sábado, 9 de janeiro de 2016

“Tornai-vos para mim” (Zacarias 1 e 2)

“Tornai-vos para mim” (Zacarias 1 e 2) “Tornai-vos para mim” foi o apelo inicial que Deus fez pelo profeta Zacarias. Neste início do livro, ele liga sua mensagem às mensagens dos profetas anteriores. Deus havia tentando salvar as gerações anteriores, mas estes pais resistiram à palavra do Senhor e sofreram a ira dele na destruição de Jerusalém e o cativeiro do povo. Agora, depois do cativeiro, estes que voltaram precisavam aprender a lição e confiar em Deus e sua vontade para o bem do seu povo. I. O Apelo de Deus ao Povo (1:1-6) A. Em 520 a.C., dois meses depois do início do trabalho do profeta Ageu (cf. Ageu 1:1), Deus falou para Zacarias, filho de Baraquias e neto do sacerdote Ido (1:1; cf. Neemias 12:4,7,16). Data desta mensagem (conforme o reinado de Dario I – 522-486 a.C.): 2º ano, 8º mês B. Deus se irou contra os antepassados, as gerações que recusaram ouvir a mensagem dos “primeiros profetas” (os que avisaram sobre o castigo antes do exílio), e o povo daquela época foi punido (1:2,4-6) C. Este castigo dos antepassados serve como a base do apelo de Deus à geração de Zacarias: “Tornai-vos para mim... e eu me tornarei para vós outros” (1:3). O Senhor, por meio de Zacarias, chama o povo ao arrependimento II. A Primeira Visão: A Tranquilidade da Terra (1:7-17) A. Data desta visão: 2º ano, 11º mês, 24º dia (1:7) B. Numa visão, Zacarias viu um homem montado num cavalo vermelho, entre as murteiras de um vale, com outros cavalos de cores diferentes atrás dele (1:8) C. Zacarias perguntou para um anjo sobre o significado da visão (1:9) D. O homem que estava entre as murteiras explicou que o Senhor havia enviado os cavalos a percorrerem a terra (1:10) E. Eles encontraram a terra em paz (1:11) F. O anjo do Senhor perguntou para Deus: “até quando não terás compaixão de Jerusalém...?” (1:12). Para compreender esta pergunta, precisamos entender por que o relato da tranquilidade da terra (1:11) não foi recebido como uma boa notícia. Dois meses antes, Deus havia prometido abalar a terra para dar paz ao povo em Jerusalém (Ageu 2:6-9). Se a terra (as nações) ainda estava tranquila, Deus ainda não tinha dado paz ao povo dele G. Deus respondeu ao anjo que estava com Zacarias, assegurando-lhe que realmente estava agindo (1:13-17): 1. Para mostrar compaixão, proteger e abençoar Jerusalém (esta promessa inclui a edificação do templo e a proteção da cidade – 1:16) 2. Para castigar as nações que oprimiam o povo dele, assim cumprindo a promessa feita por meio de Ageu dois meses antes (1:13-17) H. Esta visão e sua interpretação são fundamentais para o entendimento da mensagem de Zacarias. Aqui observamos que Deus: 1. Olha. Ele está ciente das circunstâncias das pessoas na terra 2. Protege e abençoa. Age a favor do seu povo 3. Castiga. Ira-se contra as nações desobedientes III. A Segunda Visão: Os Ferreiros Derrubam os Chifres (1:18-21) A. Nesta visão, Zacarias viu quatro chifres e perguntou para o anjo sobre o significado deles (1:18- 19) O anjo disse que os chifres representavam os opressores que haviam dispersado o povo de Israel (1:19). Aqui, como em vários outros profetas, o número quatro representa as nações do mundo, os povos que agrediam o povo escolhido C. Deus mostrou quatro ferreiros que vieram derrubar os chifres, assim castigando as nações que se levantaram contra Judá (1:20-21) IV. A Terceira Visão: Deus Mede e Protege Jerusalém (2:1-13) A. Nesta visão, Zacarias viu um homem indo medir Jerusalém (2:1-2). A figura de medir a cidade santa aparece em outros profetas, e sempre simboliza a proteção divina e a comunhão de Deus com seu povo (cf. Ezequiel 40-48; Apocalipse 21:15-27) B. Um anjo saiu e explicou para o anjo que acompanhava Zacarias que Jerusalém seria uma cidade habitada, abençoada e protegida por Deus (2:3-5) C. O resultado desta proteção é visto na mudança da sorte de Jerusalém e de seus opressores (2:6-13). Alguns aspectos desta profecia olham para além da circunstância do povo da época de Zacarias para prever as bênçãos do reino messiânico 1. Deus chama seu povo de volta da terra do Norte, da Babilônia (2:6-7). As palavras aqui – fugir, salvar-se, habitar – podem sugerir que alguns dos judeus tinham se adaptado aos caminhos da Babilônia e precisavam sair deste meio para ter a comunhão com Deus 2. Deus seria glorificado na vitória contra as nações e na proteção de Sião, a “menina do seu olho” (2:8-9) 3. Deus traria para seu povo a alegria da sua presença (2:10) 4. Muitas nações se ajuntariam ao Senhor para fazer parte do povo dele (2:11). Este é um de vários trechos no Antigo Testamento que falam da inclusão de gentios no reino do Senhor no Novo Testamento 5. Judá seria a herança do Senhor, frisando a sua proteção (2:12; cf. Salmo 94:14; Efésios 1:11) 6. Deus se levantou para agir! (2:13) Conclusão: O povo de Judá sofreu muito por causa do pecado constante das gerações anteriores. Agora, Deus chamou a geração de Zacarias a se arrepender e estabelecer a comunhão com ele. Nas primeiras visões do livro, ele olha para além da circunstância do povo nestas primeiras décadas depois do cativeiro para falar das bênçãos que Deus preparava para o reino do Messias.

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