domingo, 7 de fevereiro de 2016

O CONVITE LEVE E SUAVE DE JESUS Mateus 11.5,21, 23,28-30

 Mateus 11.5,21, 23,28-30 que diz:


5 Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.
21 Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza.
23 E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje.
28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
29 Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
30 Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.


"Jugo" é o nome de um equipamento usado para manter em parelha os bois

que puxavam o arado ou o carro. Seu objetivo eram mantê-los caminhando no mesmo passo.

Usando um elemento agrícola, Jesus nos convida a caminhar no seu passo, ao seu lado.

O jugo será suave porque Jesus vai respeitar nosso caminhar, nossas limitações;

e será leve, porque Deus não nos dá uma fardo que não possamos carregar.

E quando o fardo nos parecer pesado, basta olhar para a Cruz e lembrar o fardo que Ele carregou.

Os rabinos são intérpretes da Lei. Sua ocupação é discernir como viver a vontade de Deus expressa na Lei.

Por esta razão têm autoridade para proibir e permitir, dizer o que pode e deve ser feito para que a Lei seja cumprida e que não pode e não deve ser feito para que a Lei seja abolida. O conjunto de permissões e proibições de um rabino consistia no “jugo do rabino”. Todo rabino tem um jugo, que seus discípulos assumem como a melhor maneira de cumprir a Lei.

Todo rabino ensina sob o jugo de outro rabino. Até que apareça algum rabino que afirme ter seu próprio jugo, independentemente do jugo dos rabinos mais antigos. Para ganhar autoridade de ter seu próprio jugo, o novo rabino deve ser autorizado por pelo menos dois rabinos reconhecidos pela comunidade de rabinos.

Quando um novo rabino ganha autorização para ter seu próprio jugo, é dito que ele ganhou as chaves do reino, e agora está apto para permitir e proibir, isto é, dizer o que deve e o que não deve, o que pode e o que não pode ser feito por quem deseja cumprir a Lei.

Jesus entrou em cena sob o testemunho de João Batista, e sobre ele se materializou o Espírito Santo na forma corpórea de uma pomba, seguida da voz dos céus: “Este é meu Filho amado, ouçam o que ele diz”.

Dessa maneira, Jesus recebeu autorização de duas fontes de autoridade para ter seu próprio jugo, isto é, recebeu as chaves do reino, e desde então passou a ensinar dizendo: “Ouvistes o que foi dito, eu, porém, vos digo”. Convidava pessoas para que se submetessem ao seu conjunto de permissões e proibições dizendo: “Meu jugo é suave e meu fardo é leve”. Ao final de seu ministério terreno disse a Pedro, que representava a igreja, a comunidade dos discípulos de Jesus: “Dou a vocês as chaves do reino”, e assim transferiu à sua igreja a autoridade para ligar e desligar, proibir e permitir.

Os apóstolos compreenderam isso e utilizaram essa prerrogativa em Atos 15, quando decidiram aliviar o jugo que pesava sobre os ombros dos novos cristãos, decidindo que estavam livres de cumprir a Lei de Moisés, devendo observar apenas três ou quatro regras. Em 1Coríntios 7 o apóstolo Paulo também usou “as chaves do reino” para legislar a respeito do divórcio.

No tempo de Jesus os rabinos que seguiam Hilel acreditavam que se podia divorciar por qualquer motivo, enquanto os discípulos de Shamai admitiam o divórcio somente em caso de imoralidade sexual. Jesus concordou com Shamai. Mas o apóstolo Paulo acrescentou mais um motivo legítimo para o divórcio: o abandono pelo descrente por motivo da fé de seu cônjuge convertido.



O Fardo de Jesus é leve?

Existe um trecho bíblico, onde Jesus diz q seu fardo é leve, seu julgo é suave.

Mas adiante, Ele diz: por causa de meu nome sereis odiados e perseguidos.


O contexto está se referindo aos cegos, coxos, leprosos, surdos, pobres. Estes podem encontrar em Cristo cura e alívio para sua dor.

O contexto também se refere ao arrependimento que os sinais deveriam trazer sobre o povo e muitas vezes não traz. Por isso, eles terão o devido castigo.

É dentro deste contexto que Jesus fala: Vinde a mim os cegos, coxos, leprosos, surdos, pobres, oprimidos, e cansados e eu os aliviarei.

Porém, em nenhum momento Jesus está dizendo: "Vinde a mim que vocês nunca mais verão a dor e o sofrimento. Ou, "vinde a mim que vocês nunca mais serão perseguidos".

O fato é que só em Cristo alguém perseguido, sofrendo a dor, encontra alívio. Nem sempre o alívio implica em cura. Mas implica em tornar o fardo mais leve, em tornar o jugo mais suave. Porque sem Cristo, a dor, o sofrimento, e a perseguição, são ainda piores. Em Cristo vivenciamos as mesmas coisas, porém, nEle encontramos o alívio necessário para nossas almas. Nem sempre encontramos o fim do problema. Mas, certamente encontramos forças para enfrentar o problema. NEle o problema toma outra dimensão.



A nossa vida sempre é caracterizada pelos momentos em que carregamos um fardo. Carregamos os pesos que vêm sobre nós que são nossas lutas diárias da vida. É o fardo da mãe que tem seu filho envolvido com drogas. O pai que está confuso sobre qual mudança ele deve fazer no emprego. É o fardo da moça que está com 40 anos e não consegue um relacionamento sério para casamento. É o fardo da família que perdeu o pai novo com 60 anos por causa do tabaco! Enfim, são os fardos da depressão, da angústia, dos problemas financeiros, dos problemas de saúde e das crises existenciais que todos passamos. Esses fardos tiram o nosso chão na vida!
Jesus disse que o seu fardo era leve, mas não disse que deixaríamos de ter um fardo para carregar. Jesus disse que o seu jugo seria suave, mas não disse que não haveria um jugo (uma carga a ser levada). Ele não disse que não teríamos as nossas responsabilidades ao nos tornarmos os seus discípulos. Pelo contrário, ele disse que passaríamos tempos de grandes lutas e tribulações e obstáculos na vida.
Apesar de não ser fácil, o nosso mestre apresenta o convite estendido aos cansados e sobrecarregados oferecendo alívio divino para os que são tocados pela sua imensa graça e amor. Jesus morreu pelos nossos pecados e continua nos convidando para descansarmos nele diante das lutas e crises da vida. Ele nos convida para um tempo de refrigério no meio das nossas tristezas, decepções e tribulações complicadas da vida. Ele diz: Vocês estão cansados e enfastiados? Venham a mim!
O seu convite é estendido a todo aquele que se reconhece como pecador, e entende que não pode fazer nada sozinho. O convite é para aqueles que passam lutas e crises na vida e sabem que não há forças humanas para resistir. Saibamos que na jornada da vida necessitamos urgentemente da ajuda do alto, do socorro daquele que fez os céus e a terra

Vejamos agora alguns dos convites de Jesus:


1.       Irmos a ele no meio do nosso cansaço e dor:

O convite dele é para lançarmos a nossa vida e coração sobre ele. Ele sabe o que é dor e padecimento como nos diz o profeta Isaías. Ele sofreu, padeceu dores profundas na cruz do Calvário em favor de nós pecadores. Então podemos ir até ele sem medo de voltar sem consolo e amparo. Ele ampara mesmo. O texto do Salmo 46 nos mostra onde devemos depositar direcionar a nossa esperança, onde devemos nos ancorar: em Deus e mais ninguém. Portanto, só temos firme ancoragem em Deus. Tudo mais é completamente inseguro, vazio e vago.
O dinheiro não é o nosso refúgio. A nossa satisfação não é a nossa fortaleza. O prazer não traz socorro para nossa vida. Mas, somente Deus é o nosso refúgio, fortaleza e socorro bem presente na angústia, aquele que recupera a nossa vida.
Ficamos extremamente felizes e agradecidos a Deus por esta demonstração dele em nosso favor. Pois, não havia nenhum mérito em nós para que ele fosse o nosso refúgio. Mas, por causa do seu eterno amor e por causa da sua vontade soberana ele quis ser nosso refúgio, fortaleza e socorro bem presente na angústia.

2.      Buscarmos alívio nele:

Jesus promete um alivio que é proveniente de paz, a paz que excede o nosso entendimento e guarda o nosso coração. Ele conhece toda a nossa estrutura e sabe quando estamos em tribulação. Há uma passagem num livro do Evangelho Lucas. Essa passagem mostra que quando Jesus se encontra com uma viúva de Naim, ele vê o seu sofrimento e dor.
Vejam que impacto profundo na vida desta mulher. Ela está carregando no seu coração uma desesperança profunda. Porque ela já havia perdido o seu marido e agora a única esperança de alegria era o seu filho deitado num caixão. Daí o Senhor da vida, esse que recupera vida e corações, vem e consola o seu coração aflito e angustiado. E diz para ela com o coração cheio de compaixão: Não chores. Isso traz alívio diante do choro e a dor de perda daquela mulher. O mestre divino – Jesus Cristo de Nazaré ainda faz isto hoje na nossa vida. Podemos acreditar nessa verdade!

3.      Experimentarmos o jugo suave dele:

O jugo da servidão ao pecado proveniente da queda de Adão é um peso, pois promove cansaço e opressão em nossa vida. Para os filhos da ira não há descanso! Para os filhos da desobediência em Adão não há liberdade! Todos nasceram em sujeição ao pecado e vivem para o mundo sob a pena que lhes foi imposta: a morte.
Agora que andamos com Jesus não temos mais esse jugo espiritual para levar. O jugo suave de Jesus veio sobre nós e como diz o escritor aos Hebreus, ele nos livrou quando com medo da morte, estávamos por toda a vida sujeitos à servidão (Hebreus 2.15). O jugo de Jesus é suave e traz uma paz totalmente abundante e rica para o nosso coração. Jesus disse: Aprendam os ritmos livres da graça!


4.       Aprendermos da mansidão, da humildade dele e experimentarmos o seu fardo leve:

Como é bom experimentar a mansidão do mestre. Como é bem experimentar a humildade dele em nós. Assim com toda certeza acharemos descanso para a nossa alma. Teremos humildade ao invés de soberba para buscar solução dos problemas nele e não em nossa própria força. Jesus disse: Caminhem e trabalhem comigo que sou manso e humilde de coração.
Diante da nossa dor não precisamos carregar o fardo sós. Ele nos ajuda porque o fardo dele é leve. Jesus é doce e amoroso para com aqueles que se rendem a ele. Ele é gracioso porque a graça é parte dele. Ele a demonstra para aqueles que estão exaustos e aflitos. Experimentemos o fardo do mestre Jesus!
As pessoas que estiveram com Jesus encontraram pontos de ancoragem para as suas almas agitadas pela tempestade. Elas descobriram que Jesus foi o único homem a andar na terra de Deus que afirmou ter uma resposta para as cargas dos homens. Qual foi a resposta? Venham a mim e aprenderão a viver com liberdade e leveza. Porque o meu fardo é leve e o meu jugo é suave.


O convite feito aqui é captado por três palavras: "Vinde a mim"

Quando ouvimos o evangelho, quando lemos a Bíblia e estudamos o Novo Testamento e aprendemos sobre o Salvador o que somos chamados a fazer não é apenas mudar de religião! É certamente verdadeiro, se temos estado envolvidos em erro religioso, precisamos arrepender disso e seguir os ensinamentos dos apóstolos de Cristo. Mas isso pode ser apenas parte do que precisamos fazer. Não é exigida apenas uma mudança para a conversão. É uma decisão especial de deixar o pecado, confiar em Cristo e começar a segui-lo.

O convite é Vinde a mim, e isto significa que uma decisão deve ser feita de deixar o pecado, afastar-se do erro e vir a Jesus Cristo. E não se pode ler sobre Jesus com um coração honesto sem ser motivado para vir a ele. Ora, pode-se ler sobre ele meramente por certos interesses acadêmicos, ou curiosidade intelectual. O conhecimento que se ganha deste tipo de estudo pode jamais resultar em qualquer conversão ou salvação.

Mas, quando abrimos nossa mente -- quando nosso coração é bom -- quando sabemos que precisamos de alguma coisa melhor na vida e lemos sobre Cristo, somos motivados a mudar nossa direção, abandonar o pecado em nossa vida e vir a ele.

Ele diz: "Sou manso e humilde de coração." Como isso é verdade! E se tivermos lido sobre Jesus saberemos que isto é verdade. Lemos sobre ele na casa de Maria e Marta, em Betânia, consideramos sua atitude para com Pedro, antes e depois da queda de Pedro. Na história de sua vida e sua obra experimentamos a brandura e mansidão de Cristo.

O povo a quem é dirigido:

"Todos os que lutam e estão sobrecarregados"

Por causa do fardo do pecado a alma do pecador está cansada. Nossa obstinação e nosso pecado não nos dão paz, nem tranqüilidade, nem liberdade. Nossos esforços para nos fazermos valer contra Deus, nossa obra para fazer a vontade do diabo, tudo isso põe um tremendo fardo sobre o coração, a vida e a alma. Estamos pesadamente carregados, e labutamos sob esta lida e carga que é tentar viver sob nossa própria vontade e governo. Jesus quer nos ajudar a sair debaixo desse fardo!

Jesus é um amigo para os pecadores. Na casa de Simão, um fariseu, Jesus foi abordado por uma mulher pecadora. Ela trouxe um vaso de alabastro com ungüento, prostrou-se a seus pés por trás dele, chorando e lavando seus pés com lágrimas, enxugando-os com seu cabelo, beijando seus pés e ungindo-os com o ungüento. Simão estava observando e pensou consigo mesmo: "Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora". Jesus falou a Simão e ilustrou a situação pecaminosa da mulher; ele repreendeu Simão pela sua própria falta de hospitalidade e cortesia costumeira. E ele demonstrou que era um amigo dos pecadores, dizendo à mulher: "Perdoados lhe são os teus muitos pecados" (Lucas 7:36-50).

Em outra ocasião, os escribas e fariseus trouxeram a Jesus uma mulher que diziam ter apanhado no ato de adultério (temos que assumir que havia um homem culpado, mas ele estava ausente). Os fariseus trouxeram essa mulher a Jesus para ver o que ele faria. A lei dizia que tal pessoa deveria ser apedrejada. Aqueles homens queriam tentar e acusar Jesus perguntando-lhe sobre esta mulher. Jesus replicou: "Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra". Um por um, eles saíram de cena. Quando Jesus e a mulher ficaram a sós ele lhe perguntou: "Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai, e não peques mais" (João 8:1-11).

Agora, deveria ser dito, alguns dos críticos do Senhor destorceram e interpretaram mal sua amizade com os pecadores. Eles o chamaram "amigo de pecadores", em Mateus 11:19, mas não pretendiam que isso fosse um elogio. Eles insinuavam que isso era um caso de transigência ou que ele estava de algum modo fazendo vista grossa da impiedade deles. Sabemos que Jesus era amigo dos pecadores num sentido muito mais alto; ele o descreveu em termos de um médico tratando do doente; ele disse à mulher culpada, "não peques mais". Sua associação com pecadores não era para encorajá-los no pecado, mas para desencorajá-los; ensinar-lhes, ajudá-los e salvá-los. Ele não era participante com eles em seu pecado. Vinha e se aproximava deles como seu Mestre amoroso, seu professor e Salvador.

Jesus, mais do que ninguém, cuida daqueles que labutam e que estão pesadamente carregados sob o terrível fardo do pecado. Ele oferece perdão aos culpados. Ele dá pureza aos impuros. Ele quer dar alimento aos necessitados. E ele quer retirar este fardo de nós, o fardo do pecado.

Ele não se dirige, aqui em Mateus 11, àqueles que se sentem justos e dignos. Ele não perdeu muito tempo com os orgulhosos, a polícia religiosa, os hipócritas que não queriam acreditar. Ele se dirigia a todos os que labutam e estão sobrecarregados. Estas eram pessoas como o carcereiro que perguntou em Atos 16:30: "Que devo fazer?".

Estas são pessoas que sentem uma carga em suas vidas, sejam elas quais forem. Estas são pessoas que conhecem sua ansiedade, reconhecem seu remorso e sabem que necessitam de descanso.

A promessa é: "Eu vos darei descanso"

A inquietação é uma das grandes características do mundo. Estamos com pressa e não sabemos para onde estamos indo. Há fracasso, desaponta- mento e negligência de olho em nós. Mas parece difícil admitir que o descanso está somente em Cristo: descanso de consciência; descanso de esperança; descanso, conforto e paz; em contraste com a agitada natureza do pecado.

Queira observar que isto não é como: Eu tenho alguma coisa e talvez você a encontre. Se viermos a ele, certamente a encontraremos! Observe a plena força das duas expressões: Eu vos darei descanso... e encontrareis descanso! Jesus é o que precisamos e quando vimos a ele como ele diz, não há nenhuma dúvida sobre os resultados: Eu vos darei descanso e encontrareis descanso.



Jesus deixa claro que somente o seu jugo traz alivio e descanso aos cansados e oprimidos.
Somente aqueles que, diante da mensagem de Jesus reconhecem que estão cansados e oprimidos e aceitam a sua oferta, obterão alivio "Vinde a mim (...) Tomai sobre vós..." Mt 11: 28- 29. Serão aliviados todos quantos 'tomarem sobre si' o jugo de Jesus, ou seja, todos que se sujeitarem (submeterem) ao senhorio de Jesus.
Todos os homens estavam sob o 'jugo' do pecado por serem descendentes de Adão, uma vez que todos nasceram em sujeição ao pecado Sl 51: 5. É por isso que Paulo disse: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus"(Romanos 3: 23).
A condição de sujeição ao pecado é proveniente da queda de Adão, pois o pecado entrou no mundo por causa dele Rm 5: 12. De igual modo, somente através de Jesus Cristo (último Adão) é possível os homens receberem o dom da justiça Rm 5: 17.
Cristo (último Adão) liberta o homem da condição de sujeição ao pecado, pois todos que aceitam o convite por fé (vinde a mim) recebem poder para serem de novo criados filhos de Deus, ou seja, em sujeição a Deus Jo 1: 12.
Paulo orienta os cristãos para continuarem firmes na nova condição adquirida por estarem 'em Cristo' (aquele que está 'em Cristo' nova criatura é), não voltando a  submeterem-se à servidão do pecado, na condição de filhos da ira e da desobediência em Adão "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão" (Gálatas 5: 1).
O jugo de Jesus é 'suave' porque não envolve trabalho "Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados" (I João 5: 3). O amor de Deus revelado aos homens é Cristo, e os homens precisam crer nele, pois este é o mandamento de Deus Jo 6: 29.
Ora, crer em Cristo não demanda esforço da parte do homem, pois é Deus quem trabalha para que a confiança do homem esteja nele "Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera" (Isaías 64: 4).
O jugo da servidão ao pecado proveniente da queda de Adão é um 'peso', pois promove cansaço e opressão. Para os filhos da ira não há descanso! Para os filhos da desobediência de Adão não há liberdade! Todos eles nasceram em sujeição ao pecado e 'vivem' para o mundo sob a pena que lhes foi imposta: a morte "E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão"(Hebreus 2: 15).
Somente aqueles que estavam sujeitos ao jugo do pecado e sentiram medo da condenação (morte), e creram que a morte de Cristo pode aniquilar quem tinham o império da condenação, o diabo, entraram para o descanso prometido por Deus Hb 2: 14.
Perceba que há dois jugos: um jugo proveniente da desobediência de Adão, e outro jugo proveniente da obediência de Cristo "Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um, muitos serão feitos justos" (Romanos 5: 19).
Em Adão e em Cristo há dois jugos que a humanidade submete-se: "Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?" (Romanos 6: 16), o que não pode ser confundido com fardo.
A sujeição a Cristo, ou o 'tomar o jugo de Cristo' e o mesmo que 'obediência da fé', uma vez que o convite: "Vinde a mim...", é uma das maneiras de Cristo manifestar-se aos homens conforme a escritura dos profetas Is 55: 1- 3. Ele anunciou o mandamento de Deus a todas as nações que é: 'creiam naquele que Ele enviou' de várias maneiras "Mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé" (Romanos 16: 26).
Conceituamos o que é jugo, agora resta saber o que é fardo.
A resposta encontra-se neste verso: "Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los" (Mateus 23: 4).
Jesus ensinou os seus discípulos e a multidão que a doutrina dos que se assentavam no lugar de Moisés (escribas e fariseus) consistia somente em mandamentos e regras 'pesadas' que nem mesmo os seus idealizadores cumpriam Mt 23: 2 e 4.
Os escribas e fariseus estavam enfatuados quando ensinavam a lei e os profetas, conforme protestou Isaias: "Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído" (Isaías 29: 13).
Os lideres de Israel não compreendiam a mensagem da Lei "...andam errados na visão e tropeçam no juízo" Is 28: 7, e por isso, não havia nada bom em suas mesas. O alimento que eles serviam ao povo era vômitos e imundícia, ou seja, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra (v. 10).
Por causa do erro dos lideres de Israel Deus anunciou, por intermédio de Isaias, que haveria de falar ao povo de Israel através de outra língua (à época de Cristo foi utilizado o grego), e lhes seria dito: Este é o descanso e este é o refrigério! (Porém, os lideres de Israel não quiseram dar crédito, e tropeçaram na Pedra de Esquina Is 28: 14 e 16).
O ensinamento dos escribas e fariseus consistia somente em mandamentos e regras de homens, ou seja, era um fardo pesado. Impunham sacrifícios que trazia somente peso "Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir. Assim, pois, a palavra do SENHOR lhes será mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e se quebrantem e se enlacem, e sejam presos"Is 28: 12- 13.
Jesus recomenda aos seus ouvintes a fazerem tudo o que os escribas e fariseus diziam, porém, não era para procederem conforme as suas obras.
Por que não era recomendável proceder em conformidade com as obras dos escribas e fariseus? Por que as suas ações tinham por base somente regras e mandamentos que não trazem refrigério, antes, as regras e os mandamentos eram somente 'fardos pesados' e difíceis de suportar que os deixava enlaçados e presos.
Embora eles anunciassem as palavras da lei, negligenciavam o mais importante da lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Liam as escrituras, mas os seus corações estavam distantes de Deus "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam" (João 5: 39).
O convite de Jesus é universal: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos..." Mt 11: 28; "...ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado..." Is 28: 12. Embora Jesus estivesse falando especificamente a judeus, ele anunciou estas palavras em outra língua: o grego (koinê) "Pelo que por lábios estrangeiros e por língua estranha Deus falará a este povo" Is 28: 11. Estudiosos confirmam que, embora Jesus tenha falado em aramaico com os seus discípulos, o seu ensino público foi realizado predominantemente em grego comum.
O fardo de Jesus contrastado com o fardo dos homens é leve! Após crer na mensagem do evangelho, cumprindo o mandamento de Deus que é: crede naquele que Ele enviou, os servos da justiça devem amar uns aos outros, segundo o seu mandamento, e não conforme o mandamento da lei "E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento" (I João 3: 23).
Qualquer 'fardo' que não seja segundo o mandamento de Deus, que é crer em seu Filho, não tem valor diante de Deus. Amar uns aos outros só tem valor diante de Deus para aqueles que tomaram o jugo (sujeitaram-se) de Cristo.
Para levar o fardo de Jesus, os seus ouvintes precisam abandonar o fardo pesado que os homens lhes imponham através de preceitos. O que isto significa? Que é preciso ao homem abandonar os conceitos que lhe foi ensinado pelos homens (arrependimento) "E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?"(Mateus 3: 7).
Quem ensinou a carregar fardos pesados para fugir da ira divina? É preciso aos cansados e oprimidos arrependerem-se, ou seja, mudar o entendimento quanto a salvação, pois o ensinamento dos escribas e fariseus não livra da ira futura.
Primeiro é preciso tomar sobre si o jugo de Jesus, e então o homem estará apto a levar o fardo de Jesus, que é conforme o seu ensino.
O alívio está em tomar o jugo de Jesus, pois os seus mandamentos não são penosos "Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados" (I João 5: 3). O jugo é suave e o fardo é leve, deforma que todos que lhe obedecem (tomam sobre si o jugo) encontram descanso e alívio para as suas almas, e o seu ensino não trás peso algum (leve).
Os escribas e fariseus viviam em sujeição ao pecado e carregavam um fardo pesado, mas os que se sujeitam a Cristo, além de encontrarem descanso, passam a carregar um fardo leve. Tanto os servos do pecado quanto os servos da justiça carregam um fardo, porém, a distinção está no peso dos fardos.
Os homens impõem muitos mandamentos e regras (fardo pesado), porém, o fardo dos que se submetem a Cristo é: amai uns aos outros, pois este é o julgo daqueles que andam segundo a lei da liberdade "E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento" (I João 3: 23).
O homem livra-se da sujeição ao pecado quando "crê naquele que Deus enviou" "E a sua palavra não permanece em vós, porque naquele que ele enviou não credes vós" (João 5: 38). A obediência a Cristo consiste em crer na palavra do evangelho, e não em seguir regras e ordenanças de relações humanas e interpessoais “Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro"(I Pedro 1: 22).
Aqueles que aprenderem de Jesus compreendem o que significa misericórdia:"Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos" (Oséias 6: 6). Os escribas e fariseus diziam observar a lei, porém, negligenciavam o mais importante: a misericórdia, a justiça e a fé Mt 23: 23"Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento" (Mateus 9: 13).
Quando Jesus chama: "Vinde a mim, todos os que estais casados e oprimidos, e eu vos aliviarei" Mt 11: 28, ele esta chamando os pecadores ao arrependimento Mt 9: 13. Ele quer ensinar o que é misericórdia, libertando os seus aprendizes do jugo do pecado e do fardo proveniente das ordenanças impostas pelos homens que se resumem em sacrifícios Mt 9: 13.
O fardo de Jesus é proveniente do mandamento do Pai, que é: "Ora, o seu mandamento é este, que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo..." I Jo 3: 23.
Quem crê, a palavra de Deus permanece nele "E a sua palavra não permanece em vós, porque naquele que ele enviou não credes vós" (João 5: 38). As escrituras são equivalentes as palavras de Cristo "Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?" (João 5: 47).
Desta forma, Jesus demonstra que é necessário aos homens crerem nele para serem filhos de Deus, tornando-os livres do jugo de Adão "Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz. Estas coisas disse Jesus e, retirando-se, escondeu-se deles" (João 12: 36).
Os que rejeitam a Cristo é porque continuam presos as suas concepções errôneas, uma vez que se consideram abastados e não reconhecem que são pobres de espírito "E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina" (I Pedro 2: 7).
João escreveu aos cristãos para que eles soubessem que tinham efetivamente vida eterna, ou seja, para não se demoverem da fé "Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus" (I João 5: 13).
Aos que tomaram o fardo de Jesus, ou seja, aqueles que abandonaram o fardo pesado das ordenanças proveniente dos ensinos dos homens, e acataram os mandamentos de Cristo, haveriam de ser ensinados por Jesus.
Os discípulos de Jesus aprenderiam dele que é humilde e manso de coração, ou seja, a natureza daquele que ensina é diferente da natureza dos homens Is 54: 13"Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim" (João 6: 45).
Sobre ser ensinado por Cristo, escreveu Paulo "Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus" (Efésios 4: 21). Ou seja, Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo. A verdade é Deus em Cristo "Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação" (II Coríntios 5 : 19).
Quem aprendeu 'de Cristo' despojou-se da carne através da circuncisão não feita por mãos, sendo novamente criado um novo homem, segundo a natureza de Deus, em verdadeira justiça e santidade Cl 2: 11; Ef 4: 24. O novo homem passa a ser manso e humilde de coração, uma vez que recebe um novo coração e um novo espírito Sl 51: 10.
Os que são geração de Deus como Jesus é, são limpos de mãos e puros de coração "Aquele que é limpo de mãos e puro de coração (...) Este receberá do Senhor a bênção (...) Tal é a geração daqueles que o buscam..." Sl 24: 4- 6; "...qual ele é, somos nós também neste mundo" I Jo 4: 17b; "Qual o terreno, tais são também os terrenos; e qual o celestial, tais também os celestiais" I Co 15: 48.
Quem aprendeu de Cristo está assentado nas regiões celestiais em Cristo, lugar de verdadeiro descanso para a alma que outrora estava cansada e oprimida Ef 1: 3 e 2: 6.
Considerar que 'jugo' e 'fardo' referem-se a mesma coisa é um erro comum. Considerar que fardo diz de condutas pecaminosas também é erro comum em nossos dias. Alegar que é preciso abandonar o fardo do pecado aos pés da cruz também é erro comum!
É impossível ao homem livrar-se do jugo do pecado, uma vez que, o escravo não pode libertar-se do seu senhor. A única coisa que tornava o escravo livre do seu jugo era a morte, e é isto que Cristo oferece aos cansados e oprimidos.
Aquele que não tomar sobre si a sua própria cruz, e não seguir a pós Cristo, não terá vida em si mesmo. Continuará na condição de morto diante de Deus. É preciso ao homem pegar a sua cruz e seguir após Cristo, conformando-se com Ele na sua morte "Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição" (Romanos 6: 5).
É preciso comer da carne e beber do sangue de Cristo, ou seja, tornar-se participante da sua morte para o homem livrar-se do jugo da escravidão do pecado. Somente quando o homem torna-se participante da morte de Cristo livra-se do jugo do pecado, podendo pertencer a outro senhor "E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão" (Hebreus 2: 15).
O homem que crê em Cristo é livre do jugo do pecado, e servo da justiça "E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça" (Romanos 6: 18).
A formação espiritual em Cristo é um processo ordenado. Embora Deus possa triunfar na desordem, não é essa sua escolha. E em vez de nos fixarmos no que Deus pode fazer, devemos nos humilhar para aceitar os modos que ele escolheu para trabalhar conosco, os quais estão claramente dispostos na Bíblia e, em especial, nas palavras e na pessoa de Jesus.

Ele nos convida a deixar nossos caminhos penosos do trabalho pesado — particularmente o “religioso” — e tomar o jugo de sua instrução, jugo este que é leve (Mt 11:30). Esse é um caminho de bondade e humildade, um caminho de descanso para a alma. É um caminho de transformação interna, em que tomar seu jugo e levar seu fardo, com ele, provam ser uma vida mais fácil de ser vivida. A distância e a dificuldade percebidas para entrar por completo no mundo e na vida divinos se devem inteiramente ao nosso fracasso em compreender que “o caminho interno” é o caminho de uma transformação interior geral e em dar os pequenos passos que tranqüila e certamente levam a ele.



Eis a compreensão auspiciosa, redentora da vida. Para o indivíduo, significa que todos os obstáculos que nos impedem de despir a velha pessoa e vestir a nova podem ser removidos ou dominados. Tal condição nos permitirá andar cada vez mais na totalidade, na santidade e no poder do Reino dos céus. Ninguém precisa viver derrotado espiritual e pessoalmente. Uma vida de vitória sobre o pecado e as contingências é acessível a todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário