, orou: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua” (Lc 22.42). O sacrifício de Jesus, aquele permitido por Deus, afinal, Deus não afastou o cálice de Jesus, deu a nós pecadores, a maior de todas as bênçãos: a salvação eterna.
         O apóstolo Paulo também pediu a Deus que retirasse dele um espinho na carne, e a resposta de Deus foi não. Porque? Não é falta de amor de Deus, pelo contrário, Deus disse não, justamente para que Paulo não ficasse orgulhoso de si mesmo.
         Há tantos cristãos que testemunham que Deus lhes concede isso, aquilo, devido a sua religiosidade e de repente, quando Deus diz não, esses mesmos cristãos se sentem intimidados e não testemunham mais. A religiosidade dos mesmos é só para lhes encher de orgulho pessoal.
         No passado, muitas pessoas ouviram não de Deus. Muitos outros foram intimidados a não testemunhar, mas, em todas as situações Deus atuava para enviar seu Filho Jesus e na certeza do amor e da misericórdia de Deus, não se intimide, continue a testemunhar como Davi, Jeremias, Paulo e Jesus. Amém!

Nenhum comentário:

Postar um comentário