sábado, 30 de abril de 2016

RELIGIÃO – Evangelização é dever de todo cristão

foto_missao_evangelizarPois é meu dever pregar a todos, tanto aos civilizados como aos não-civilizados, tanto aos instruídos como aos sem instrução. Romanos 1.14
Todo cristão sabe que a missão da igreja é evangelizar e discipular. São duas missões que andam paralelas, não adianta apenas evangelizar se não discipular. Não é trabalho para um cristão, mas para todos. Em I Coríntios 3.6 está escrito: Eu plantei, e Apolo regou a planta, mas foi Deus quem a fez crescer.
Não existe um único modelo na forma de evangelizar. Os métodos mais conhecidos incluem o evangelismo pessoal, o evangelismo em massa, etc. Mas, tem um método que me atrai mais que outros – o evangelismo através da igreja local, nesse método a igreja se transforma numa agência evangelizadora através de ações que envolvem pessoas.
Para algumas pessoas esse método é ineficaz porque exige que as pessoas venham à igreja, a sociedade contemporânea movida pelo capitalismo prefere ocupar os centros de compras e lazer do que dedicar algumas horas servindo ao Senhor numa comunidade. Quando a situação se agrava é natural que essas mesmas pessoas corram para a igreja em busca de auxilio.
Em minha visão a vida em comunidade na igreja é o melhor método para atrair e conquistar novos discípulos. A Bíblia apoia a ideia de pessoas se reunirem em comunidade para prestar culto ao Senhor e serem discipuladas.
A igreja é como uma torre de transmissão que recebe a mensagem e transmite aos demais para que passem adiante. Os cristãos que frequentam a igreja devem agir como retransmissores do que ouvem e aprendem acerca de Deus, se todos fizessem isso o mundo já teria sido evangelizado por completo.
Outro conceito importante sobre a igreja é a sua contextualização territorial, a igreja atende a comunidade local e reúne pessoas de determinado lugar. O principio da evangelização ensino que devemos começar em lugares próximos e avançar para outras extremidades.
Para que a igreja cumpre fielmente a sua missão ela precisa cumprir quatro condições indispensáveis:
I. A igreja precisa compreender qual é a sua identidade
A confusão na igreja se dá quando ela não consegue compreender a sua identidade, quem ela é ou a sua vocação. A falsa imagem da igreja pode conduzi-la ao erro. Vejamos algumas imagens falsas:
1º. A igreja como clube de religiosos. Funciona como um clube social onde Deus é o objeto em comum das pessoas. Seus membros contribuem financeiramente, mas exigem certos privilégios, status e vantagens. Essas pessoas ainda não compreenderam que “a igreja é a única sociedade cooperativa do mundo que existe para o benefício de seus não-membros” (William Temple). Os deveres e direitos dos membros da igreja se resumem ao cumprimento da sua missão: adorar a Deus e fazer discípulos entre as Nações. Outras responsabilidades relacionadas falam sobre: amar uns aos outros; levar a carga uns dos outros; etc.
2º. A igreja sem igreja. Esse é um conceito que cresceu bastante nos últimos anos, muitas pessoas sentiram-se irritadas e cansadas do modelo eclesiástico imperial da igreja e decidiram abandoná-la e viver um cristianismo sem a adoração coletiva e comunhão com a igreja. Eles optaram agir por conta própria ajudando instituições ou pessoas e esporadicamente participam de algum encontro religioso com pessoas preferencialmente desconhecidas para não gerar vínculos.
Qual a compreensão que a Igreja precisa ter de si mesma? Um povo chamado por Deus para sair do sistema pecaminoso enquanto está no mundo, disposto a adorar e servir a Deus no propósito de redenção da humanidade. A igreja possui duas marcas clássicas: Adorar a Deus, vivendo num padrão de santidade divina; Evangelizar o mundo, cumprindo a missão de Deus em salvar o pecador.
II. A igreja possui dupla identidade – Ela é um organismo e uma organização
A igreja deve expressar a sua compreensão de si mesma de modo que as pessoas consigam compreender a sua teologia e dupla identidade, como organização e organismo. O problema maior reside na falta de identificação da igreja com a sua missão que é alcançar os outros, quando a igreja centra em si mesma ela perde o seu foco principal que é voltar-se para os que estão fora.
Muitas igrejas são comparadas a um ponto de ônibus, elas estão sempre esperando que alguém venha e sente-se para ouvir o que ela tem a dizer. Nós precisamos mudar esse jeito de ser, de igreja estática para uma igreja que dê resultados.
A falta de organização gera acúmulo de programações semanais e leva as pessoas estarem todos os dias na igreja, comprometendo a vida familiar e social do cristão que não têm tempo para outras atividades. A princípio parece ser uma boa idéia manter as pessoas ocupadas, mas não podemos esquecer que os cristãos precisam se relacionar com outros grupos de pessoas para alcançá-los para Cristo.
Alguns líderes alegam que o acumulo de programas evita que o membro da sua igreja visita ou denominação ou fique ocioso. De fato, isso pode ocorrer. Porém, os líderes precisam entender que os cristãos precisam evangelizar outras pessoas que não sejam cristãos, para que isso ocorra é necessário ter tempo disponível na agenda pessoal.
Como organizar a agenda da igreja local? No Ministério Independência com Cristo temos muitas atividades semanais, mas não exigimos a presença dos membros durante a semana por entender que eles precisam ocupar-se com outras atividades e pessoas no dia a dia.
Duas perguntas são fundamentais para responder se estamos organizados?
1º. A nossa estrutura reflete a nossa identidade? Nós estamos organizados somente em função de nós mesmos para nossa sobrevivência e privilégios ou estamos focados na grande comissão?
2º. Até que ponto nós estamos alcançando a nossa comunidade para Cristo? A igreja precisa se familiarizar com a sua vizinhança, conhecer seu bairro e problemas que o atinge, etc.
III. A igreja deve anunciar as boas novas
Uma igreja organizada do ponto de vista estrutural, localização, prédio, ambiente, som, etc, é importante. Mas, ela precisa expressar quem ela é através da evangelização, compartilhando as boas novas com as pessoas.
Não há como anunciar o evangelho sem falar de Jesus, ele representa as boas novas que expressamos. Não estamos evangelizando quando falamos da estrutura ou programas da igreja, não existe evangelho sem declarar o amor de Deus por nós.
A evangelização deve ser contextualizada para ser compreensível. Alguns cristãos parecem escravizados a certos modelos e palavras de difícil compreensão, anunciam um evangelho estereotipado que só eles entendem.
Quando evangelizamos precisamos manter a nossa fidelidade às Escrituras e ao mesmo tempo ser sensível as necessidades das pessoas. Em algumas situações somos mais enfáticos e em outras precisamos muita prudência para alcançar o coração da pessoa.
IV. A igreja deve ser ela mesma – uma nação poderosa
O que significa para uma igreja ser ela mesma? Nós representamos um Reino que não é terreno, mas celestial. Temos valores que nos contrastam com as demais pessoas, por isso somos conhecidos como filhos de Deus.
A igreja representa o reino de Deus na terra, uma nova sociedade vivendo sob os domínios da graça divina, expressando através de palavras e ações o amor de Deus pela humanidade. Quando evangelizamos, as pessoas precisam ver em nós a transformação que o evangelho nos proporcionou: os cristãos precisam parecer mais com o que pregam, senão a nossa pregação não terá credibilidade.
Em I João 4.12 lemos: “Nunca ninguém viu Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus vive unido conosco, e o seu amor enche completamente o nosso coração.”
Essa é uma grande verdade, embora Deus seja invisível, as pessoas podem enxergar em cada cristão um pouco da glória de Deus quando amamos uns aos outros.
O mundo desconfia da existência de Deus por não vê-lo, embora a Bíblia fale sobre a vinda de Jesus e sua morte, como filho de Deus, na cruz. As pessoas querem mais, elas necessitam de provas que Deus existe, então só podemos fazê-lo através de nossas vidas.

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