terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O ANTICRISTO É REVELADO (II Tessalonicenses 2:8-10)

O Anticristo (II Tessalonicenses 2:1-12)


LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: II Tessalonicenses 2:1-12; Mateus 24:1-14Zacarias 3:1Daniel 8:8-11Atos 2:22.
VERSO ÁUREO: “Ninguém, de maneira alguma, vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição.” II Tessalonicenses 2:3.
PENSAMENTO-CHAVE: Ao corrigir a falsa teologia dos Tessalonicenses sobre os acontecimentos dos últimos dias, Paulo revela a verdade sobre enganos que surgirão no tempo do fim.

NO MEIO DE TODAS AS PALAVRAS DE ENCORAJAMENTO e de exortação, o apóstolo Paulo também escreveu sobre acontecimentos do tempo do fim, incluindo o mais grandioso de todos os eventos, a segunda vinda de Jesus.
Na passagem desta semana, embora o apóstolo fale do fim, a sua ênfase é um pouco diferente do que vimos anteriormente. Por um lado, ele já tinha dito aos Tessalonicenses os pormenores enquanto esteve com eles. Por outro, o seu propósito neste texto é pastoral, é tranquilizá-los e persuadi-los a serem mais pacientes a respeito dos acontecimentos do tempo do fim, e adverti-los sobre os falsos ensinos que circulavam acerca deste tópico.
O início da passagem desta semana (II Tes. 2:1 e 2) contém várias palavras gregas que apontam para I Tessalonicenses 4:13-5:11, como seja a vinda do Senhor (I Tes. 4:15), o encontro (I Tes. 4:17) e o dia do Senhor (I Tes. 5:2) Até certo ponto, a passagem desta semana clarifica aquilo que Paulo disse anteriormente. São aqui reveladas verdades que nós mesmos precisamos de compreender nos dias de hoje.

O PROBLEMA (II Tessalonicenses 2:1-3)

Qual é o tópico tratado por Paulo no segundo capítulo de II Tessalonicenses? Até que ponto estas palavras são relevantes para nós hoje? Em que aspetos enfrentamos nós dentro da Igreja desafios semelhantes a respeito dos acontecimentos no tempo do fim (marcação de datas, teorias da conspiração e coisas do género), por muito diferente que seja o nosso contexto? Que princípio encontramos aqui, o qual também nós confrontamos constantemente? II Tes. 2:1-3.

Não há qualquer evidência clara nesta passagem de que a igreja estivesse a fazer perguntas sobre a segunda vinda de Jesus. O próprio apóstolo apercebeu-se de um problema e abordou-o. O conceito da “reunião com ele” recorda o que Paulo escrevera na carta anterior (I Tes. 4:15-17).
Nessa passagem, as palavras de Paulo lembram o aviso que o próprio Senhor Jesus fez (Mat. 24:1-13). Os Tessalonicenses tinham sido “facilmente” destabilizados por informações contraditórias que tinham recebido naquele curto espaço de tempo desde que Paulo lhes escrevera a primeira carta. 
O apóstolo não identifica a fonte específica dessa confusão. Talvez até nem lhe tivesse sido revelada a ele próprio. Com a expressão “por espírito” (II Tes. 2:2) ele estava provavelmente a referir-se a algum ensino profético, quer de algum falso profeta quer de um mal-entendido da primeira carta de Paulo. A segunda fonte possível é a palavra falada, um ensino passado de boca em boca entre os membros. Quando Paulo menciona uma carta “que digam que é minha” (v. 2, TIC), ele estava a referir-se a alguma carta forjada em seu nome ou a uma das suas cartas genuínas incorretamente utilizada.
Por muito cuidadosamente que um pastor cuide da sua igreja, há múltiplas maneiras de falsas ideias poderem aí surgir. É, por vezes, mais fácil os membros aceitarem um boato ou um rumor do que examinarem cuidadosamente por si mesmos as Escrituras. Por vezes, as ideias novas podem mesmo ser bíblicas até um certo ponto, mas são apresentadas de forma desequilibrada, sem ter em conta outros ensinos da Bíblia.
Parece que este último caso foi o problema em Tessalónica. Os Tessalonicenses conheciam muitas coisas corretas acerca da segunda vinda de Jesus e dos acontecimentos que a precedem. No entanto, tendiam a enfatizar um extremo ou outro do ensino sem terem as suas perspetivas equilibradas. Não tinham tido em atenção a advertência de Jesus quanto a andarem atrás de sinais do Seu regresso (Mat. 24:4-8). Em resultado disso, em I Tessalonicenses lamentavam-se do atraso na vinda de Jesus (I Tes. 4:13-15). Neste capítulo, parece que eles tinham chegado à conclusão de que já se encontravam no meio dos acontecimentos finais. 

A CURTA RESPOSTA DE PAULO (II Tessalonicenses 2:3 e 4)

No curto intervalo entre I e II Tessalonicenses, os membros da igreja de Tessalónica ficaram confusos quanto ao significado daquilo que o apóstolo escrevera na primeira carta. Chegaram à conclusão de que a Segunda Vinda estava próxima ou que já tinha ocorrido dalguma forma secreta (II Tes. 2:2). Qual foi a resposta direta de Paulo a este problema? “Isso não tem hipótese de ser verdade. Há muitíssimas coisas que ainda não aconteceram.” Foi a confusão em Tessalónica que levou Paulo a escrever o seu esboço mais longo dos acontecimentos finais. Se o não tivesse feito, não teria sido preservado para nós.

Leia II Tessalonicenses 2:3 e 4. O que é que Paulo nos diz nestes versículos sobre “o homem do pecado”? Que princípios encontramos aqui, os quais nos ajudam a compreender o que o apóstolo está a tratar?

Os versículos 3 e 4 são, no original, uma frase incompleta. A frase “não será assim”, como temos na versão Almeida, ou “esse dia não virá”, como lemos na versão TIC e noutras, está em falta no grego e é acrescentada na maior parte das traduções. O apóstolo enumera as coisas que terão de acontecer antes de Jesus poder vir. Haverá uma “apostasia” (é mesmo esta a palavra no grego, apostasia), e depois será revelado o “homem do pecado”. Essa revelação está descrita em II Tessalonicenses 2:8-10 como sendo a atuação de Satanás precisamente antes de Jesus vir (pormenor que analisaremos mais atentamente na secção de quarta-feira). Contudo, antes dessa manifestação de impiedade, haverá um período de “mistério” e de contenção (II Tes. 2:6 e 7).
O versículo 4 é uma descrição do homem do pecado (ou da “iniquidade”), que durante algum tempo atuará sob um disfarce e que depois será revelado no fim. Este “homem” vai opor-se a Deus, vai exaltar-se a si próprio acima de Deus, sentar-se no templo e proclamar-se Deus. Este versículo está repleto de alusões a textos do Velho e do Novo Testamento. Este “opositor” recorda Satanás em Zacarias 3:1. Exaltar-se acima de Deus e usurpar o lugar de Deus no templo celestial, lembra a ponta pequena de Daniel 8. Apresentar-se como sendo Deus, lembra Satanás em Isaías 14 eEzequiel 28; e aponta também para o poder blasfemo referido em Daniel 11:36-39. Por isso, a descrição do homem do pecado contém elementos que apontam tanto para o próprio Satanás como para um agente ímpio de Satanás que se revela no decorrer da história cristã.

De que maneiras subtis está cada um de nós suscetível a ter o mesmo tipo de atitude que vemos revelado aqui neste “homem do pecado”?

O REFREADOR (II Tessalonicenses 2:5-7)

De acordo com o apóstolo Paulo, que duas coisas caraterizavam a situação mundial na época em que ele escreveu? Em que aspetos vê o grande conflito revelado nestes versículos? II Tes. 2:6 e 7.

Combinando estes versículos com os anteriores, podemos perceber que Paulo está a traçar um esboço da História em três fases, desde o seu tempo até ao fim. A fase final começa com a Segunda Vinda. Antes desta fase, haverá a revelação do homem do pecado (II Tes. 2:3), também conhecido como “o iníquo” [no grego, ho anomos, que se pode traduzir literalmente por “violador da lei”] (II Tes. 2:8). E antes dessa fase haverá um tempo de mistério e de contenção (II Tes. 2:6 e 7).
Embora gostássemos muito de compreender totalmente o que Paulo quer dizer neste texto, há uma série de incertezas nestes versículos. O poder refreador (“o que o detém”) é, no versículo 6, um termo neutro (aplica-se a uma coisa), mas no versículo 7, esse poder (“um que resiste”) é um termo masculino (aplica-se a uma pessoa). O “iníquo” no versículo 8 é masculino, mas é neutro no versículo 7 (“mistério da injustiça”). Também não é claro (no versículo 7) se o poder que resiste é removido do caminho ou se tem autoridade para se remover, embora a tradução Almeida esteja consentânea com o original ao dizer “até que do meio seja tirado”.
Quem é, nestes versículos, este refreador, ou poder que resiste? Está presente nos dias de Paulo; defende a Lei (é um poder que resiste à injustiça ou iniquidade, v. 7); cumpre uma missão divina; e tem poder suficiente para resistir à atuação de Satanás (v. 9). 

De acordo com outras passagens do Novo Testamento, o que é que está a impedir a Segunda Vinda? Mat. 24:14Marcos 13:10; Apoc. 14:6 e 7.

Em grande parte do Novo Testamento, os acontecimentos que levam à Segunda Vinda seguem-se à proclamação final do evangelho (Mat. 24:14;Marcos 13:10; Apoc. 14:6 e 7). Neste caso, então, é possível que o próprio Deus seja o Refreador de que Paulo está a falar, restringindo os acontecimentos finais até que todos tenham tido uma oportunidade de ouvir o evangelho.

Quanto poder controlador necessita na sua vida? Isto é, quando surge a tentação, de que maneira pode aprender a reclamar o poder de Deus para o/a impedir de fazer o que sabe ser errado?

O ANTICRISTO É REVELADO (II Tessalonicenses 2:8-10)

 II Tessalonicenses 2:8-10. Como é que interpreta estes acontecimentos? O que é que há de particularmente importante em tudo isto sobre a expressão “os que … não receberam o amor da verdade”?

O homem do pecado foi apresentado em II Tessalonicenses 2:3 e 4. Ao longo da maior parte da história cristã, ele tem atuado para enfraquecer a Lei de Deus (particularmente o mandamento do Sábado) e para usurpar poderes que pertencem unicamente a Cristo. Em passagens como Daniel 7:20-25(a ponta pequena) e Apocalipse 13:1-7 (a besta saída do mar), este poder atua depois da queda do Império Romano pagão, combinando a autoridade religiosa e a secular a fim de perseguir os santos de Deus. O único poder na História que se enquadra em todas as especificações destas profecias é o papado. Muitos intérpretes da Idade Média, e mesmo dos nossos dias, apontaram esta instituição como sendo o anticristo. (Só há um ou dois séculos a grande maioria dos cristãos se afastou desta interpretação, uma movimentação em si mesma interessante à luz do que entendemos sobre os acontecimentos dos últimos dias). Esta identificação do papado enquadra-se nas especificações de II Tessalonicenses 2, onde é indicado que o homem do pecado seria simultaneamente masculino (uma pessoa) e neutro (um poder mundial ou uma instituição). 
No versículo 7, “o mistério da injustiça” é uma designação apropriada para a sua atividade. No final da História, porém, mesmo antes da Segunda Vinda, haverá um desafio a Deus e às Suas leis ainda mais generalizado. A continuidade destes poderes, tanto nesta passagem como noutras (Daniel 7 e Apocalipse 13), indica que o papado desempenhará também um papel importante no fim do tempo.

Que obra anterior de Deus no curso da História será contrafeita no embuste final? Compare II Tes. 2:9 com Atos 2:22.

A passagem de hoje afasta a cortina para revelar um anticristo ainda maior por detrás daquele que tem atuado no meio das nações ao longo da História. O próprio Satanás é o autor e o consumador dos enganos do tempo do fim. Ao aproximar-se o regresso de Jesus, os acontecimentos forçá-lo-ão a um ato final de desespero. Ele ignorará todas as precauções e aparecerá em pessoa para imitar o ministério terreno de Jesus (veja a secção de sexta-feira). Através de milagres enganadores, ele tentará desviar a atenção das pessoas do evangelho (a vida, a morte e a ressurreição de Jesus) e até da própria Segunda Vinda.

Medite um pouco mais sobre esta ideia do “amor da verdade”. Como é que o “recebemos”? Por que razão ter este amor é tão importante para uma pessoa que não queira ser apanhada em qualquer logro espiritual, sobretudo nos últimos dias? Como é que se aprende, agora, a “receber o amor da verdade”?

VERDADE E MENTIRAS (II Tessalonicenses 2:10-12)

 II Tessalonicenses 2:10-12. Por que razão permite Deus que tanta gente seja enganada? De acordo com esta passagem, o que foi que os ímpios rejeitaram?


O versículo 11 é um texto que muita gente acha extremamente complicado. O apóstolo declara muito diretamente: “Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira” (II Tes. 2:11). A reação imediata a este texto é qualquer coisa como: “Como é que pode um Deus da verdade enviar o erro? Como é que no fim Ele pode agir como Satanás?” (Compare II Tes. 2:11 com II Tes. 2:9).
Na passagem de hoje, Paulo afasta a cortina e dá-nos um vislumbre do grande conflito entre Cristo e Satanás, o qual envolve muito mais do que as questões desta Terra e da sua História. Satanás acusou Deus de ser irrazoável, tirano e mentiroso. Na crise final da História da Terra, Deus “enviará” um engano aos ímpios, não porque Ele minta, mas porque Ele vai permitir que os ímpios escolham a mentira em vez da verdade e, dessa forma, exponham os resultados das decisões que já terão tomado (II Tes. 2:12). Deus simplesmente deixará que eles colham os frutos das suas más ações.Os acontecimentos do tempo do fim revelam claramente o espírito e o caráter de Satanás e dos seus seguidores, de modo a que todos possam ver.
O processo de engano começa quando as pessoas rejeitam o evangelho de Jesus Cristo. No versículo 10, os ímpios recusam receber o amor da verdade. A oferta da salvação no evangelho é o subtexto que está por detrás dos poderes apocalípticos de II Tessalonicenses 2. Mediante os seus ensinos e práticas, o papado tem enfraquecido o evangelho. Tal obra continuará até que seja exposta pelos acontecimentos finais descritos em II Tessalonicenses 2:8-12. Dessa forma, a proclamação final do evangelho (Mat. 24:14; Apoc. 14:6 e 7) prepara o terreno tanto para o juízo final como para os enganos do tempo do fim.
No fim, sejam quais forem as aparentes manifestações exteriores políticas e religiosas do grande conflito, tal como se desenrola aqui na Terra, o evangelho de Jesus Cristo, não os acontecimentos políticos, tem sido ao longo da história cristã a linha divisória fundamental entre o bem e o mal. O anticristo revela o seu verdadeiro caráter usurpando a vida, a morte e o reino celestial de Jesus. Todos os demais atores neste drama desempenham papéis secundários.

II Tessalonicenses 2:12. Qual é a razão-chave por que as pessoas não aceitam a verdade? De que modo já passou pela experiência deste princípio na sua própria vida? Isto é, como é que
o “prazer na iniquidade” tem, ainda que subtilmente, impedido o seu espírito de se abrir à verdade?
ESTUDO ADICIONAL: “O apóstolo Paulo advertiu a igreja para não esperar a vinda de Cristo no seu tempo. “Porque não será assim”, diz ele, “sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado” (II Tessalonicenses 2:3). Não poderemos esperar a vinda do nosso Senhor senão depois da grande apostasia e do longo período do domínio do “homem do pecado”. Este “homem do pecado”, que também é denominado “mistério da injustiça”, “filho da perdição”, e “o iníquo”, representa o papado, que, conforme foi anunciado pelos profetas, deveria manter a sua supremacia durante 1260 anos.” –
“Como ato culminante no grande drama do engano, o próprio Satanás personificará Cristo. ... Num tom manso e compassivo apresenta algumas das mesmas verdades celestiais e cheias de graça que o Salvador proferia. Cura as doenças do povo, e então, no seu pretenso caráter de Cristo, alega ter mudado o Sábado para o Domingo, ordenando a todos que santifiquem o dia que ele abençoou. … Apenas os que forem diligentes estudantes das Escrituras, e receberem o amor da verdade, estarão ao abrigo dos poderosos enganos que dominam o mundo.” – Idem, pp. 519 e 520.
“Ao apresentarem a mensagem, não façam investidas pessoais a outras igrejas, nem mesmo à Católica Romana. Os anjos de Deus veem nas diversas denominações muitos que só podem ser alcançados com a maior precaução. Portanto, sejamos cuidadosos com as nossas palavras…. Sobre estes temas, o silêncio é eloquente. Muitos acham-se enganados. Falem a verdade em tons e palavras de amor

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